“Teu Santuário é nossa Nazaré oculta em tempos lúgubres,
sem fé. Fiel à Carta Branca, filialmente,
combaterei a infernal serpente”.
O IV Domingo do Advento nos conduz ao coração do mistério: o Fiat de Maria. Um “sim” pronunciado na obscuridade, sem garantias, apenas sustentado pela confiança absoluta no Pai.
Nesse instante, a Palavra eterna encontrou morada, e a promessa se fez carne. Por isso, a bem-aventurada é aquela que acreditou – acreditou quando tudo parecia pequeno, quando Belém era só um ponto perdido no mapa, quando a salvação ainda repousava invisível no horizonte da humanidade.
Assim também é a nossa Aliança de Amor. Ela nos pede um fiat semelhante ao de Maria: ousado, filial, silencioso e firme. Pede-nos fé cega no plano de Deus, que se realiza a partir de Schoenstatt, como um novo Belém onde o Salvador deseja nascer hoje. No IV Domingo do Advento de 1930, o Pe. José Kentenich lembrou: “Toda a beleza da Filha de Sião está no seu interior, e toda esta beleza será revelada a Jesus.” A beleza que Deus espera encontrar em nós é essa entrega inteira, essa confiança que nada exige e tudo oferece.
Queremos, então, oferecer à Mãe o amor terno e caloroso de nossa doação filial. Sabemos que, quando uma família é chamada para uma missão especial, também é provada de modo especial. O inimigo semeia a discórdia, tenta fragmentar, dispersar, esfriar. Mas Deus, que conduz a história, coloca Seus filhos diante de decisões que moldam a alma e fortalecem a vocação. Se Ele escolheu nossa Família de Schoenstatt para tarefas grandes e exigentes, também nos dará a graça de permanecer fiéis quando o caminho pedir coragem.
Por isso, este domingo nos convida a purificar o coração. A aproximar-nos do perdão, a reconhecer nossas faltas, nossas friezas e infidelidades, e a reacender o amor fraterno. Só assim a Noite Santa poderá encontrar espaço em nós. Só assim a Mãe poderá reclinar o Deus-Menino em nossa alma como num berço pequeno, mas cheio de amor.
Alegrem-se os céus, exulte a terra: o Senhor virá e terá compaixão dos pequeninos.
Que Ele nos encontre vigilantes e humildes, capazes de dizer com Maria:
“Mãe, prepara nossa alma.
Dá-nos um espírito humilde e filial,
que diga sempre ‘sim’ ao Pai
e se abra a Cristo no Santo Natal.”





