José Kentenich foi ordenado Sacerdote em 08 de julho de 1910
“Concede, ó meu Deus, que todos os espíritos se unam na verdade e todos os corações no amor”. (Oração escolhida para sua ordenação sacerdotal).
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves– O menino José Kentenich no dia de sua Primeira Comunhão expressa o desejo de ser padre. Neste dia, o Senhor o elege como seu instrumento para realizar suas maravilhas, como fizera com sua Mãe. Eleição que contém calvários e a coragem de a cada dia tomar a cruz e seguir o Mestre. Podemos dizer que a Mãe de Deus já o preparara quando entrando para o Orfanato, presencia sua mãe, Catarina Kentenich, entregando sob os cuidados da Virgem; no orfanato representada numa imagem da Virgem do Rosário. Ali numa atmosfera mística, o Filho confidencia a Mãe seu eleito e lhe dá plenos poderes sobre aquele infante coração.
Desafios do sacerdócio
Pe. José Kentenich
Seu sacerdócio foi marcado por grandes desafios, digno de quem se dispõe a seguir seu Mestre sem nenhuma reserva. Seu plano era ser missionário na África como um bom Palotino de coração missionário, mas… Deus tinha lá seus planos. Como diretor espiritual do seminário, diante de meninos cansados da rigidez da época, ele com seu jeito paternal de alma mariana conquista aqueles corações levando-os a uma Aliança de Amor com Maria na capelinha de Schoenstatt, num 18 de outubro que Deus provera em seus insondáveis planos.
Também como Cristo, oferece-se ao Campo de Concentração fazendo do que se conhecia como o “inferno de Dachau” um céu, mesmo diante de muitas provações e mortes. Sai como Cristo Ressuscitado vitorioso daquele lugar e que mais tarde o prepararia para sua grande prova: o exílio colocado pela Igreja.
Moldado pela Mãe de Deus, enfrentou com serenidade momentos difíceis e caluniosos, sempre numa confiança inabalável na Mãe de Deus e envolto no amor do Pai, qual seu Filho Jesus confiava no Pai nos momentos mais duros de sua vida terrena. Foi obediente como o Cristo (que o foi até a morte e morte de Cruz), como o Cristo foi obediente quando lhe foi decretado o exílio onde permaneceu por 14 anos.
Zeloso pastor
Neste tempo foi um zeloso pastor de almas, sem revelar o motivo estar ali, a Obra de Schoenstatt crescia, seus filhos espirituais se uniam a ele nas orações e provados compreendiam ser este o momento de fortalecimento de toda a Obra. Obediente retorna num telegrama misterioso o qual confere a Mãe de Deus sua bondosa intervenção e Paulo VI – sucessor de Pedro na época e hoje santo – recebe-o em audiência lhe devolvendo seu filho a Schoenstatt.
Idoso, mas incansável, pois lhe pulsava uma alma mariana missionaria, não parou e nem desanimou como poderíamos imaginar; depois de tudo mereceria repouso. Mas, não! Empenhou-se ainda mais, morrendo depois de uma Santa Missa e benção de uns rosários para uns fiéis que lhe requisitaram.
Sobre seu túmulo está sua aliança de amor: Amou a Igreja, esposa de Cristo, ícone de Maria. Dilexit Ecclesiam (Ele amou a Igreja).
Filho querido de Maria
Temos muito que aprender dele! Sua solicitude para com as urgências do tempo tendo seus ouvidos colados ao coração de Deus. Sua paternidade que a todos acolhia como filhos espirituais muito amados. Sua confiança na Mãe de Deus que cuida de tudo perfeitamente e sua união estreita com Cristo no sacrifício eucarístico. Quando eu era da Legião de Maria existe uma oração que rezávamos ao final de nossas reuniões e olhando nosso Pai e Fundador posso com alegria lhe dirigir a ele, como filho querido de Maria que foi aqui na terra e agora mais ainda no céu.
Fé inabalável
Segundo a oração nosso Pai e Fundador estava “sob o estandarte da Virgem”, nos momentos difíceis teve “uma fé firme e inabalável como uma rocha” que lhe assegurou estar “calmo e resoluto, no meio das cruzes, dos trabalhos e decepções da vida” também teve uma “fé corajosa para empreender grandes coisas, por Deus e pela salvação das almas” e como finda a oração, “após vencer as batalhas da vida … com Maria está reunido no céu”… assim como São Paulo, nosso Pai Fundador pode dizer: “combateu o bom combate… está reservado a coroa da vitória”.
Filhos de Schoenstatt
São João Paulo II uma vez já dissera: “canonizai-vos vós mesmos”… quem sabe essa é a hora dos filhos de Schoenstatt com suas ofertas ao Capital de Graças e torna-lo conhecido ele, esse filho predileto de Maria, fiel sacerdote e esposo casto e obediente da Igreja, brilhe com a luz de Cristo, para estes novos tempos que estão por vir depois desta pandemia!
