Os desafios da evangelização dos jovens em tempos de pandemia
Juliana Dorigo– O impacto da pandemia gerou diversas consequências para crianças e jovens, que tiveram sua rotina rompida de forma repentina. Um estudo realizado pela Fiocruz, no período de junho a setembro de 2020, investigou a mudança da rotina, estilo de vida, relações com familiares e amigos, atividades escolares e cuidados com a saúde dos jovens no Brasil e chegou à seguinte conclusão:
“Durante a pandemia, 48,7% dos adolescentes do país têm sentido preocupação, nervosismo ou mau humor, na maioria das vezes ou sempre. Houve aumento no consumo de doces e congelados, bem como no sedentarismo: o percentual de jovens que não faziam 60 minutos de atividade física em nenhum dia da semana antes da pandemia era de 20,9%, e passou a ser de 43,4%. Setenta por cento dos brasileiros de 16 a 17 anos passaram a ficar mais de 4 horas por dia em frente ao computador, tablet ou celular, além do tempo das aulas online. Além disso, 23,9% daqueles entre 12 e 17 anos começaram a ter problemas no sono, e 59% sentiram dificuldades para se concentrar nas aulas a distância”. A Campanha da Mãe Peregrina infanto-juvenil tem o objetivo de mostrar a importância de nossas ações para a construção de um mundo melhor, para homens novos, cujo centro seja Maria, a grande missionária, que sempre quer nos encaminhar ao seu Filho Jesus. Atraindo jovens para a Igreja como missionários de Maria, com diversas atividades e diversão. Com a pandemia, muitos desafios surgiram nesta caminhada de evangelização. Ana Paula Medeiros Naval, de Piracicaba/SP, é responsável por um grupo de aproximadamente 100 crianças e jovens que participam da Campanha e comenta sobre os desafios: “Em 2020 as imagens ficaram peregrinando entre os catequistas. Agora, com a volta dos encontros da Catequese e do Crisma as imagens permanecem nas reuniões, em que fazemos a oração da recepção e da despedida e a Mãe de Deus fica com uma das catequistas. Foi um momento difícil, mas não deixamos de evangelizar, pois foi nossa força na caminhada”. O Sacerdote explica sobre a importância da juventude nesse período de solidariedade e conscientização. “Há grupos de jovens religiosos ou não que estão empenhados na promoção da cultura da vida e da paz contra uma cultura da morte que tem sido reverberada em violência. A juventude que por meio das redes sociais, organizam campanhas de apoio a comunidades vulneráveis e ou mesmo acompanhamento psicológico e espiritual online de outros jovens. Grupos que estão seguindo as exigências sanitárias e tem procurado conscientizar outros jovens. Uma juventude comprometida com a formação cristã através de encontros por meio das plataformas digitais. Jovens que estão comprometidos com a justiça social em nome da exigência do Evangelho em favor dos mais pobres”. Foto: Arquivo SCMPS Sara Caçador, de Tremembé/SP, também é responsável pela Campanha da infanto-juvenil, e fala da importância da Mãe Peregrina. “Acho que as nossas famílias estão muito fragilizadas, muitos perderam seus pais ou entes queridos, os jovens tiveram sua liberdade podada. A realidade virtual se acentuou mais ainda entre os jovens. A visita da Mãe Peregrina em seu meio é muito importante para que tenham um abrigo em seu coração, um norte a seguir”. A fé se torna uma grande esperança para a juventude superar os desafios, principalmente no espírito do amor e de servir. O Pe. José Antônio, ressalta: “À luz da fé cristã que nos enche de esperança em Cristo Ressuscitado, nossa juventude é feita nova no amor para mais amar e servir, e fazer deste tempo, um tempo de graça, em que as relações sejam transformadas na força do amor e a sociedade renovada”. [1] Acesso em: portal.fiocruz.brDesafios da evangelização
O Pe. José Antônio Boareto, reitor do Seminário Imaculada Conceição, responsável pelos jovens seminaristas na caminhada da vocação, de Campinas/SP, diz: “Os jovens foram ‘pegos de surpresa’ mais que os outros grupos sociais, pois a pandemia atingiu diretamente a eles em seu modo de cultura. De repente, se viram sendo limitados e mesmo proibidos de fazerem as coisas como gostam. Desde momentos de lazer e convivência e mesmo às mudanças em relação ao trabalho e a vida de estudos, ou ainda, a vivência de suas religiosidades. Experimentaram o sofrimento sentindo a dor pela ausência de pessoas próximas que faleceram acometidas do coronavírus”.
A Mãe Peregrina como abrigo