Pe.Francisco José Lemes Gonçalves – Numa só festa a Igreja reúne essa multidão de homens e mulheres “que lavaram suas vestes no Sangue do Cordeiro” e após este “vale de lágrimas”, Jesus lhes foi mostrado e vivem a Vida Eterna à qual um dia todos nós estaremos juntos nisto que rezamos no Creio: a comunhão dos santos!

Somos chamados a santidade todos os dias, chamados a santificar nossa vida, nosso trabalho, nossas relações, nossos pequenos ou grandes atos. Mas a verdadeira santidade vem de Deus, ele é a fonte e origem de toda a santidade! Jesus já nos orienta para isso: “Sede santos com vosso Pai do Céu é Santo”. Nas exigências da Aliança de Amor a Mãe de Deus nos exige isso: “essa santificação eu exijo de vós”.

Os santos que a Igreja canoniza, ou seja, reconhece suas virtudes, seu heroísmo, sua coragem na ação evangelizadora; não são pessoas diferentes de nós, muito pelo contrário: seu reconhecimento é para nos dizer que é possível ser santo nas diversas circunstâncias da vida e nos seus estados; como: na vida matrimonial, na vida infantil a juventude, na vida celibatária, na vida virginal e até na idade avançada. A santidade perpassa toda a nossa vida!

Espírito livre

Nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, experimentou na sua vida a santidade diária e fez das diversas circunstâncias que passou motivo para se santificar. Sua santidade exalava aos que dele se aproximava. No Campo de Concentração – lugar de morte, o até chamado “inferno de Dachau” – exalava alegria de um espírito livre que aos prisioneiros confortava. Nas incompreensões pelo Obra de Schoenstatt, as atravessou com segurança na Mãe de Deus e na Divina Providencia que tudo lhe providenciaria, exalando santidade, as venceu e não perdeu sua humildade e sua filialidade com o Pai que via que tudo que lhe fazia era por puro Amor.

Podemos nos perguntar: “Ah…, mas era uma pessoa especial!”, “Ah… ser santo não é para mim não?!”, “Ah… ser santo… Deus me livre!” E assim vai. Não, como dizia o apóstolo Paulo: “Não podemos nos conformar com este mundo” e sim transformá-lo por uma vida santa no nosso dia a dia, fazendo tudo POR amor, COM amor e PARA o amor, tendo Deus como fonte de toda a santidade.

Aliança de Amor com Maria

Mais uma vez olhemos para a vida de Pe. José Kentenich. A Aliança de Amor selada em 18 de outubro de 1914, com a Mãe de Deus na capelinha de Schoenstatt e junto com ele os corações nobres daqueles seminaristas, davam aos cuidados da Toda Santa, Maria Imaculada, a que gerou o Santo dos Santos, a formação da santidade a ser vivida no cotidiano da vida, fazendo disso uma contribuição valiosa ao capital de graça combustível dos Santuários de Schoenstatt! Ser santo é possível, não por nós mesmos, pois, “sem mim nada podeis fazer” – já dizia Jesus: O mundo precisa de santos. Santos da realidade em que vivemos, não se adequando, mas transformando com a simplicidade de viver a vida e a vivendo com amor.

Santidade de todos os dias

Voltemos nossa atenção às palavras do Pe. Kentenich sobre viver a santidade de todos os dias:

“Por santidade de todos os dias não se entende santidade domingueira, isto é, a do sétimo dia da semana, quando tocam os sinos e vamos à igreja, trajando nossas melhores roupas. É a santidade praticada nos outros seis dias da semana, nos quais não temos o festivo ambiente dominical e nos encontramos com a sobriedade e monotonia do trabalho a realizar. O santo do dia a dia santifica seu trabalho, vive santamente durante toda a semana, em tudo o que faz imprime o selo da santidade. Alegrias e tristezas, trabalhos e descanso, orações, palavras e conduta: executa tudo extraordinariamente bem, por amor, isto é, santamente. Ama e vive as coisas naturais e o sobrenatural como um todo, como um grande organismo vivo. A natureza é para ele base e fundamento para o sobrenatural; tudo que existe no céu e na terra o eleva às alturas, torna-se ponte e guia para Deus. Quando, de alguma forma, descobre a vontade de Deus, coloca-a imediatamente em prática e sempre que observa ou experimenta algo na vida, ergue os olhos ao céu e pergunta o que Deus lhe quer dizer com este acontecimento. Conhecer, amar e viver são intimamente relacionados, para ele”. (KENTENICH, Padre José; NAILIS, M. A.. Santidade de todos os dias: Espiritualidade laical de Schoenstatt – Volume I)