Quem hoje, não enfrenta grandes desafios? Sofre pelas dificuldades financeiras? Preocupa-se com a educação dos filhos e com o futuro de sua família?
Queridos coordenadores, missionários e famílias que recebem a visita mensal da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Nós temos um meio excelente que responde as nossas aflições, às inquietações do homem de hoje: A Aliança de Amor!
É mês de maio. Cada dia de maio é um dia de Maria, e para nós filhos de Schoenstatt, cada dia de maio, um dia de Aliança de Amor, pois vivemos em profunda união com a Mãe de Deus.
A Aliança de Amor surgiu em 1914, quando o mundo estava em plena guerra mundial. O Pe. José Kentenich, numa confiança inabalável na Mãe de Deus, torna-se porta-voz, naquele momento, do que vivia no coração de Maria e anuncia uma das promessas para quem sela a Aliança de Amor: “Não vos preocupeis com a realização de vosso desejo. Amo aos que me amam. Provai primeiro que realmente me amais e tomais a sério os vossos propósitos”[1]. Essa é a essência da Aliança entre dois partidários! É expressão de quem realmente ama, doa o seu coração e faz a entrega de sua vida! É prova de mútuo amor!
A Mãe de Deus caminha conosco
Quem sela a Aliança com a Mãe de Deus pode percorrer tranquilo, sem medo, os caminhos da vida porque sabe que ela é sua Mãe, a Mãe fiel, e não o abandona. Seu olhar repousa continuamente sobre nós.
Em 1999, na 25ª Peregrinação Juvenil a Luján, Argentina, o Papa Francisco, então arcebispo em Buenos Aires, pronunciou uma memorável homilia. Ele assim se expressou: “Vimos a este lugar de descanso, porque o olhar de Nossa Senhora é um lugar de descanso, para contar-lhe nossas coisas. Nós necessitamos de seu olhar terno, seu olhar de Mãe, esse que abre nossas almas. Seu olhar está cheio de compaixão e cuidado. E por isso, hoje lhe dizemos: Mãe, presenteia-nos o teu olhar”[2].
É esse olhar bondoso, misericordioso, maternal que nos acompanha quando os desafios que temos que enfrentar parecem nos dizer: não serei capaz! Ou quando nos falta o necessário e nosso coração estremece e nos paralisa, porque pensamos que não há mais possibilidade e uma alternativa e o desânimo toma conta de nossa vida!
Justamente nas horas difíceis, a vida de Aliança de Amor nos sustenta, nos encoraja, nos impulsiona e nos indica soluções: “Não vos preocupeis com a realização de vossos desejos. Amo aos que me amam.”
Na Aliança de Amor podemos percorrer cheios de confiança o caminho que o bom Deus traçou para nós.
Abrigo no “espaço vital interior” do coração de Maria
A Aliança de Amor nos confere um lugar no espaço do coração de Maria, que abriga e nos dá segurança e, por isso, liberta de todo o medo. Sim, quanto maior o abrigo, tanto mais seremos livre de todo temor.
O Pe. Kentenich sempre caminhou cheio de esperança e certo da vitória; não sentia medo porque colocou toda a sua vida nas mãos da Mãe de Deus e considerava-se apenas como seu instrumento.
Certa vez, assim se expressou em relação ao tempo que foi prisioneiro no Campo de Concentração de Dachau: “Eu não conhecia o mínimo medo. Isto é bem compreensível: eu tinha doado tudo! Tal atitude requeria uma certa ousadia. O desprendimento interno das coisas faz-nos encontrar a medida certa, que não demonstra o mínimo medo. Eu também não sentia medo no coração. (…) O central é o desprendimento total de si mesmo e o abandono radical a Deus. (…)”[3]
José Engling[4], confessa ao diretor espiritual, Pe. Kentenich que, no campo de batalha, quanto maior era o perigo, maior era a sensação de abrigo que experimentava. Em espírito transportava-se ao Santuário e ali sentia-se unido a todos os que compartilhavam de seus ideais. Ele escreve:
“Há alguns dias, quando as granadas caíam à direita e à esquerda, perto de mim, eu, como de costume, rezava à Mãezinha, e em espírito transladava-me à nossa Capelinha. Então sentia-me tão unido a ela como nunca em minha vida. Tão doce e amável parecia-me sua presença, que não experimentava o menor temor diante das granadas. Era um estado de tanta felicidade que eu teria gostado de permanecer nele para sempre. Como é bela e sublime, como é amorosa e inspira confiança a nossa querida Mater Ter Admirabilis. Muitas vezes sinto uma grande saudade do nosso Santuário, do senhor e dos queridos congregados”(20/05).[5]
Queridos filhos de Schoenstatt, a vinculação ao Santuário, na Aliança de Amor, confere a nós esta segurança e podemos percorrer os caminhos da vida alegres, mesmo quando o coração “geme”, “sangra” por algum sofrimento. A certeza do amor da Mãe de Deus por nós nos confere, no “espaço vital interior” de nosso coração, a esperança, a serenidade e, como dizia o Pe. Kentenich, “o sorrir divino, no chorar humano” – a tranquilidade na maior tribulação.
Celebremos este dia da Aliança de Amor, no mês dedicado à querida Mãe de Deus, na confiança vitoriosa. Ela nos escolheu como filhos, ela nos ama, nos protege e por isso podemos percorrer sem medo os caminhos da vida!
“Com vosso Divino Filho, abençoai-nos, ó Virgem Maria!”
Feliz Dia da Aliança!
Referências
[1] Documento de Fundação, 11
[2] Pe. Alexandre Awi Mello. Ela é minha Mãe. Encontros do Papa Francisco com Maria, p.54
[3] Kentenich, José em Novena Livre em Algemas, Irmãs de Maria de Schoenstatt, Santa Maria/RS, 8º Dia.
[4] Jovem seminarista (5.1.1898-4.10.1918) Sua vida de Aliança levou o Pe. Kentenich a afirmar: “Engling foi o Documento de Fundação vivido!”
[5] Cesca, Olivo. Herói de duas espadas.