Vivenciamos um tempo difícil, mas não podemos esquecer que estamos no Ano João Pozzobon, uma iniciativa para comemorar os 70 anos da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt. Nosso objetivo é renovar a Campanha no mesmo espírito e na mesma atitude daquele que fez a sua entrega total para colaborar na evangelização das famílias.
Toda quinta feira, queremos parar um momento e refletir sobre João Pozzobon.
João Luiz Pozzobon cresceu em meio a uma vida familiar simples, mas harmoniosa. Sua biografia conta que foi um filho obediente e um irmão companheiro. Essas vivências formaram o seu caráter e gravaram profundamente em sua alma a importância e o valor da família. Já no final de sua vida, em seu testamento espiritual, João Luiz Pozzobon definiu o objetivo da Campanha:
“Objetivo atual é salvar a família com as nossas forças de santificação: imitar Maria; ser um reflexo da justiça cristã, (viver) um pelo outro, para uma nova conquista da dignidade e respeito da pessoa humana, com seus valores; e fazer encontro com os mais necessitados. Colocar-se à disponibilidade de Deus.”
Palavras que fazem ressoar o eco do amor, da doação, do sacrifício de um incansável peregrino da Mãe de Deus; de um homem que muito amou os seus e o próximo.
Em meio a uma vida ativa de intenso trabalho e apostolado, sempre manteve sua família como prioridade. Assim foi também quando amadureceu a sua decisão de dedicar-se inteiramente à Campanha da Mãe Peregrina. Ele afirma:
“…Antes de me consagrar (à Campanha) a minha consciência falou: Qual é a minha primeira missão? É a minha família, a Deus devo dar contas, mas quando é a vontade de Deus e da sua Mãe podemos atingir o mundo inteiro”.
Neste tempo de pandemia, com as atividades suspensas, encontros, reuniões e festividades canceladas passamos mais tempo próximos e reunidos em família. Não seria esse o momento de olhar para dentro do nosso lar, para nossa vivência familiar e perguntar: como tenho desempenhado esta que é a minha primeira missão?
João Pozzobon aconselha:
“E eu com a maior simplicidade, sem preocupações fui guiado pela Mãe de Deus. Ela me dava as dicas. Eu entendia, entendia assim quase como uma fala. Porque se a gente constrói uma vida, organiza lá fora, conserta outras famílias, forma lá um lar bom, uma família etc. e aqui em casa está uma revolução, nada feito, não é verdade? Nada feito! O que me adianta arrumar lá outras famílias e estragar aqui. Eu, então, sempre tive como meu primeiro objetivo, minha família.”
A pergunta que surge é esta: como João Pozzobon desempenhou o seu papel de esposo e de pai, fazendo da sua família sua primeira missão, sem deixar de dedicar-se inteiramente à Campanha, à grande missão recebida de Deus?
Em algumas ocasiões João Pozzobon contou sobre a sua participação nos encargos do lar. Depois que fechava o armazém, a esposa estava na cozinha preparando a comida, e ele se ocupava com as crianças. Também se dedicava a outras tarefas como limpar o chão, passar o pano, tudo o que ele podia fazer, ele fazia. Ele mesmo conta:
“Eu ajudei muito as minhas esposas. Ajudei muito. É por isso que a gente ia bem. Ajudei bastante. Quando fechávamos a nossa casa de comércio, aquele pequeno comércio, ela passava para a cozinha a fim de preparar a comida e eu ficava com as crianças. Eu também fazia a limpeza da casa. Naquele tempo não havia esses assoalhos lustrados como os de hoje. Era mais simples. Então eu passava um pano e ajudava fazendo o possível…”
Neste Ano Pozzobon, celebrando os 70 anos da Campanha da Mãe Peregrina, nos propusemos a aprofundar na pessoa, no testemunho e na obra de João Pozzobon, para assumir a missão e a herança que ele deixou em nossas mãos.
Agora é o momento para descobrir que João Pozzobon não é somente exemplo de como evangelizar as famílias; ele também é exemplo de como cuidar da nossa própria família. Na verdade, se cuidamos da nossa família, a consequência é que também conseguiremos contribuir concretamente com a salvação de todas as famílias do mundo inteiro.
Referências Bibliográficas: ___________________________
João Luiz Pozzobon, Evangelizador da Família na Pós-Modernidade – Simpósio Teológico Pastoral sobre a Família, org. Pe. Alexandre Awi Mello
URIBURU, Esteban. Herói Hoje, não amanhã, p. 184 – 1ª Edição.