Queridos coordenadores, missionários e famílias que recebem a visita mensal da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Celebramos a Aliança de Amor no tempo quaresmal, que nos convida a olhar para Cristo e para a Mãe de Deus e refletir como podemos trilhar o nosso caminho de cruz. O sofrimento chega para cada um de nós, às vezes menor ou até mesmo uma pesada cruz. Algumas coisas são difíceis para nós e nos sobrecarregam, deixando-nos desamparados, sem saber o que fazer e como vencer a situação.
A vida da Mãe de Deus foi permeada por sofrimentos. E como ela venceu os desafios, as dificuldades? Como foi capaz de acompanhar o Filho no duro caminho da via-sacra? O que se passou no seu coração maternal quando estava diante do Filho, como a contemplamos na quarta estação ou aos pés da cruz?
“Um mar de dor inunda ambos os corações…
porém, nada pode anular sua decisão
de seguir firmemente a vontade do Pai
e unidos trilhar o caminho do sofrimento.”[1]
Maria, mulher da Aliança!
Este era o segredo de Maria: pertencer inteiramente ao Pai. Vivia profundamente entregue ao Ele e por isso, na força da Aliança! Ela pertencia ao Pai e o Pai lhe pertencia. Nela, razão, vontade e coração estavam perfeitamente em consonância com os desejos e a vontade de Deus. Sua força de amor, de servir, sua capacidade de perdoar, de abraçar e trilhar o caminho da cruz estavam vinculados ao pertencer a Deus Pai. Nele, ela encontrava tudo o que necessitava. Deixou-se conduzir pelo Pai, como uma filha singela. Confiava nele e caminhava na sua presença.
O Papa Francisco referindo-se à passagem da morte de Cristo na cruz diz que devemos contemplar em silêncio este mistério: “…naquele momento, ela deu à luz a todos nós, deu à luz a Igreja”. E repetindo as palavras do Evangelho de João, o Pontífice observou que Jesus chama de sua mãe ‘Mulher’ e lhe diz ‘eis os teus filhos’. “Sim, Jesus ‘não diz ‘mãe’, diz ‘Mulher’. E Maria é uma ‘Mulher forte, corajosa: uma Mulher que estava ali para dizer ‘este é o meu Filho: não o renego’.” (Papa Francisco 15.09.2017)
Maria trilha conosco o caminho do sofrimento
Como filhos, podemos selar uma Aliança com a a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt e viver da sua força, da sua coragem e ousadia. Ela nos ajuda a carregar alegremente a lasca da cruz que o Pai nos envia. Esta pode ser: uma profunda desilusão, uma traição, uma situação financeira muito difícil, um sério problema de saúde pessoal ou de algum membro da família, um difícil relacionamento familiar, o não ser aceito por alguém que queremos bem, a solidão, enfim, são inúmeras as situações que podem ser uma lasca da cruz de Cristo.
Na Aliança de Amor com a Mãe de Deus, ela aceita tudo o que sou e tenho: minha insegurança, minhas fraquezas, meus medos, especialmente o da cruz.
Na cruz encontra-se a plenitude do Amor
A cruz pode ser pesada, mas é um presente do amor do Pai, pois nela está a nossa salvação. Na cruz encontramos o Filho predileto, o Salvador, que é Amor. E recordamos que a cruz conduz à ressurreição, ou seja, à plenitude da Vida. Portanto, não precisamos ter medo, mesmo que a cruz nos assuste, porque nela está a Vida em abundância, Vida que é amor.
Ajudar outros a carregar a cruz
Quantas pessoas sofrem e necessitam de um “Cirineu”, que as ajude a aliviar o peso da cruz. Especialmente nesta quaresma, a Campanha da Fraternidade nos solicita: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. (Mt 14, 16), “que partilhemos – do muito ou do pouco que temos – com os nossos irmãos que nem sequer tem com que saciar a própria fome. Sabemos que indo ao encontro das necessidades daqueles que passam fome, estaremos saciando o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os mais pobres e famintos: ‘eu estava com fome, e me destes de comer… todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes’ (Mt 25, 35.40).”[2]
Esta foi a atitude do Pe. Kentenich no Campo de Concentração de Dachau. Recebia alimentos da Família de Schoenstatt e distribuía aos prisioneiros. Dava do pouco que tinha e assim ajudou muitos a trilharem o caminho da cruz. Este seu agir generoso brotava da força da Aliança de Amor.
Hoje, ao renovarmos a Aliança de Amor, peçamos a graça de irmos ao encontro de nossos irmãos, a exemplo do Pe. José Kentenich. Com ele rezamos:
“Dá que eu permaneça fiel a esta Mãe, como seu filho
e inscreva profundamente o seu nome nos corações;
então o sofrimento que perpassa os povos
fará ressoar um jubiloso hino de redenção.”[3]
“Com vosso Divino Filho, abençoai-nos, ó Virgem Maria!”
Feliz Dia da Aliança!
[1] Kentenich, José. Rumo ao Céu, 264
[2] Mensagem do Papa Francisco aos fiéis brasileiros por ocasião da Campanha da Fraternidade 2023).
[3] Idem, 321.