Um homem sozinho pode mover o mundo

Na educação dos filhos, João sempre se preocupou em manter um ambiente alegre e tranquilo. As boas ações eram premiadas com pequenos presentes e, quando se dava a situação contrária (más ações), ele sabia contornar a situação e corrigir aquele que errou, sempre mantendo o clima de confiança.

Ele estimulava os filhos a serem obedientes e, no final do ano, recebiam presentes por seu bom comportamento. Em uma caderneta pessoal, anotava suas observações sobre o modo de comportar-se de cada filho; com isso, ele podia acompanhar melhor o desenvolvimento de cada um. Podemos imaginar as expectativas que geravam nos filhos essas observações! Elas serviam como uma espécie de termômetro, capaz de refrear a “temperatura” boa ou má de cada filho e possibilitavam ao pai poder avaliar os efeitos de suas ações educativas, podendo melhorar a si mesmo.

 

 

À noite, quando João chegava em casa, cansado do trabalho, sentava-se, contava o que havia acontecido durante o dia e ouvia o que os filhos tinham para dizer. Sempre havia algo para contar e para ouvir. Nos dias em que não precisava sair para trabalhar fora, João pegava a enxada e ia à horta nos fundos de casa. Enquanto trabalhava, rezava o Rosário.

Se precisasse ficar mais tempo fora de casa, em viagem por causa da Mãe Peregrina, João sempre cuidou que ninguém precisasse fazer seu trabalho. Adiantava tudo o que era possível e, se julgava necessário, pagava uma pessoa, para que assumisse sua responsabilidade, por exemplo, tirando o leite da vaca, cortando a lenha, para que a família não acumulasse o trabalho devido à viagem do pai.

João disse certa vez: “Quando é algo de Deus, algo divino, um homem sozinho pode mover o mundo. Eu havia dito à Mãe e Rainha que pouco importava mover o mundo inteiro, se descuidasse de minha família. Se isso acontecesse, não estaria fazendo nada… Porém, tudo foi bem. Quando Deus quer que se realize uma missão, uma pessoa pode cuidar de sua família, pode fazer tudo.”[1]

Desse modo, vemos que na vida do Diácono João Luiz Pozzobon, ter o coração no céu, nunca foi um impedimento para viver com os pés firmemente ancorados na terra. Não é à toa, que sendo questionados pelo Bispo, a fim de saber se algum dos sete filhos tinha algo contra as atitudes do pai, todos foram unânimes em afirmar que acreditam na santidade do pai que tiveram.

 

Imagem: Arquivo Secretariado

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[1] Uriburu, Esteban. Herói hoje, não amanhã