“O que vos digo, digo a todos: vigiai!”
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves– Iniciamos neste Domingo o Primeiro do Advento o Ano Novo Litúrgico da Igreja – que não coincide com o ano civil. Com estes quatro domingos nos prepararemos, incluindo a Novena de Natal, este belo tempo de fazer memória histórica da Encarnação e Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
No simbolismo da Coroa do Advento, acendendo num crescendo as quatro velas que iluminam o mundo (circularidade da coroa), nos enche de esperança (sua cor verde) pois, mais uma vez o bom Deus nos dá a graça de fazer memória do dia em que pelo sim da Virgem o céu tocou a terra e veio morar entre nós.
Neste ano, viveremos o Advento e o Natal de forma diferente por conta da pandemia. Por isso, deve ser ainda mais bem celebrado. É tempo de avaliar a ação de Jesus em nossas vidas, nosso testemunho e nossa coragem, assim como Maria e José e dizer: “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38)
O Natal inspirado na Família de Nazaré: sóbrio, entre os pobres, sendo o centro de nossas mesas a manjedoura onde nasceu Jesus, pobre entre animais e pastores. No desejo de ser uma família mais próxima, sem os parentes e amigos, pois assim foi com José e Maria. Creio que Deus queira, para quem nele crê e faz o bem ao próximo, um Natal despojado para assim nos surpreender como os pastores e magos do pequeno Menino das Palhas – como dizia Francisco de Assis, nos surpreender pela pequenez e grandeza de Deus!
E a liturgia nos prepara como o tema da vigilância. Vigia, diz o Senhor! O Advento tem essa dupla mão: contemplando o Mistério Histórico da Encarnação (pois Deus veio mesmo a Terra numa família), também estarmos atentos para a Vinda Segunda do Senhor. Não sabemos o dia e nem a hora, mas estejamos vigilantes pela oração, fração do pão, ação de graças, solidariedade para com os pobres (não somente nestas épocas, mas em toda as ocasiões); viver o hoje proposto por Deus, pois o futuro a Ele pertence e o passado está no oceano de sua misericórdia.
Temos umas ótimas companhias para essa vigilância: Maria e José. Aliás, dezembro deveria ser também o mês de Maria, pois é o mês que se completa seus dias para a dar à luz aquele que é a LUZ! Contemplando-a já em seu nono mês, queremos percorrer com ela o caminho que nos leva a Belém, permitir que ela recline mais uma vez seu Menino Luz na manjedoura do nosso coração.
Com nosso Pai e Fundador, o Pe. José Kentenich, façamos de nossos Santuários de Schoenstatt uma Nazaré, onde assim como Maria, passamos ser visitados pelo anjo do Senhor e na docilidade do Espírito gerar Jesus novamente para o mundo; em um Belém onde Cristo nasce todos os dias, nas santas missas, nas aberturas das portas dos sacrários onde ele fica a nossa espera. Um Feliz e Santo Tempo de Advento!
(Foto: Exe Lobaiza via cathopic.com )