5º Domingo da Páscoa
“Credes em Deus, crede também em mim”
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves– Nossa caminhada pascal está no seu auge. A cena do evangelho deste domingo é a da Última Ceia. Cenário de despedida e tristeza, Jesus sabe que sua Hora chegou, anuncia quem o trairia, revela que Pedro o negaria e que morto o Pastor as ovelhas se dispersariam. Mas… também é um cenário de proximidade, Jesus, mesmo sofrendo, está próximo dos seus dá-lhes a Eucaristia como Pão e Vinho alimentos que em sua memória tornar-se-ão seu Corpo e Sangue entregue em nosso favor, sua morte anunciada é redenção, pois o grão de trigo caído na terra produzirá muitos frutos.
Neste cenário Jesus nos consola; “não perturbe o vosso coração”, Jesus nos enche de esperança: preparar-vos-ei um lugar na Casa de meu Pai e se o seguirmos como Caminho certo chegaremos ao Pai. Portanto, este caminho tem-se cruz, ele já nos avisou e ele mesmo fez esse percurso. Tê-lo como Verdade nos colocará em situações difíceis, às vezes por causa dela nos será exigido a vida, abraça-lo como Vida é sair em defesa da vida num mundo que grita pelo aborto e outras formas de morte lucrativas para certos seguimentos da sociedade.
Quem o segue e não desvia seu olhar de seu rosto, vê o Pai. Ele é a imagem do Deus invisível, seu rosto misericordioso, nele somos filhos e filhas muito amados deste Bom Deus. Os lugares preparados no céu não se devem confundir com lugares de honra dados neste mundo, que a passam logo não nos importamos mais. Os lugares são para aqueles que bem viverem sua vocação, de acordo com o estado de vida e suas obrigações civis, sociais, políticas e religiosas; trazendo no coração a herança por ele deixado na Última Ceia: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, nisto está a vida!
Nestes tempos de pandemia, em nossas casas que se tornaram “igrejas domésticas” e “santuários da Mãe Três Vezes Admirável” devem nos fortalecer na fé e ao término destes tempos, ao sairmos de nossas casas, tendo nesse tempo nossa Mãe como Educadora como no cenáculo com os apóstolos, implorando para nós o Espírito Santo, anunciar com alegria o evangelho da vida a muitos que ainda não encontraram o Senhor crucificado-ressuscitado.
São tempos de aflição, sim, mas não nos deixemos perturbar, creiamos em Cristo, em Deus e na nossa Mãe Rainha da saúde do mundo. Com nosso Pai Fundador rezemos este belo trecho da oração da aflição:
“Em união com o Filho, a ti foi concedido
Restituir-nos a vida da graça que fora perdida,
Afastar de nós muitas aflições terrenas,
Suavizá-las e convertê-las em meio de salvação (…)
Com teu Filho, sê para nós libertadora
Da fúria do inferno e da tempestade dos tempos
E com gratidão, te bendiremos eternamente como a grande Mãe dos povos”.
(Rumo ao Céu, 505.510)