Para ser feliz e saudável: a “vingança” do católico!
Em nossos dias há uma “cultura da saúde” disseminada nos meios de comunicação para todas as idades: academia, cultura fitness, alimentação vegana, naturalista ou macrobiótica, tipos de meditação, yoga, pilates e tantas variações, em busca do equilíbrio entre o físico e o espírito. Com exceção da linha esotérica, a que cada católico, por princípio, não deveria aderir, o restante são opções válidas para sair do sedentarismo, buscar uma alimentação saudável e uma melhor qualidade de vida, o que é ótimo!
Como católicos, podemos e devemos manter um corpo saudável, sem exageros, mas, além disso, temos um meio antigo e sempre novo para mantermos uma boa saúde e estarmos em paz conosco mesmos, com Deus e com as pessoas: o perdão.
Sabemos que a raiz de muitos males do corpo e da alma é a falta de perdão. A mágoa, o ressentimento (sentir de novo), os desgostos sofridos ao longo da vida, acumulados dentro de nós, não elaborados e não aceitos, são geradores de muitas enfermidades.
O Pe. Kentenich, há décadas, já se ocupava com este tema e de diversas formas viveu e ensinou que o perdão e a aceitação das permissões divinas em nossa vida são o melhor remédio para manter o equilíbrio e a alegria de viver, consequentemente, para ter um corpo saudável. Ele nos ensina:
“Todas as coisas que nos causam dor, nós podemos e devemos aproveitá-las para sermos santos”. (Livro Padre José Kentenich e a nova ordem social, p.50).
Mas como aproveitar o sofrimento para sermos santos? O melhor meio é o perdão. O perdão, podemos dizer, é a “vingança do católico”, é o nosso jeito de pagar o mal que nos fizeram. Conhecemos aquela história do monge e do escorpião:
Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio.
Foi então à margem, tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
– Mestre, deve estar doendo muito! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!
O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:
– Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.
Agir conforme nossa natureza de católicos, filhos de Deus, batizados e remidos pelo precioso sangue de Cristo é sempre um desafio, que exige nossa autoeducação constante e muita oração. A Quaresma é um tempo propício para nos aventurarmos por este caminho do perdão e refletir:
- Há alguém que ainda preciso perdoar, que ainda não consegui perdoar totalmente, de quem guardo alguma mágoa ou rancor?
- Sempre de novo, até sem me dar conta, falo ou penso naquela situação ou pessoa com mágoa ou rancor?
- Quero, com sinceridade, alcançar a graça de perdoar esta pessoa que me feriu?
- O que posso fazer neste sentido?
Primeiro, precisamos, na oração, pedir cada dia a graça de perdoar, e nos dizer interiormente que essa pessoa, no mais profundo do seu ser, não quis nos fazer mal; provavelmente agiu pela força do temperamento, por fraqueza ou se deixou vencer pela tentação, mas seu “eu régio”, que existe em seu interior, não deseja o nosso mal.
Se esta reflexão não nos convence, precisamos tomar distância dos fatos e olhar do alto. Pensar quantas vezes nós ferimos ou prejudicamos alguém e nem nos demos conta; outras vezes, nos deixamos levar pelo egoísmo, quisermos fazer valer nossa vontade, nossa opinião e fizemos alguém sofrer.
Em determinadas ocasiões, o pedir perdão resolve tudo, como num passe de mágica. Em outras circunstâncias, apenas um sorriso, o “puxar” a conversa, sem tocar no fato ocorrido já ameniza qualquer tensão. Mas, se são coisas maiores, precisamos da graça e de um processo interior de querer realmente perdoar, do fundo do coração.
Quando conseguimos perdoar, experimentamos uma alegria incalculável! A paz no fundo da alma nos deixa muito tranquilos e nosso corpo sente essa paz e tranquilidade, funcionando muito melhor!
Quer fazer a experiência? Comece nesta Quaresma!