Importância de ser missionário na realidade do Brasil

Juliana Dorigo- “Novos horizontes pastorais”, [1]assim disse o Santo Padre o Papa Francisco, ao definir o papel do missionário junto da Igreja. Os missionários exercem um importante trabalho de evangelização. Como leigos, são capazes de chegar a horizontes extremos, onde a Igreja não alcança.

Composto por 26 estados e mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil possui uma rica diversidade, com realidades distintas de um estado a outro, num vasto território que ocupa quase todo continente da América do Sul. Com toda essa grandeza, por meio dos missionários, leigos que vivenciam cada realidade e as dificuldades, capazes de alcançar ás famílias mais distantes e tão necessitadas da fé.

Essa é a inspiração da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, levar o Evangelho com a Igreja em saída, caminhar com a Mãe de Deus e seu filho de casa em casa, atendendo as famílias que tanto rogam a presença da Mãe em suas dificuldades e alegrias. Com a espiritualidade do Movimento Apostólico de Schoenstatt, buscar unir as famílias e construir uma nova Terra Mariana.

João Pozzobon em seu atuar apostólico

Pe. José Kentenich, Pai e Fundador do Movimento de Schoenstatt disse: “Observem como no trabalho do Senhor João Pozzobon se realizam as palavras de Palotti: ‘Ela é a grande missionária, Ela fará milagres’”. [2]

“João Pozzobon era muito zeloso em seu atuar apostólico. Não era do tipo que fazia grandes exigências aos outros e, poucas a si mesmo. Para ele, a frutuosidade no apostolado estava estreitamente relacionada com sua vinculação ao Santuário, sua vida de oração e seu esforço para ser santo. Certa vez, anotou sete pontos que considerava importantes  para um apostolado ter sucesso em seu atuar:

  • Tudo provém da graça de Deus ou da Mãe de Deus.
  • Estar disponível – estar disposto a ser instrumento da Mãe de Deus.
  • Fazer tudo por amor.
  • Heroísmo.
  • Sacrifícios e renuncias.
  • “O que posso fazer hoje, não deixo para amanhã”.[3]

Voltemos com atenção para a lista que ele escreveu, pedidos tão simples, o que provém da humildade presente em Pozzobon. Exigências que podem ser alcançadas dentro de cada coração. Foi assim que seu apostolado ganhou o mundo.

Missionário incansável

“Mãe e Rainha, mais um pouquinho, para continuar o vosso caminho”, João Pozzobon foi um missionário incansável, ele caminhou milhares de quilômetros levando a Mãe Peregrina ao encontro das famílias, onde por muitas vezes, foi o único suporte que tinham em suas dificuldades, ser apoio daqueles que precisam, também faz parte do “ser missionário”, pois são capazes de ter um coração generoso para acolher a todos.

“Desde o início de sua Campanha, o Sr. João dedicou espe­cial cuidado aos pobres. Visitava-os com a Mãe Peregrina, con­versava com eles, com eles partilhava o que podia, lembrava- lhes sua dignidade de filhos de Deus, a riqueza de terem uma Mãe como a Virgem Maria; recordava-lhes também a grande­za de seu destino eterno, etc. Cuidou até de ter sempre um ban­co onde eles pudessem sentar-se ao irem à sua casa.”[4]

Ele se reconhecia como uma pequena contribuição para a obra da Mãe de Deus e assim se colocou como um instrumento, cooperando no sacrifício de Cristo para a salvação. “Sempre que andava por aí afora, caminhando nos cam­pos, tinha presente o grande sacrifício de Cristo, que carregou a Cruz por amor de todos nós. Também queria incluir-me nis­so, dando minha pequena contribuição, cooperando no seu sa­crifício…”. [5]

“A infinita bondade de Deus não me julgou incapaz, me utilizou tal como sou, e me confiou sua Mãe Santíssima para uma campanha de Santo Rosário. Nada é julgado incapaz a serviço de Deus. E apesar de ser julgado incapaz, que apostolado! E que pastoral!”, [6] disse João Pozzobon.

 

Referências: 

[1] Papa Francisco: Sala do Consistório, encontro no Capitulo Geral da Sociedade das Missões Africanas.  2019

[2] Esteban J. Uruburu, livro: Encuentro com Don João.

[3] O incansável peregrino Programa de reuniões Coordenadores e missionários da Campanha da Mãe Peregrina

[4] P. Victor Trevisan: João Luiz Pozzobon Um “Santo” Com Têmpera  de Missionário Leigo?

[5] Idem 4

[6] Idem 4 e 5