Imagem histórica da Mãe Peregrina, vem diretamente do Secretariado de Santa Maria, para estar no acervo do Secretariado de Atibaia, celebrando de maneira especial o Ano Jubilar da Campanha.
Para celebrar de modo ainda mais especial o Ano Jubilar da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, o Secretariado de Atibaia/SP recebeu um verdadeiro presente: uma imagem histórica da Mãe Peregrina, vinda diretamente de Santa Maria/RS. Trata-se de uma das primeiras imagens produzidas, tornando esse momento ainda mais significativo.
Conversamos com a Ir. M. Márcia Alves, de Santa Maria/RS, que nos falou sobre a importância histórica e o processo de registro das imagens da Mãe Peregrina, especialmente desta imagem que está visitando o Secretariado de Atibaia. Ir. Marcia destacou detalhes curiosos e emocionantes sobre a conservação e evolução dessas imagens, que têm um papel fundamental na Campanha da Mãe Peregrina. Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista.
Classificação da Imagem da Mãe Peregrina
MP– A imagem que veio para Atibaia está registrada com uma numeração A06. Poderia nos explicar um pouco mais detalhadamente como são os registros das imagens históricas da Campanha?
Ir. M. Márcia–Fizemos essas imagens históricas com um código alfanumérico para podermos ter um controle dos tipos de imagens que o Diácono João Luiz Pozzobon enviou, e que, ao longo do tempo, foram se diferenciando. Começamos pela letra A e pelo número 1. Então, essa imagem é a A6. Não quer dizer que foi a imagem de número 6, mas é a sexta imagem mais antiga que temos registrada no Secretariado de Santa Maria/RS.
O código A é o código das imagens mais antigas. Nós temos imagens históricas dos tipos A, B, C, D, E, F, G e H. Cada uma tem uma característica um pouco diferente. Por exemplo, as imagens do tipo A têm um desenho atrás, feito manualmente. As imagens do tipo B não tem desenhos atrás, mas tem os mandamentos da Lei de Deus, da Igreja e os vícios capitais datilografados.
MP– Como foi possível o registro dessas imagens e recuperá-las para que fizessem parte do acervo histórico?
Ir. M. Márcia– O trabalho de registro dessas imagens foi possível graças à pandemia. Estávamos em casa, não podíamos sair, e então começamos a organizar tudo. Tivemos esse tempo maior para nos dedicar a esse trabalho de classificação e pensar como poderíamos separar e reconhecer o que fazia parte de um tipo ou de outro. Precisamos fazer um trabalho de conscientização sobre o valor histórico dessas imagens. Já há muito tempo estamos recolhendo-as. Mas não é nada fácil, pois muitas pessoas que receberam a imagem da Mãe Peregrina das mãos do Diácono João Luiz Pozzobon não querem devolver. Os missionários que devolvem uma imagem histórica e querem continuar como missionários recebem outra imagem que não é histórica.
MP– Quais as principais características que podemos identificar nas primeiras imagens da Mãe Peregrina? A que foi enviada para Atibaia, por exemplo, traz desenhos e símbolos importantes do Movimento.
Ir. M. Márcia– As principais características que identificamos nas primeiras imagens estão na sua estrutura, o formato que lembra um pequeno santuário que vai às famílias. Cada uma tem um estilo especial, e tivemos que classificá-las e descobrir o que tinham em comum. As do tipo A, por exemplo, têm um campanário aberto, largo, para se parecer mais com o santuário. João Pozzobon queria que as imagens fossem o mais parecidas possível com o santuário. Outra característica importante é o desenho feito à mão, colorido, na parte de trás. Esse detalhe é único e exclusivo das primeiras imagens, por isso classificamos como tipo A.
Detalhes do desenho feito à mão
Além dos mandamentos da lei de Deus, dos mandamentos da Igreja e dos vícios capitais, temos:
O Santuário no centro: tudo vem do Santuário, ele é o centro da nossa vida.
O terço ao redor: o mundo inteiro deve ser abrangido pela nossa oração.
Um coração sobre o Santuário contendo a expressão Aliança de Amor: fundamento da espiritualidade de Schoenstatt. E não faltam as estrelas! Muitas estrelas! Nós as interpretamos como um céu estrelado, lindo! É a catequese que o Diácono João Luiz Pozzobon fazia.
Detalhes do campanário
MP– Ao longo dos anos, o que mudou em relação às imagens da Mãe Peregrina? Como a senhora vê a conservação da história em meio à modernidade?
Ir. M. Márcia– A estrutura da imagem permaneceu a mesma. O que mudou foi a questão da durabilidade. O campanário aberto era frágil e, nas primeiras quedas, se quebrava facilmente. Com o tempo, o campanário foi fechado para tornar a imagem mais resistente. Outra mudança é que, no Rio Grande do Sul, preservamos a imagem com vidro, enquanto outros secretariados, como o de Atibaia, tiveram que remover o vidro por questões práticas. Essa questão da conservação deste estilo de imagem. Com este formato em meio à modernidade é importante. Adaptamos para garantir que a imagem continue sua missão, mas sempre mantemos o essencial. E o essencial é o seu formato, que é semelhante ao Santuário.
MP– Quais características de João Pozzobon podemos identificar nas imagens históricas da Mãe Peregrina?
Ir. M. Márcia–Não diria que são apenas nas imagens históricas, mas em todas as imagens da Mãe Peregrina. João Pozzobon queria que a imagem fosse um verdadeiro Santuário de Schoenstatt que vai ao encontro das famílias, levando as graças do Santuário. Nas primeiras imagens, ele fez questão que houvesse referências aos mandamentos da Igreja, aos sacramentos e ensinamentos fundamentais para a vida cristã. Ele tinha certeza de que, por meio da imagem, evangelizava as famílias. Outra característica importante é o terço envolvendo os desenhos atrás da imagem. Ele sempre ensinava a rezar o terço e via essa oração como essencial para evangelizar.
Decidimos partilhar, neste ano jubilar da Campanha, esta relíquia com o Secretariado de Atibaia, pois sabemos que essas imagens históricas não são exclusivamente para ficarem somente em Santa Maria, no Secretariado da Campanha que tem sua sede nesta cidade, ou na casa museu do Diácono João Pozzobon, mas temos que ter o cuidado de que não se percam e que possamos esclarecer seu significado e valor histórico. De nosso Secretariado, aqui em Santa Maria, desejamos que as pessoas vinculadas ou que visitam o Santuário de Schoenstatt em Atibaia possam também ver essa Peregrina Histórica e rezar diante dela neste ano Jubilar da Campanha da Mãe Peregrina.
Valor histórico
A dedicação do Diácono João Pozzobon na Campanha da Mãe Peregrina, sua fidelidade à origem, ao Santuário, e o trabalho atual de conservação e classificação dessas imagens, mostram o profundo valor histórico e espiritual que as imagens da Mãe Peregrina têm para o Movimento de Schoenstatt e para toda a Campanha da Mãe Peregrina.
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