Uma história de amor e devoção
Sonia Tubino – Quando queremos nos lembrar de alguém que admiramos ou sentimos a saudade daqueles amamos e já não estão entre nós, procuramos conhecer suas biografias, rever os álbuns de fotos, conhecer e recordar fatos daquelas vidas que nos inspiram e tanto nos fortalece. Assim como quem lê ou abre um livro de família, devemos nos abrir para a prática e contemplação do Santo Rosário.
O Servo de Deus João Pozzobon, homem simples, mas de forte espírito de fé, encontrou na sua devoção pela Mãe Três Vezes Admirável e no exemplo do Pe. José Kentenich, Fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, os verdadeiros espelhos pelos quais deveria moldar sua vida.
Pozzobon aceitou o convite de levar a Imagem Peregrina e rezar o terço nas casas das famílias e fez deste acontecimento uma missão, a razão maior de seu futuro. Como apóstolo fiel e dedicado, vivia o que para muitos parecia um sonho ou utopia, de forma prática e concreta. Evangelizando o próximo e levando a Boa Nova na presença da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt e de seu filho Jesus.
O pobre peregrino não apenas rezava o terço, mas fazia dos teus gestos e ações, uma verdadeira entrega à Mãe de Deus. A vivência do Rosário, o mergulho profundo em cada um dos seus mistérios, se tornava com ele, um diálogo de amor permanente. Ele não rezava somente desfiando as contas do terço, tinha o costume de marcar com o suor de suas mãos o cabo da enxada durante seu trabalho na terra, contava os milhares de passos dados com a Mãe Peregrina em seus ombros, nas batidas de seu coração que ansiava por esses momentos de intimidade e comunhão com Deus.
Apesar de assumir uma árdua missão, o sr. João nunca descuidou de suas obrigações como pai de família, talhou essa troca de corações, vivendo seus desafios, e sendo peregrino com a Mãe e Rainha. Foi por meio de seu amor por meditar o terço que ele encontrou lições de humildade, coragem, caridade e confiança, mesmo em dias de dificuldades que foram sustentados pela contemplação da Cruz e na postura estoica de Maria, enfrentando críticas e incompreensões, fazendo-as pequenas diante de sua missão junto à Mãe de Deus.
João Pozzobon levou a esperança, a promessa e a certeza da Divina Providência, tornando-se ele mesmo durante tantos anos, nas escolas, presídios e lares, uma pequenina chama da luz de Cristo pelos mistérios Gloriosos, Dolorosos, Gozosos e da Luz. Uma eterna história de amor de Deus por Maria e por toda humanidade, a mulher que se tornou a Mãe de Deus; o caminho para Pozzobon e a força que nos alimenta até os dias de hoje.
O Rosário é a presença intercessora que se torna real quando o fio que une os acontecimentos é bordado pelas mãos de Deus. O Rosário da Aliança de Amor que entrelaça tantas “continhas” e nossos corações inquietos, ao colo de Maria. Que nós como cristãos possamos, pela prática e a devoção do Santo Rosário, ser comprometidos como João Pozzobon, a encontrar a paz e a harmonia que o nosso mundo tanto precisa.