Semeador do Santuário e missionário de Schoenstatt
Por: Sonia Tubino / Juliana Dorigo
João Pozzobon foi um semeador da Palavra e do amor a Cristo e Maria! No ato de semear encontramos alguns requisitos, que transformam esse verbo não apenas em uma forma de serviço, mas que o ressignificam como missão.
“No ano de 52, compreendi que se tratava de uma missão que me confiavam e disse à Mãezinha: ‘Tenho sete filhos, tenho uma esposa e tenho que dar contas a Deus de meus filhos e de minha esposa. Porém, se for vontade de Deus e tua, um homem só pode mover o mundo inteiro.” Foram esses pequenos, mas profundos significados que deram a João Pozzobon a verdadeira dimensão de seu apostolado, como homem de fé e um “aluninho” do Pe. José Kentenich.
Humildade de se perceber semente
João Pozzobon desde pequeno sentia dentro de si o anseio por algo maior, valores que o elevariam a outro patamar na vida e que o preencheriam de um novo sentido, de força e abertura espiritual. “Quando se trata de algo de Deus, de algo divino, um homem só pode mover o mundo todo.”
Ser semente e semeador
Firmado em um ambiente cristão, busca no seminário tornar-se uma semente especial a serviço do amor de Deus. Porém, incapacitado de continuar os seus estudos por conta de seu problema de visão, não desanimou e como semente corajosa rompe a casca do desanimo e do amor próprio; sem perder de vista seu objetivo evangelizador: levar a imagem da Mãe a muitas outras famílias.
Da semente que se abre ao serviço comunitário, inicia-se uma nova safra. João preencheu seu coração de caridade, se colocou a ajudar aqueles que mais precisavam, levou a Imagem da Mãe Peregrina, semeando a esperança e a solidariedade. A partir dessa motivação criou a Vila Nobre da Caridade. “Morada gratuita para os pobres, para educar, para formar, para o pobre dar-se valor como pobre… Formar cidadãos e, também… que tenham religião, conhecimento da religião”.
A Vila Nobre da Caridade era formada por casas feitas em mutirão com a ajuda de toda comunidade, para acolher pessoas desabrigadas, emigrantes etc. Funcionava como estímulo e ponto de partida para o desabrochar de novas sementes humanas. Pela palavra e vivência do Evangelho, formava pessoas não só cientes e capazes de realizar seus dons e talentos, mas também, pela acolhida e testemunho de vida, prontas a incentivar muitos outros a encontrar um novo modo de viver.
Ser semente fecunda do Amor de Deus
Como semente especial e cheia do amor de Deus, nunca esqueceu suas responsabilidades domésticas e frutificou uma família unida, de valores sólidos, comprometida também com seu povo e seu tempo. “Pouco importa mover o mundo inteiro; se eu descuidar a minha família, não estou fazendo nada… Porém, tudo andava bem. Se Deus quiser que alguém realize esta missão, então ele pode cuidar da sua família, pode fazer tudo.”
Ser paciente e persistente como Cristo, o grande Semeador
Vencendo dificuldades e desafios, sempre persistindo em sua missão, João Pozzobon se tornou o “incansável peregrino”, confiou na Divina Providência, percorrendo mais de 140.000km (a maioria deles a pé), visitando lares, escolas e presídios etc. Enfrentando sol forte, calor ou chuva. Carregando em seus ombros curvados e doloridos, a presença e a imagem da Mãe Peregrina.
O Servo de Deus fez de si mesmo uma semente de serviço cristão, que nesse jubileu de 70 anos, que se inicia com o Ano João Pozzobon, se mostra na força da Campanha da Mãe Peregrina, uma vigorosa primavera do amor de Deus pelos homens.