Ciclo de catequese do Papa sobre a paixão evangelizadora e o zelo apostólico
Por que Jesus é o Verbo, ou seja, a Palavra? O Papa Francisco nos ensina que Jesus “está sempre em reação, em saída, nunca isolado. Com efeito, a palavra existe para ser transmitida, comunicada. Assim é Jesus, Palavra eterna do Pai comunicada a nós. Cristo não só tem palavras de vida, mas faz da sua vida uma Palavra, uma mensagem: ou seja, vive sempre voltado para o Pai e para nós. Sempre olhando para o Pai que o enviou e olhando para nós aos quais Ele foi enviado”.
Intimidade e oração
Em sua vida, Jesus nos deixou o verdadeiro testemunho de intimidade com o Pai por meio da oração. “Todas as decisões e escolhas importantes são feitas depois de ter rezado. Nesta relação, na oração que o une ao Pai no Espírito, Jesus descobre o sentido do ser homem, da sua existência no mundo porque Ele está em missão para nós, enviado pelo Pai a nós”, diz o Papa.
A chave do seu agir no mundo
O Santo Padre esclarece que Jesus “nos oferece a chave do nosso agir no mundo: despender-se pelos pecadores, tornando-se solidário para conosco sem distâncias, na partilha total da vida”. Qual é a missão de Jesus? Ele “dirá que não veio «para ser servido, mas para servir e dar a sua vida». Todos os dias, depois da oração, Jesus dedica toda a sua jornada ao anúncio do Reino de Deus e a dedica às pessoas, sobretudo aos mais pobres e frágeis, aos pecadores e doentes. Ou seja, Jesus está em contato com o Pai na oração e depois está em contato com as pessoas para a missão, para a catequese, para ensinar o caminho do Reino de Deus”.
Ser pastor, um verdadeiro estilo de vida
Jesus se apresenta a nós como o Bom Pastor, aquele que dá a sua vida pelas ovelhas. “Em síntese, Jesus não faz algo por nós, mas dá a vida por nós. O seu é um coração pastoral. Ele é um pastor com todos nós”, explica o Papa. Devemos nos inspirar no Bom Pastor em nosso agir pastoral. “Quem está com Jesus, descobre que o seu coração pastoral bate sempre por quantos estão perdidos, transviados, distantes. E o nosso? Muitas vezes temos uma atitude estranha com quem é um pouco difícil ou é um pouco difícil para nós”, e dizemos: “É problema dele, que se vire. Jesus nunca disse isso, nunca. Ele vai ao encontro de todos, de todos os marginalizados, dos pecadores. Ele era acusado disso: de estar com os pecadores, porque levava aos pecadores a salvação de Deus”.
Ter um coração pastoral
Mais uma vez, o Papa Francisco nos chama a atenção para o zelo Apostólico: “Se quisermos treinar o nosso zelo apostólico, devemos recordar sempre a parábola da ovelha perdida, contida no capítulo 15 de Lucas. Ali podemos entender o que é o zelo apostólico. Descobrimos que Deus não contempla o redil das suas ovelhas, nem as ameaça para que não vão embora. Pelo contrário, se uma sai e se perde, não a abandona, mas vai à sua procura. Não diz: ‘Foi-se, a culpa é dela, o problema é seu’”.
Como reage o coração pastoral? Ele “sofre e arrisca. Sofre: sim, Deus sofre por quem parte, e na medida em que o chora, ama-o ainda mais. O Senhor sofre quando nos distanciamos do seu coração. Sofre por quem não conhece a beleza do seu amor, nem o calor do seu abraço. Mas, em resposta a este sofrimento, não se fecha, mas arrisca: deixa as noventa e nove ovelhas que estão a salvo e aventura-se em busca da única que se perdeu, fazendo assim algo arriscado e até irracional, mas em sintonia com o seu coração pastoral, que tem saudade de quantos se foram. Quando ouvimos falar que alguém deixou a Igreja o que dizer? Que se vire? Não.”
“Jesus nos ensina a saudade daqueles que se foram. Jesus não tem raiva nem ressentimento, mas uma irredutível saudade de nós. Jesus tem saudade de nós. Este é o zelo de Deus!”
O Papa Francisco nos deixa uma reflexão: “Talvez sigamos e amemos Jesus há muito tempo, sem nunca nos perguntarmos se compartilhamos os seus sentimentos, se sofremos e arriscamos, em sintonia com o seu coração pastoral! Não se trata de fazer proselitismo, para que outros sejam “dos nossos”, mas de amar a fim de que sejam filhos felizes de Deus. Evangelizar não é fazer proselitismo. Fazer proselitismo é uma coisa pagã, não é religioso nem evangélico”.
Rezemos com o Papa pela “oração a graça de um coração pastoral, aberto, próximo a todos, para levar a mensagem do Senhor e ouvir os que têm saudade de Cristo. Sem este amor que sofre e arrisca, correremos o risco de nos apascentarmos unicamente a nós mesmos”.
Com informações de: vaticannews.va