A vocação do Diácono João Pozzobon

A vocação é um ato de amor que nasce na simplicidade. Em 30 de dezembro de 1972, João Pozzobon foi ordenado Diácono na Capela Nossa Senhora das Graças, em Santa Maria/RS, pela imposição das mãos de seu Bispo, Dom Érico Ferrari.

A missão do diácono

O serviço dos diáconos na Igreja é documentado desde os tempos apostólicos. “Uma tradição consolidada, atestada já por Ireneu e que confluiu na liturgia da ordenação, viu o início do diaconato no acontecimento da instituição dos « sete », de que falam os Actos dos Apóstolos (6, 1-6). No grau inicial da hierarquia sagrada estão, portanto os diáconos, cujo ministério foi sempre tido em grande honra na Igreja”.

[1]

O Diácono tem por missão ajudar a comunidade a traduzir a liturgia que é celebrada para a nossa vida cotidiana. “Que guardem o mistério da fé numa consciência pura”. (1Tim. 3,9) De acordo com as normas fundamentais, o Diácono Permanente constitui um enriquecimento para a missão da Igreja, pois são chamados em missão, na vida litúrgica, pastoral, obras sociais e caritativas.

A vocação de João Pozzobon

Após o Concílio Vaticano II aprovar a restauração do diaconato permanente, do qual podiam participar também os homens casados. João Pozzobon se ofereceu como candidato, por sua livre vontade.

“Ao iniciar-se o Curso para Diáconos no Seminário Diocesano de Santa Maria, anuiu, com a condição de ter livres as noites, para visitar as famílias com a Peregrina. O curso constou de cinco sessões de dez dias cada uma, que se realizavam nas férias. No primeiro dia, antes de partir, o Sr. João foi à missa no Santuário e, ajoelhado no canto esquerdo, fixou um papelzinho no banco com os seguintes dizeres:

‘Tu, papelzinho, deves representar-me aqui no Santuário, pois vou partir para o Seminário. Oh! Mãe, eu vou para o Seminário e, se for do teu agrado e para o bem da Campanha, faz que eu chegue a ser teu pequeno diácono’[2]

Uma vocação de coração aberto

Dias antes de sua ordenação, João Pozzobon falou sobre a decisão de sua vocação. “Aceito este presente com o coração aberto. Por mim mesmo nada posso, mas o Espírito Santo me ajudará“.[3] Assim, Pozzobon se dedicou a vocação diaconal também como uma forma de contribuir com a Igreja, a comunidade e a sua missão com a Mãe Peregrina de Schoenstatt. “Uno-me sempre ao Santo Padre e ao nosso amado Bispo, como também aos párocos, sacerdotes e a todos os religiosos, na sublime obra de salvar as almas. Este é o espírito da esforçada Campanha. Queremos levar a paz aos homens, fazer a todos felizes através da reconciliação.”[4]

Ao ser ordenado, Pozzobon partilhou sobre o que sentiu naquele momento. “Minha ordenação foi como uma flor que se abriu, uma grande alegria que se estendeu a todos os amigos. Senti-me penetrado totalmente pelo espírito da Santa Igreja. Sentir a união com um só coração. Foi um verdadeiro Cenáculo junto à Mãe e Rainha. A hora do Espírito Santo…”, [5].

Exemplo missionário

O Servo de Deus é um exemplo missionário pela sua trajetória e dedicação de levar a imagem da Mãe Peregrina ao encontro daqueles que mais precisavam, mas também por seu amor pela Igreja. “Em cada lugar, eu deixava algo para as obras piedosas, para as obras da Igreja”.[6]

Aos 78 anos, “numa idade em que, por lei natural, o homem começa a declinar, crescia o Sr. João cada vez mais. Nos primeiros dez anos de trabalho diaconal, distribuiu milhares de Comunhões, efetuou 695 batizados, 136 casamentos, 102 enterros, levou milhares de Comunhões aos doentes… – além do trabalho diário a serviço da Campanha do Terço”

“Nota-se a atuação de uma forte graça; a Mãe cuidou de tudo isso, enriquecendo a Campanha e a Obra de Schoenstatt com centenas de celebrações eucarísticas”.

Perguntamo-nos, cheios de admiração: donde tirava o Sr. João forças para esse gigantesco apostolado? De uma extraordinária firmeza e força de vontade? Sem dúvida. A chave última, todavia, assim o pensamos, a encontramos, não na vontade, mas no amor.[7]

Arquivo Secretariado

Referências:.

[1] Normas fundamentais para a formação dos diáconos permanentes, acesso em: https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_doc_31031998_directorium-diaconi_po.html
[2] Esteban J. Uriburu, Herói hoje e não amanhã, pág. 154
[3] Idem, pág. 125
[4] Idem 2.
[5] Idem 2
[6] Idem 2 e 4, pág. 29
[7] Idem 2, 4 e 6, pág.155