Ir. M. Ana Paula Hyppólito – Hoje, existem vários e novos tipos de agrupações que as pessoas dão o nome de “família”. Dizem que são novos “estilos de família”. É verdade que cada família adota, assume um estilo de vida diferente, tem seu próprio modo de ser, seu modo original, mas nem tudo podemos chamar de família.
O maior anseio de um ser humano é ter uma família, é estar inserido numa família, amar e ser amado numa verdadeira família. Esse processo de relacionamento interpessoal na família dura a vida toda, nunca estamos totalmente prontos e doutorados no assunto, precisamos aprender a conviver, cada dia, um pouco mais.
Neste contexto o perdão é um fator essencial.
Podemos dizer que, para uma família permanecer família e durar para sempre, o único caminho é o perdão. Assumir o perdão como estilo de vida pessoal e familiar.
O perdão como estilo de vida! É impossível que nos relacionamentos entre pais e filhos, entre cônjuges, entre irmãos, acertemos sempre e nunca façamos nada que desagrade o outro. Somos humanos e não anjos. Por isso, adotar o perdão como estilo de vida é uma opção inteligente e mais do que necessária!
A vida é muito curta e se quisermos vivê-la intensamente e não apenas “passar por ela”, empurrar um dia após o outro, acumulando vivências negativas, precisamos do perdão. O que temos de mais importante em nossa vida é a nossa família, não a troquemos por nada!
O perdão como estilo de vida significa não só perdoar as injustiças e ofensas sofridas, mas tudo aquilo que ainda está por vir. Se convivo com uma pessoa difícil, que continuamente me dá “alfinetadas”, preciso me vacinar por dentro, preciso dizer a mim mesmo e pedir essa graça na oração: quero e vou perdoar esta pessoa antecipadamente, tudo o que ela ainda vai me fazer está perdoado, pois quero vencê-la pelo amor, pela misericórdia, pela bondade. Então, quando chega uma nova “alfinetada” estamos preparados, vacinados, o “vírus” da ofenda não se propaga, nem nos contamina, pois logo é combatido pelos anticorpos do perdão.
Não podemos viver no ciclo: “ação-reação”, a ofensa rebatida com mais ofensa ou com mágoa, tristeza ou raiva se torna um círculo vicioso que nunca tem fim. O ponto final só pode ser o perdão e não o “ter razão” ou ter a última palavra. E quem tem a coragem de dar o primeiro passo no perdão é a pessoa mais forte, mais resistente e mais inteligente.
Ensinemos nossos filhos e netos, por palavras e exemplo, a cultivar o estilo de vida do perdão, não só em casa, mas também com os amigos, vizinhos, colegas de estudo e de trabalho. Nossa família ganhará muito com isso.
Peçamos a ajuda de nossa Mãe e Rainha e do Pe. Kentenich nessa “empreitada”. Perdoar não é um processo fácil, mas vale a pena! Eles nos ajudarão, pois seu maior objetivo é tornar-nos semelhantes a Jesus, rosto da misericórdia do Pai. Quanto mais o conseguirmos, mais nos tornaremos semelhantes a Deus, cuja essência é misericórdia e perdão.