Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira (05), o Papa Francisco convidou os fiéis a contemplar “a beleza de Jesus Cristo, nossa esperança, no mistério da Visitação. A Virgem Maria visita Santa Isabel; mas é sobretudo Jesus, no ventre materno, que visita o seu povo, como diz Zacarias no seu hino de louvor”.
Maria: disponibilidade e esperança
O Santo Padre destacou que, após o estupor e a admiração pelo anúncio do Anjo, Maria se põe a caminho, assim como todos os chamados na Bíblia, pois “o único ato com que o homem pode corresponder ao Deus que se revela é aquele da disponibilidade ilimitada”. A jovem de Nazaré não escolhe se proteger do mundo, nem teme os perigos ou os julgamentos alheios, mas parte ao encontro dos outros.
Maria sente o impulso do amor e visita Isabel, sua parente idosa, que, após uma longa espera, vive uma gravidez inesperada e desafiadora. No entanto, mais do que um simples gesto de solidariedade, a visita também é uma partilha de fé no Deus do impossível e de esperança no cumprimento de Suas promessas.
O impacto da Visitação
O encontro entre as duas mulheres tem um efeito surpreendente: a voz de Maria, a “cheia de graça”, provoca a profecia na criança que Isabel carrega em seu ventre. Em seguida, Isabel proclama uma dupla bênção: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. E também uma bem-aventurança: “Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”
Diante do reconhecimento da identidade messiânica de Jesus e de sua missão como mãe, Maria não fala de si mesma, mas de Deus, e proclama um louvor cheio de fé, esperança e alegria. Esse cântico, que ressoa diariamente na Igreja na oração das Vésperas, é o Magnificat.
O Magnificat: um cântico de redenção
O Papa Francisco ressalta que o Magnificat carrega em si o motivo pascal e se torna um cântico de redenção, recordando a libertação do povo de Israel no Êxodo. Maria, ao cantar as maravilhas de Deus, celebra a graça do passado, mas também se torna a mulher do presente que carrega o futuro em seu ventre.
“O Senhor, que se inclinou sobre a pequena Maria para nela realizar ‘grandes coisas’ e fazê-la mãe do Senhor, começou a salvar o seu povo desde o Êxodo, recordando a bênção universal prometida a Abraão“, explica o Papa.
De geração em geração, Deus manifesta Seu amor misericordioso ao povo fiel à aliança, culminando na plenitude da salvação com Jesus Cristo. Desde Abraão até a comunidade dos fiéis, a Páscoa se torna a chave para compreender toda libertação, até aquela realizada por Cristo na plenitude dos tempos.
Ao concluir a catequese, o Papa Francisco rezou: “Peçamos ao Senhor a graça de podermos esperar o cumprimento de cada uma de suas promessas; e para que Ele nos ajude a acolher a presença de Maria em nossas vidas”.
Fonte: vaticannews.va