Reflexo da Sagrada Família de Nazaré 

Ir. Marcia Maria Gusmão– Como família humana fomos obrigados a partilhar a experiência do isolamento social. Como membros da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt renunciamos a muitas das nossas atividades: encontros, eventos, as celebrações da Aliança de Amor e ainda mais, sentimos saudades da visita da Mãe Peregrina em nossos lares.

Com as portas fechadas para fora, tivemos a oportunidade para dedicar o nosso tempo, as nossas forças e empenho dentro de nosso lar e junto de nossa família. Isso só comprovou aquilo que já sabíamos: para ser missionário não é preciso abandonar a pátria, nem a família. A grande ação missionária começa em casa. E quem não é missionário em casa não o será em lugar algum.

Deus criou a família, a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, uma comunidade de vida e de amor, modelo de vivência e partilhar da fé e comunhão. Por isso, o Papa João Paulo II, nos adverte de maneira muito forte que: “O futuro da humanidade passa pela família”. A família que se alimenta constantemente da fé, supera as incertezas e dúvidas em meio às “tempestades” dos tempos. A fé é o cimento que une e solidifica as relações familiares. É a força de Deus que consolida e dignifica relações as humanas.

O Pe. José Kentenich vê a família como um reflexo da Sagrada Família de Nazaré, “onde cada homem se assemelha a José, cada mulher é uma imagem de Maria e cada filho é protegido como imagem de Jesus”. A família que tem essa consciência e vive dessa experiência, pode dizer que sua casa é um verdadeiro paraíso!

É justamente na vida cotidiana da família, que Deus e a Mãe de Deus querem operar os verdadeiros milagres da graça: “criamos uma santa comunidade de famílias, em que os atos da vida cotidiana se unem plenamente ao divino, podendo os outros mergulhar nesta atmosfera. Trata-se de unir, plena e totalmente, ao divino o que de humano acontece na família, de sorte que o divino brilhe em todo o humano que nela houver.”

Como abrir espaço para Deus realizar a sua morada em nossa família e irradiar nela a sua permanente presença? “O divino brilha através da maneira como nós nos vemos e nos relacionamos, pois sabemos que Deus mora em nosso meio através do sacramento do matrimônio, também no coração do nosso cônjuge. O divino brilha em nossas conversas, em nossa ternura… O divino brilha em nossos costumes, em nossa oração comunitária e em nossas festas. Cria-se assim uma atmosfera em que, no humano, se pode tocar o divino.”

A presença da Mãe de Deus, em sua visita cotidiana aos nossos lares, fortalece e santifica a vivência familiar. Ela está presente em todos os momentos, sabe das alegrias e aflições, descobre com o seu olhar maternal qual o vinho está faltando. “Ela nos ajuda a tornar nossa casa semelhante à casa de Nazaré. Podemos, por um momento, imaginar como era o humano naquela casa: totalmente impregnado do divino, inclusive quando a Mãe de Deus gracejava. A mútua alegria, a alegria experimentada na convivência, a cordialidade e a naturalidade mostravam o que acontece, quando Deus vive nas pessoas. E o Padre Kentenich ensina que aqueles que vêm a nós devem encontrar Deus em muitos momentos e aspectos da vida cotidiana.”

 

Referência:
BELLER, Pe. Tilmann – Chamados à Santidade

 

Foto: Juliana Dorigo