Quais foram os elementos essenciais para o anúncio de Jesus?
“Quem dá testemunho de Cristo mostra a beleza da meta, mais do que o cansaço do caminho. Todo anúncio digno do Redentor deve comunicar libertação.” O Papa Francisco fez uma reflexão sobre Jesus como mestre do anúncio, inspirado na passagem em que Cristo vai à sinagoga de Nazaré e lê um trecho do profeta Isaías. Francisco destaca cinco elementos essenciais no anúncio de Jesus:
O primeiro é a alegria: «O Espírito do Senhor está sobre mim; […] enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres». “Boa nova: não se pode falar de Jesus sem alegria, porque a fé é uma maravilhosa história de amor a ser partilhada. Testemunhar Jesus, fazer algo pelos outros em seu nome. Quando falta alegria, o Evangelho não passa, pois ele é bom anúncio, anúncio de alegria. O cristão triste pode falar de coisas maravilhosas, mas será tudo em vão se o anúncio que transmite não for jubiloso”.
O segundo é a libertação: Jesus diz que foi enviado «para anunciar a libertação aos pobres». Isto significa que quem anuncia Deus não pode fazer proselitismo, não pode pressionar os outros, mas deve aliviá-los: não impor fardos, mas livrar deles; levar paz, não sentimento de culpa. Sem dúvida, seguir Jesus exige ascese, sacrifícios; de resto, se cada coisa boa o requer, quanto mais a realidade decisiva da vida!
O terceiro elemento é à luz: Jesus diz que veio para restituir «a vista aos cegos». “Aqui não se trata apenas da vista física, mas de uma luz que faz ver a vida de uma maneira nova. Há um “vir à luz”, um renascimento que só se verifica com Jesus (…). A vida cristã teve início para nós: com o Batismo, que antigamente se chamava ‘iluminação’. E que luz nos dá Jesus? A luz da filiação: com Ele, somos filhos de Deus, amados para sempre, não obstante os nossos erros e defeitos (…) A vida já não é um avançar cego rumo ao nada, não é questão de destino ou sorte, não é algo que depende do acaso ou das estrelas, nem sequer da saúde e das finanças, mas do amor do Pai, que cuida de nós, seus filhos amados. Como é maravilhoso partilhar esta luz com os outros”!
O quarto elemento é a cura: Jesus diz que veio «para libertar os oprimidos». “Oprimido é aquele que, na vida, se sente esmagado por algo: doenças, fadigas, fardos no coração, sentimento de culpa, erros, vícios, pecados. Oprimidos por isso. Pensemos, por exemplo, no sentimento de culpa. Quantos de nós passaram por isso? O que nos oprime é aquele mal que nenhum medicamento ou remédio humano pode curar: o pecado. E se alguém tem sentimento de culpa é por algo que fez e se sente mal. Mas, a boa notícia é que com Jesus este mal antigo, que parece invencível, já não tem a última palavra. Eu peco porque sou fraco. Todos nós pecamos, mas esta não é a última palavra. A última palavra é a mão de Jesus estendida que nos levanta do pecado. Do pecado, Jesus cura-nos sempre e gratuitamente. Ele convida quantos estão «cansados e oprimidos» a ir até Ele.
Acompanhar alguém ao encontro de Jesus significa levá-lo ao médico do coração, que alivia a vida. Quem carrega fardos precisa de um carinho no passado. Muitas vezes ouvimos dizer: preciso curar o meu passado, preciso de um carinho no meu passado que me pesa muito. Tem necessidade de perdão. E quem acredita em Jesus tem para oferecer ao próximo a força do perdão, que liberta a alma de todas as dívidas. Irmãos e irmãs, não se esqueçam de que Deus perdoa tudo porque esquece os nossos pecados. É necessário que nos aproximemos Dele e Ele nos perdoa”.
O quinto e último elemento é o feliz anúncio dirigido aos pobres: “Muitas vezes nos esquecemos dos pobres que são os destinatários explicitamente mencionados por Jesus, porque são os prediletos de Deus. Lembremo-nos deles, e recordemos que, para receber o Senhor, cada um de nós deve fazer-se ‘pobre dentro’: ou seja, superar toda pretensão de autossuficiência para compreender que é necessitado de graça, sempre necessitado d’Ele. Se alguém me perguntar: Padre, qual é o caminho mais curto para encontrar Jesus? Faça-se necessitado. Faça-se necessitado de graça, necessitado de perdão, necessitado de alegria. E Ele se aproximará até você.”
Com informações de: vaticannews.va