Jesus, na cruz, é nosso grande amor!

Toda a vida de Jesus está orientada para este momento supremo. Com muito custo, Jesus consegue chegar ofegante e exausto ao cimo daquela pequena Colina chamada “Lugar da Caveira”. A seguir, estendem-no no chão e começam a pregá-lo no madeiro. Introduzem primeiro os ferros nas mãos. Depois é levantado até ficar erguido sobre a trave vertical, fixada no chão. Por fim, pregam seus pés. Maria, a Mãe, contempla a cena.

O Senhor está firmemente pregado na cruz. Tinha esperado por ela durante muitos anos e, naquele dia, cumpria-se o seu desejo de redimir os homens. Aquilo que até então tinha sido um instrumento infame converte-se em árvore de vida e escada para o céu. Jesus, ao estender os braços sobre a cruz, diz silenciosamente que terá sempre os braços abertos para os pecadores que dele se aproximarem. Jesus, na cruz, é nosso grande amor!

Jesus está suspenso na cruz. Ao seu redor, o espetáculo é desolador: alguns passam injuriando-o, os mestres da lei zombam dele e outros passam indiferentes, simplesmente observam o que está acontecendo. Muitos dos presentes o tinham visto abençoar, pregar uma doutrina salvadora e fazer milagres. Não há censura alguma nos olhos de Jesus, apenas misericórdia. Tudo o que Jesus padeceu é o preço do nosso resgate. Valemos o sangue precioso de Cristo! Jesus tinha medo dessa hora, até pediu que, se possível, o Pai afastasse dele este cálice de dor, mas sua atitude de filho obediente, que ama o Pai, é um ato supremo de liberdade interior: Pai, que não se faça a minha vontade, mas a tua! Jesus não se contentou em sofrer alguma coisa: quis esgotar o cálice para que aprendêssemos a grandeza do seu amor e a baixeza do pecado; para que fôssemos generosos na entrega, na obediência à vontade do Pai.

Na cruz se consuma a nossa redenção, aqui a dor do mundo e a nossa própria dor encontram o seu sentido, encontram respostas. Não permaneçamos indiferentes diante de um crucifixo! O que ele me diz? O que não posso suportar quando vejo o que Jesus sofreu por mim? Diante da cruz, encontramos forças para carregarmos os sofrimentos que Deus permite em nossa vida. Se abraçarmos a nossa cruz e unirmos nossas dores à imensa dor de Jesus, elas terão um valor infinito.

No meio de tantos insultos, o Senhor escutou, emocionado, uma voz que o reconhecia como Deus: um dos ladrões, depois de reconhecer os seus pecados, dirige-se ele: “Senhor, lembra-te de mim quando tiveres entrado no teu reino”. Jesus responde: “Em verdade, te digo que hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.

A eficácia da Paixão não tem fim. Vem inundando constantemente o mundo de paz, de graça, de perdão, de felicidade, de salvação. A redenção realizada uma vez por Cristo aplica-se a cada homem, com a cooperação da sua liberdade. Cada um de nós pode dizer de verdade: O Filho de Deus me amou e se entregou por mim. Não “por nós”, de modo genérico, mas por mim, como se eu fosse o único que existisse no mundo.

Jesus Cristo quis submeter-se por amor, com plena consciência, inteira liberdade e coração sensível. Ninguém morreu como Jesus, porque ele é a própria Vida. Ninguém expiou o pecado como Ele, porque ele é a própria Pureza. Nós recebemos agora os frutos daquele amor de Jesus na cruz. Só o nosso fechamento e dureza de coração pode tornar vã a Paixão de Cristo.

Jesus, depois de dar-se na Última Ceia, dá-nos agora o que mais ama na terra, o que lhe resta de mais precioso: sua própria mãe. Despojaram-no de tudo e Ele nos dá Maria como nossa Mãe. Com Maria, nossa Mãe, será mais fácil conseguir amar e abraçar a cruz.

Nesta hora da imensa misericórdia de Deus, unamo-nos a Jesus e ofereçamos, neste dia, o nosso silêncio, nossa oração, nosso jejum consciente, para que nele, nos convertamos um pouco mais.