Primeira parte da entrevista com Humberto Pozzobon.

Por: Ir. M. Nilza P. da Silva e Karen Bueno

João Pozzobon: um nome que traz à mente o heroísmo e a entrega por grandes ideais. Hoje todos querem estar em saída, como João. Seu exemplo incendeia e alcança muitas nações: é tempo de viver a missão! Mas, ser missionário, para o Diác. Pozzobon, não era simplesmente sair levando uma imagem de Maria pelo mundo. Era preciso muito mais.

Numa conversa com Humberto Pozzobon, filho do Sr. João, fica claro que para seguir as pegadas daquele que iniciou a Campanha da Mãe Peregrina é preciso ser, em primeiro lugar, um missionário dentro do próprio lar. Humberto nos conta um pouco de como era a rotina familiar dos Pozzobon e as doces memórias que guarda do pai, sempre com uma pontinha de saudade. Acompanhe:

 

Como era o seu pai? Como o senhor, enquanto filho, descreve o seu pai?

Era um pai normal, igual aos outros. A gente o tinha como um pai amoroso, dedicado, que fazia de tudo pela família. Quando ele começou a Campanha, em 1950, a gente acompanhava, mas não tinha noção da grandeza que ela tinha. Então foi passando o tempo e a gente foi vendo que era simplesmente impressionante o que ele fazia, que ele era um homem totalmente dedicado à Mãe e Rainha, era capaz de dar a vida pela Mãe, temos muita gratidão por tudo o que ele fazia.

 

O seu pai não teria feito tudo isso, se consagrado inteiramente a serviço da Campanha, sem a ajuda da sua mãe. Ouvimos falar pouco dela, pois o foco está sempre em João Pozzobon. Fala-nos um pouco sobre a Sra. Vitória, como o senhor a descreve?

A Vitória, minha mãe, era também muito dedicada. Ela era amorosa com os filhos, estava sempre nos acompanhando. Em certas ocasiões, ela dizia: “João, quem sabe tu não quer que eu te acompanhe em alguma coisa”. E o meu pai dizia: “Não, Vitória, tu fica em casa cuidando dos filhos, da família, que já é uma grande coisa”. Então era assim, ela tinha aquela dedicação com a família. Sempre acontecia que o meu pai chegava cansado a noite – principalmente no fim de sua vida –, ele vinha cansado, arrastando os pés, e a minha mãe então preparava um lanche para ele, passava álcool nas suas pernas para ele descansar e ele se sentia confortável, se sentia bem.

 

Como era a vida familiar? O seu pai passava muito tempo fora, dedicando-se à Campanha, então como era a relação com ele, ele tinha tempo para os filhos?

Sim, ele tinha muito tempo, ele reunia todos. Quando era Natal, Páscoa, ele gostava muito de participar, de dar um presentinho para cada filho – ele colocava um para cada um no presépio –, era tão bom aquele tempo. Ele foi alguém que não podemos explicar, de tão impressionante que era, um homem maravilhoso mesmo. Era um pai que a gente nunca viu bravo. Algumas vezes ele podia estar de mau humor, mas bravo, assim, de xingar, a gente nunca viu isso nele. Uma vez ele me deu uma chamadinha de leve. Eu tinha que ir num evento e ele me chamou uma, duas, três vezes e eu não respondia, daí ele bateu com uma vara no chão dizendo: “Vem Humberto, vem!”. Depois me contaram que ele estava chorando de arrependimento por ter feito aquilo. É um coração lindo mesmo.

 

Quando vocês eram crianças, iam ao Santuário junto com seu pai?

Toda vez que a gente tinha uma oportunidade, que ele estava em casa, nós íamos. Nem sempre os horários davam certo, porque a gente tinha escola, várias coisas assim, mas a gente procurava sempre acompanhar os Terços quando eram rezados perto de casa; íamos sempre, rezávamos e era tão bom, juntava toda a vizinhança e era uma alegria ver todo mundo conversando. Eram lindos os Terços que ele fazia, cada pessoa queria fazer o altar mais bonito que a outra, era impressionante.

 

Seu pai sempre rezou o Terço fora de casa. Vocês também rezavam dentro de casa, entre pai, mãe e filhos?

Sim, nós rezávamos toda a família em casa, quando ele não estava. Porque sempre tinha uma imagem de Nossa Senhora e nós rezávamos.

Sr. Humberto Pozzobon com a Imagem Peregrina

Em breve a segunda parte…

 

Fonte: schoenstatt.org.br