Uma vivência que transforma lares e comunidades por meio da visita da imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt

Juliana Dorigo– Outubro é tradicionalmente o mês dedicado às missões na Igreja Católica, um tempo especial para renovar o compromisso com o Evangelho e levar a mensagem de Cristo a todos os cantos do mundo. Ser missionário é muito mais do que uma vocação; é um chamado que nos convida a sair de nós mesmos e servir ao próximo com amor e dedicação. Dentro da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, esse chamado ganha ainda mais sentido, inspirando inúmeras pessoas a se tornarem instrumentos de transformação em suas comunidades.

O Exemplo de João Pozzobon

Quando voltamos o nosso olhar para a missão, temos o exemplo de João Luiz Pozzobon, que iniciou a Campanha em 1950, em Santa Maria/RS, levando a grande imagem da Mãe Três Vezes Admirável nos ombros pelas casas, escolas, hospitais e presídios. Ele colocou todo seu amor em sua missão de salvar às famílias, proporcionando um encontro com Maria e seu filho Jesus, transformando a realidade de muitos lugares por onde passou, com as graças e bênçãos do Santuário.

A sua entrega foi um verdadeiro gesto concreto, onde ele se permitiu vivenciar a busca pela santidade diária, se esforçando cada dia mais por um propósito maior, mesmo com suas limitações. Pela força da Aliança de Amor, João Pozzobon rompeu barreiras e continentes. “Esta fonte alcança pleni­tude em conexão com a Palavra de Deus e com os Sacramentos, em que a aliança encontra sua riqueza perma­nente.” (URIBURU, 1985). Essa entrega total demonstrava sua compreensão de que a missão era mais do que uma simples atividade; era um verdadeiro compromisso com Maria e com Cristo.

Ao longo de sua vida, Pozzobon percorreu mais de 140 mil quilômetros a pé, contando sempre com a companhia inseparável da Mãe e Rainha. Ele se oferecia para ser seu instrumento, levando a Mãe de Deus ao encontro daqueles que necessitavam de seu abrigo maternal, chegando a lugares esquecidos, de difícil acesso. Sua vida de oração, especialmente a devoção ao Santo Rosário, e a renovação constante da Aliança de Amor com a Mãe e Rainha foram os pilares que sustentaram sua missão. O legado de Pozzobon continua vivo em todo o mundo, com os milhares de missionários que continuam seguindo seus passos levando a Mãe Peregrina a tantas realidades necessitadas de esperança e amor.

Enriquecendo a Vida e Transformando Comunidades

Talvez o missionário não tenha a real compreensão da importância do seu “sim” na construção de uma experiência que vai ajudar a enriquecer profundamente a vida de pessoas que nem conhecemos. É graças aos missionários que a Mãe Peregrina continua batendo de porta em porta levando as graças do Santuário. Um chamado transformador, que necessita de coragem, mas além disso, de amor ao próximo e força de vontade. Não é apenas o gesto de levar a imagem da Mãe e Rainha, mas é se deixar transformar interiormente, uma oportunidade de fortalecer a própria fé, crescendo na vivência da Aliança de Amor e na santidade de todos os dias dentro do Movimento Apostólico de Schoenstatt.

Experiência transformadora

Ser missionário é como um “trabalho de formiguinhas”, e assim, Deus escolhe os pequenos para grandes feitos. O Pe. Kentenich, Fundador da Obra de Schoenstatt, ao conhecer o trabalho missionário de Pozzobon disse: “Deus é aque­le que realiza as coisas maiores através dos mais pequenos”. (URIBURU, 1991)

Quando pensamos no impacto da missão, podemos refletir sobre as transformações das muitas realidades de comunidades pelo Brasil e pelo mundo. A presença da Mãe Peregrina, atuante na fé, mas também na solidariedade e fraternidade, contribuindo com a Igreja para que muitas famílias voltem a caminhar com Cristo e a participar das atividades comunitárias, fortalecendo laços, incentivando a participação nos sacramentos que a Igreja Católica oferece.

A Campanha é um instrumento de evangelização que vai além de palavras, levando consolo aos doentes, esperança aos desanimados e também o cuidado com o futuro das crianças e jovens, aproximando-os da vida de oração, levando a esperança aos desanimados e paz aos que enfrentam tribulações.

Neste instante, faça um momento de reflexão: quantos relatos de pessoas já ouviu que alcançou uma graça com a visita da Mãe Peregrina? Quantas pessoas você ajudou sem saber? Pessoas que encontraram o caminho por meio da visita que você ajudou a proporcionar.

Tempo de missão e oração

Neste mês tão especial, dedicado às missões, somos convidados a intensificar nossa vida de oração e renovação espiritual. A prática diária do Rosário, conforme nos ensinou São João Paulo II, é uma forma eficaz de meditar sobre a vida de Cristo e colocar todas as nossas intenções nas mãos amorosas de Maria. Por meio do Rosário, nos unimos em oração com toda a Igreja, pedindo a intercessão da Mãe e Rainha para que as missões frutifiquem e tragam abundantes bênçãos.

A renovação da Aliança de Amor com a Mãe e Rainha é outro aspecto essencial para os missionários. Reafirmar essa Aliança é fortalecer o compromisso com Maria e, por meio dela, com Cristo, renovando o ardor missionário e o desejo de transformar o mundo a partir da nossa entrega.

A missão não é uma tarefa isolada, mas um chamado a ser vivido em comunhão com a Igreja. Ser missionário é levar a Mãe Peregrina aos lares, às periferias e aos corações necessitados de esperança. Somos motivados a reavivar esse espírito missionário, a intensificar a oração do Rosário e a renovar nossa Aliança de Amor, confiando na intercessão poderosa da Mãe e Rainha para transformar a nossa vida e a de tantos outros ao nosso redor.

Que cada um de nós possa responder com generosidade ao chamado missionário, seguindo o exemplo de João Pozzobon e permitindo que Maria nos use como instrumentos para a construção de um mundo mais justo e fraterno.

Referências

URIBURU, Esteban J. 140.000km com a Virgem. Santa Maria: Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, 1985

URIBURU, Esteban J. Herói hoje, não amanhã. Santa Maria: Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, 1991