Hoje celebramos o III Marco Histórico de Schoenstatt, 31 de maio de 1949, um momento que revela a própria missão do Movimento profundamente. Neste período, surgiram questionamentos das autoridades da Igreja, necessários de se fazer sobre: o que era o Movimento Apostólico de Schoenstatt? Quem era o Pe. José Kentenich? O que significava a presença de Maria na pequena capelinha? Era preciso verificar e aprofundar este novo carisma que despontava na vida da Igreja.

Neste dia, o Fundador fez uma peregrinação ao Santuário Bellavista, no Chile e colocou sobre o altar a sua carta-resposta. Colocando as preocupações que estavam em seu coração.

[1]“Deixe-me expressar o que move nossas almas nestes momentos e colocar em palavras o que sentimos no coração. Viemos para dar e receber. Queremos trocar com a Mãe de Deus todo o nosso desamparo, a nossa boa vontade e a nossa fidelidade. Damos-lhe a nossa boa vontade e ela dá-nos a sua boa vontade. Damos-lhe a nossa fidelidade e ela nos dá a sua fidelidade.”

O que fez João Pozzobon?

Ele levava a imagem da Mãe de Deus onde lhe é possível e Ela aí vai agir…

Neste Marco Histórico, podemos ver de perto a importância do vínculo que João Luiz Pozzobon criou ao Santuário por meio de sua visita às famílias com a Imagem Peregrina. Diante dos questionamentos que surgiam, ele permaneceu firme em sua missão, fiel à origem e ao Fundador. “O que fez João Pozzobon? Ele levava a imagem da Mãe de Deus onde lhe é possível e Ela aí vai agir… Em si, é isto que nós sempre quisemos e acentuamos.”

A esforçada Campanha de Pozzobon estava no caminho a “cruzada” do “31 de maio”. Como forma de demonstrar sua confiança, “a partir desta data, como expressão da mesma, por uns bons anos, em cada 31 de maio percorria todas as capelas e igrejas da cidade de Santa Maria deixando uma rosa vermelha junto a cada Sacrário e uma rosa branca junto a cada imagem de Maria. E peregrinava apenas tendo pão e água como alimento e bebida.”

Com a força do Espírito Santo

A vida e obra de João Pozzobon é um convite a mergulhar com a força do Espírito Santo a vivência do “31 de maio” e a sua missão diante do Movimento Apostólico de Schoenstatt. O “Amor a Deus e ao próximo são facetas de uma mesma moeda. Por isso, o Sr. João não descuidou de sua família, comunidade paroquial e caminhar na Igreja, os pobres, seus compromissos comerciais, as escolas, os quartéis, os presídios, seu serviço diaconal, os doentes. Um esposo e pai exemplar, um leigo fiel à causa da evangelização, um amigo dos pobres e um incansável peregrino com Maria, um amigo dos pobres, um Diácono humilde e servidor.”

Espiritualidade de Schoenstatt

João Pozzobon orientou sua vida pela espiritualidade de Schoenstatt, crescendo até o mais alto grau de sua Aliança de Amor e vivendo a sua consagração. Foi durante essa sua experiência que ele chegou à Santa Missa diária no Santuário, à Via-Sacra e a oração de quinze terços por dia. Entregando tudo por amor à Mãe de Deus.

Por sua entrega total à missão, Pozzobon também foi “provado pelas cruzes do dia a dia e por cruzes especiais: da incompreensão, das calúnias, das proibições, que chegaram não poucas vezes, a arrancar-lhe lágrimas. Porém, nunca desacatou autoridade alguma, nunca deixou de dialogar com as pessoas responsáveis”.  João Pozzobon irradiou a luz do Santuário, onde cada dia iniciava o seu caminho de Aliança com a Mãe e Rainha.

Um homem do povo

“Devemos observar que o Sr. João foi um homem do povo. A ele pertencia e nele viveu. Conhecia sua sensibilidade, sua cultura e falava a sua linguagem. E isto é decisivo na geração dessa cultura orgânica e mariana do futuro da história, que deveria ser fruto da ‘nova evangelização’, fecundada também com a colaboração de Schoenstatt. Porque a cultura é gerada pelo povo e não pelas elites. Tarefa das elites é ‘assumir o espírito de seu povo, purificá-lo, aquilatá-lo e encarná-lo de forma preclara’”.

O pobre peregrino aprendeu e praticou a religiosidade brasileira, com sua sabedoria simples ele cativou a alma de um povo. “Ele transformou esta instância num sistema genial e simples, por sua vez, com muitas projeções, capaz de evangelizar e vivificar a fé em seu povo, partindo do núcleo humano mais íntimo, onde a cultura é transmitida pelas gerações, enriquecendo-as ou deteriorando-as pelas famílias. Através da Mãe Peregrina, o Sr. João levava até elas a luz das graças do Santuário Tabor”.

Jubileu de 31 de maio

Neste ano em que a Família de Schoenstatt celebra o Jubileu de 75 anos do “31 de maio” somos convidados a refletir sobre este acontecimento em um só coração, uma só alma, rezando a oração jubilar.

Querida Mae, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável! Obrigado pelo dom da Aliança e pela vossa presença no Santuário Cenáculo de Bellavista, onde nos dás o Espírito Santo, fazendo de Schoenstatt um novo Pentecostes para o nosso tempo.

Neste ano jubilar, abre os nossos corações à graça, acendendo-os no fogo da Aliança de Amor. Concede que, como vós, unidos a Cristo, possamos ir uns nos outros ao coração de Deus.

Querida Mãe! Renova na nossa Família o amor pela missão, o fogo do pai fundador.

“Cuide para que constantemente novos homens e mulheres façam sua a Missão do 31 de maio” (PK, 1952), forjando na cultura atual o rosto de uma nova criação.

“Reina sobre nós como agrada a Deus, transforma-nos em sal e fermento do mundo; faz que sejamos um só coração e uma só alma, como o Senhor implorou outrora na terra.” (RC 549)

 

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Referência:

Livro: João Pozzobon e o 31 de maio- Pe. Victor Trevisan e Pe. Hernan Alessandri Morandé – 1999 – Editora Palotti- Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt- Santa Maria/RS

[1] Acesso em: https://schoenstatt.org.br/2024/04/15/jubileu-do-31-de-maio-tres-conceitos-chaves/