A quaresma é um convite para trilhar o caminho de Jesus, o caminho do amor. E não há amor verdadeiro sem o sacrifício de si mesmo.

Desafiando a lógica e o pensar do tempo atual, o Papa Francisco chama a sair de si mesmo, para dedicar a vida no serviço aos irmãos. Porque “dedicar os próprios talentos, as próprias energias e o próprio tempo só para salvar, proteger e realizar-se a si mesmos, leva na realidade a perder-se, ou seja, a uma existência triste e estéril. Ao contrário, viver pelo Senhor e construir a nossa vida no amor, como fez Jesus, leva a saborear a alegria autêntica, assim a vida não será estéril, mas fecunda.”

Na vida do Diác. João Pozzobon eram grandes e numerosos os sacrifícios oferecidos à Mãe de Deus, no Capital de Graças, a fim de sustentar seu trabalho apostólico com a Mãe Peregrina. Chegava a caminhar até 15 km, levando no ombro a Imagem que pesava 11 quilos com a mala de roupa, de 8 quilos.

“Deus me dava coragem… nessa época eu ia por montes e vales, era uma beleza! As vezes sofria fome e passava sede, apanhava chuvas… porém nunca interrompi a Campanha, por um só dia, nunca perdi um dia, mesmo estando enfermo. Às vezes dormia à beira do caminho e em mais de uma ocasião dizia: Mãe, não posso mais…”        

O Sr. João Pozzobon tinha uma maneira especial de fazer as coisas, na certeza de ser apenas um instrumento nas mãos de Deus e da Mãe e Rainha. Sua pessoa e seu sacrifício abriam os corações a Jesus. Ele mesmo dá testemunho:

“Não é preciso falar muito. Só o sacrifício que fazemos vai convertendo, pouco a pouco, as pessoas. Não se trata do que nós fazemos, mas da ação de Deus por meio de nós.” 

Valorizava muito o Capital de Graças, que para ele era inseparável do dia da Aliança. Suas palavras deixam perceber o quanto ele vivia intensamente cada dia, na certeza de estar colaborando com a graça de Deus:

“O dia 18 é importante, é o dia em que a gente faz a entrega do mês inteiro… Mas eu tenho um sistema diário: cada dia vou ao Santuário; eu parto da minha casa às 6 horas; às 6:20, eu chego lá e me ajoelho; fico lá uns cinco minutos e, nesses cinco minutos, então, vou entregar o que eu fiz nas 24 horas que passaram. A cada dia faço minha entrega. A minha entrega é assim: entregar! Porque se a gente espera só pelo dia 18, não pode recordar tudo. Então, nas 24 horas, a gente fez alguma coisa, ou se ficou em branco. Por isso, então, cada dia é importante…”

Que aprendamos com o exemplo do Diác. João Pozzobon a transformar nossos sacrifícios e sofrimentos diários em dons e ofertas ao Capital de Graças de nossa Mãe e Rainha. E vivamos intensamente nossa vida, na certeza de colaborar para a salvação e renovação do mundo e das famílias.

 

Imagem: arquivo CMP