Quem entra num Santuário de Schoenstatt logo visualiza o quadro de luz que brilha ao redor da imagem da Mãe de Deus, que ali é venerada como a “Mãe Três Vezes Admirável” (Mater Ter Admirabilis, MTA). No entanto, nem todo visitante sabe o nome da pessoa que confeccionou esse quadro de luz. Foi Fritz Esser, cuja tumba está localizada ao lado do Santuário de Schoenstatt em Weiskirchen, Diocese de Mainz, na Alemanha. Em 2019, há 100 anos, Fritz – na época com apenas 18 anos de idade e aluno do seminário palotino em Schoenstatt – trabalhava como serralheiro no tempo livre, dedicando cada minuto disponível para confeccionar esse presente à Mãe de Deus.
Iniciativa de um fervoroso amor a Maria
Fritz era aluno do Pe. José Kentenich e, mesmo com uma saúde debilitada, sempre se esforçava para acompanhar os altos ideais da turma de Congregados. Esse jovem, que uma vez disse de si mesmo ser dez vezes mais estúpido do que parecia, desenvolveu um ardente amor à Mãe de Deus e tudo empenhava por ela. Logo no início da fundação de Schoenstatt, para incentivar que seus colegas de classe visitassem muitas vezes o Santuário, ele o decorava e, no inverno, o aquecia – até mesmo fez um jardim na frente dele.
Com gratidão à Mãe de Deus, Fritz Esser dedicava cada minuto livre a cortar, serrar, lixar o quadro de madeira que colocaria ao redor da imagem da MTA. Ele era grato à Mãe pela ajuda nos estudos, pelo fim da I Guerra Mundial, pela fidelidade à vocação, pelo socorro nas dificuldades da doença e muitos outros motivos. É por tudo isso que teve a ideia de presentear um quadro à MTA no 5º aniversário da Congregação Mariana. Conseguiu, nessa empreitada, o apoio dos Irmãos Pallottinos e, com a ajuda deles, o quadro foi então equipado com luz elétrica.
Uma foto de muita luz
A “origem do lema ‘Servus Mariae nunquam peribit’ tem uma longa tradição católica que remonta, pelo menos, a Santo Anselmo (1033-1109) e com Santo Afonso Ligório (1696-1787) como especial propagador. Existem provas do seu uso em Schoenstatt em 1916 na variante Servus Maria non peribit. A expressão mais categórica nunquam (nunca) aparece já em abril de 1917 numa carta escrita por Max Brunner”. Com essa frase, “Esser preferiu esculpir um lema que lhe era muito querido”.
A inscrição: SERVUS MARIAE NUNQUAM PERIBIT (Um servo de Maria jamais perecerá) traz a convicção de uma jovem vida e de toda a Congregação Mariana. Presumivelmente, essa moldura foi anexada ao quadro no 5º aniversário da Congregação Mariana, no domingo de 27 de abril de 1919.
Até 1934, esse quadro de madeira permaneceu no Santuário Original. Mas o calor constante das lâmpadas contribuiu para que ele se desgastasse e a moldura teve de ser refeita em madeira. Mais tarde essa peça foi fundida em metais (1947), mas as palavras permanecem as mesmas – e adornam agora a imagem da MTA em todos os Santuários de Schoenstatt no mundo.
Quanta luz irradia dessa moldura há 100 anos nos Santuários e dá esperança e conforto a inúmeras pessoas!
Texto de schoenstatt.de, por Ursula Doll, com adaptações do editor Schoenstatt.org.br
[1] NIEHAUS, Pe. Jonathan. Herois de Fogo, A Fundação de Schoenstatt