Hoje celebramos a festa de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos reunidos, em oração, no Cenáculo. Momento único, em que os Apóstolos compreendem, pela força dos dons do Espírito Santo, a pessoa e a missão de Jesus e as mensagens que lhes transmitiu. A partir dessa profunda experiência, os Apóstolos perdem o medo e se tornam corajosas testemunhas da ressurreição de Jesus, enfrentando todo o tipo de dificuldades, até o martírio.
Aqueles homens sem instrução passam a falar de Cristo a multidões, de modo convincente e claro, a testemunhá-lo diante de autoridades civis e religiosas e a compreender, profundamente, que não há maior alegria do que a de sofrer pelo Cristo, que os amou primeiro. Tudo o que têm de suportar, o fazem de coração agradecido, como meio de provar seu amor a Cristo e sua adesão ao Evangelho. A partir de Pentecostes, os Apóstolos só têm um objetivo e um único anseio: anunciar que Jesus está vivo, que Ele morreu e ressuscitou para nossa salvação e que o sentido de nossa vida é viver por Cristo, pela Trindade Santa.
Podemos imaginar a imensa felicidade da Mãe de Deus ao contemplar todos esses prodígios! Ela, que já era plena do Espírito Santo, desde a sua concepção imaculada e depois, de modo, muito especial, na hora da Anunciação, estava entre os Apóstolos, como um sinal de esperança. Mas quando são todos envolvidos pelas línguas de fogo e recebem a força do alto, ela se torna a Rainha dos Apóstolos! Ela também havia experimentado a coragem e a força da plenitude do Espírito Santo, pois após a Anunciação, vai às pressas ajudar sua prima, enfrentando uma viagem longa, sozinha, sem medo ou preocupação consigo mesma, pelo fato de estar esperando o Filho de Deus.
Abrir o coração ao atuar do Espírito
Como filhos de Schoenstatt, como filhos de nossa Mãe e Rainha, queremos dar a ela essa alegria que lhe deram os Apóstolos: estarmos abertos ao atuar do Espírito Santo, reservamos tempo para a oração pessoal, para que o Espírito Santo tenha ocasião de nos inspirar, de nos educar, de nos ensinar as suas verdades. Ele quer nos ensinar a sermos testemunhas de Jesus ressuscitado, mais pela nossa vida cristã coerente, por obras concretas do que por palavras, mas também por palavras. Ele quer nos ensinar a vencer o medo e a preocupação excessiva conosco mesmos, com o futuro da nossa família ou de quem amamos, para crescermos numa inabalável confiança em Deus. Ele quer nos ensinar a sair de nós mesmos para servir, escutar e ajudar a quem está mais próximo de nós, sejam as pessoas que convivem conosco em casa, no trabalho, no estudo ou alguma pessoa carente que encontramos quase todos os dias na rua e nem mesmo lhe dizemos bom dia. Assim estaremos, na prática, formando a nova terra mariana, nosso objetivo deste ano.
Acima de tudo, o Espírito Santo quer nos ensinar a dizer a palavra mais confortadora que existe, que nos dá o mais profundo sentimento de abrigo e segurança: Abba, Pai! É o Espírito Santo que clama em nós: Pai nosso, meu Pai! Quando a pronunciamos do fundo do coração, sentimo-nos fortes e podemos também dar um sim aos planos do Pai a nosso respeito, mesmo que sejam planos diferentes do nosso. Pe. José Kentenich, nosso Fundador, assim reza:
“Espírito Santo, faze-me entender o que devo fazer, faze-me entender o que devo sofrer, faze-me entender o que devo aceitar, carregar e suportar…”
É o Espírito Santo que nos ensina e nos ajuda a entender nossa missão pessoal e dar tudo por ela, mesmo que inclua sofrimento. Ele também nos ensina a sermos pessoas alegres, pois um dos frutos do Espírito Santo é a alegria de quem se sente amado, amparado e protegido por Deus.
Por isso, rezamos: Vem, Espírito Santo e renova a face da terra!
(Texto baseado nas palavras do Pe. José Kentenich do livro Movido pelo Espírito – Textos escolhidos sobre o Espírito Santo).