Diocese de Araguaína, no estado de Tocantins/TO
O Papa Francisco anunciou uma nova diocese para o Brasil, trata-se da Diocese de Araguaína, no estado de Tocantins/TO, conforme comunicado desta terça-feira (31), pela Sala de Imprensa da Santa Sé, com a divisão do território das Dioceses de Tocantinópolis e Miracema, tornando-a sufragânea da Arquidiocese Metropolitana de Palmas. O Santo Padre nomeou como primeiro Bispo da diocese, Dom Giovane Pereira de Melo.

Dom Giovane Pereira de Melo./ Foto: Diocese de Tocantinópolis
De acordo com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) a Diocese já estava no horizonte do povo tocantinense há mais de 40 anos e terá uma população estimada de 308.200 habitantes, em um território de 35.826,93 km², distribuídos em 19 munícipios do meio-norte tocantinense. A diocese de Araguaína contará com 22 paróquias, 18 padres diocesanos, 13 padres religiosos, 8 diáconos permanentes, 12 seminaristas e 15 religiosas. A matriz de São Sebastião será a catedral provisória da nova diocese.
Sonho antigo
Em 1978, o Estado do Tocantins ainda não existia, o território fazia parte do Estado de Goiás e as dioceses estavam reunidas no Regional Centro-Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Naquele ano, foi encomendado ao Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris), um estudo da realidade socioeconômica das dioceses e prelazias que compunham o Regional. O relatório, assinado por Célia Maria Santos Bertone, propunha, já naquele tempo, uma nova diocese com sede em Araguaína.
A proposta, no entanto, não foi levada adiante por dom Cornélio Chizzini, primeiro bispo diocesano de Tocantinópolis, por causa de muitas outras preocupações da época, sobretudo os conflitos de ocupação da terra que culminaram com a morte do padre Josimo Moraes Tavares, em maio de 1986. A morte de dom Cornélio colocou na gaveta o projeto do Regional Centro-Oeste que só foi retomado, em 1997, por dom Aloísio Hilário de Pinho, mas que não logrou continuidade.
A criação do Estado do Tocantins, em 1988, deu ao norte um novo alento e desenvolvimento econômico-social, segundo o relato da diocese de Tocantinópolis. Em 2003, dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro, terceiro bispo da diocese de Tocantinópolis, apresentou novamente o projeto, que na época contava com o apoio dos bispos do Estado do Tocantins, assim como a indicação de possibilidade de criação da diocese de Araguaína por parte do então núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri. Com as mudanças de comando na Nunciatura Apostólica, na arquidiocese de Palmas, na diocese de Tocantinópolis e em outras dioceses da província, novamente o projeto não se concretizou.
Com a chegada de dom Giovane Pereira de Melo à diocese de Tocantinópolis e de outros bispos da Província Eclesiástica de Palmas, o projeto foi retomado e revisado, até a concretização do desejo de 45 anos atrás, com a decisão do Papa Francisco de criar a diocese de Araguaína.
Com informações de: vaticannews.va e cnbb.org.br