“Aconteceu em um lugar solitário localizado ao pé de uma grande montanha. Em uma rocha o vento e a chuva haviam esculpido um grande rosto humano que dominava a paisagem. Entre o povo se dizia: Um dia virá um homem bom, cujo rosto será semelhante ao rosto da rocha. Esse homem será bondoso, cheio de paz e trará prestígio ao povo.
Uma criança de seis anos escutou esta lenda. Então, não cessou de meditar sobre ela e uma e outra vez volvia o olhar ao grande rosto na montanha. …Quanto mais olhava, mais sentia que podia trocar palavras, sentimentos e inquietudes com aquele rosto. Assim, durante longos anos se desenvolveram diálogos imaginários e cheios de amor entre o menino e o rosto. Com o tempo o jovem se converteu num benfeitor de muitas pessoas necessitadas.
Passou o tempo. O jovem estava com vinte e dois anos. Um dia quando passava pela praça as pessoas notaram algo surpreendente: o rosto do jovem tinha os mesmos traços que o rosto da rocha. O jovem irradiava uma bondade infinita e uma profunda paz.”[1]
Queridos coordenadores, missionários e famílias que recebem a visita mensal da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Neste dia 18 em que celebramos a Aliança de Amor, esta lenda descrita acima, tem muito a nos dizer.
Quantas vezes nosso Pai e Fundador deve ter contemplado com carinho a imagem da Mãe de Deus para tornar-se parecido com ela!
Ele mesmo assim se expressou certa vez: “Não posso contemplar o quadro da Mãe de Deus com a frequência e intimidade que gostaria. Sou impulsionado a olhar sempre de novo sua imagem, para embeber-me e deixar-me preencher por ela”[2].
Quantas vezes em nossa vida também contemplamos no Santuário, em nosso Santuário-lar ou até numa medalha, a imagem de nossa querida Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt! São inúmeras vezes!
Olhemos para a Mãe de Deus e deixemos que sua beleza preencha todo o nosso ser, o nosso coração. Assim, com certeza brota em nós o pedido, a prece, como o Pe. Kentenich o fez tantas vezes em sua vida: “Mãe, quem me dera ser como tu.”[3] Sim, sua beleza nos atrai e nos impulsiona dia por dia, na força da Aliança de Amor com ela, ir “esculpindo” sua imagem em nosso coração.
Este mês de setembro, celebramos algumas festas da Mãe de Deus: seu nascimento, o dia de seu nome, N. Senhora das Dores. Se pesquisarmos na internet, Wikipédia[4], existe uma lista de 24 títulos de Maria neste mês!
Como filhos saudamos Maria no dia de sua festa e o mais belo presente que podemos oferecer-lhe é tornar-nos semelhantes a ela.
Celebramos também neste mês, a volta do Pe. José Kentenich (15.09.1968) a Deus Pai. Ele amou a Maria, tornou-se parecido com ela em bondade, amor, generosidade, pureza, nobreza, enfim podemos dizer, como ouvimos de tantas pessoas que o conheceram, ele era semelhante a Maria.
Maria significa abertura para Deus, interioridade, integridade, dignidade. Por isso, ser Maria é válido tanto para o homem como para a mulher. É o ideal que o bom Deus presenteou para o ser humano. Ser Maria para o homem, torna o seu ser racional, mais unido com a fé e com o amor; o conduz a um vínculo mais profundo com Deus. Para a mulher, tornar-se semelhante a Maria, “esculpir” sua imagem no coração, significa ser sinal de luz na família, na sociedade – uma bênção para o mundo.
O Pe. Kentenich compôs no Campo de Concentração de Dachau uma oração que expressa o anseio que muitas pessoas trazem no coração e pode despertar também em você o desejo de “esculpir” a imagem de Maria no coração:
“Torna-nos semelhantes à tua imagem,
como tu, passemos pela vida
fortes e dignos, simples e bondosos,
espalhando amor, paz e alegria.
Em nós percorre o nosso tempo,
prepara-o para Cristo”.[5]
A Aliança de Amor com a Mãe de Deus é uma troca de corações e se a nossa vida for pautada por esta Aliança de Amor, isto é, se vivemos com ela no dia a dia, lentamente sua imagem irá resplandecer em nosso ser: seremos fortes, dignos, simples, bondosos e anunciaremos pelo ser e vida, MARIA!
Neste dia 18 renovemos nossa entrega filial à Mãe de Deus, tiremos um tempo para contemplá-la e nos perguntemos:
O que de mais belo eu vejo em Maria?
O que eu poderia mudar ou melhorar em minha vida para ser mais parecidos com Maria?
Suplique à Mãe de Deus: “Mãe, quem nos dera ser como tu”! Na Aliança de Amor, ajuda-me a “escupir” a tua imagem em meu coração filial, torna-me semelhante a ti!
Feliz dia da Aliança de amor!
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[1] Hermann Gilhaus, “Inmitten der City“ em Mirar al Padre, Pe. M. Neuenhofer José
[2] M. Neuenhofer José, Mirar al Padre
[3] Kentenich, 29.4.1932
[4] https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_datas_comemorativas_de_Nossa_Senhora
[5] Kentenich, José. Rumo céu, 609.