Um exemplo para a atualidade
Sonia Tubino/ Juliana Dorigo– Nesses tempos de pandemia, de tribulações e desafios que encontramos na vivência de uma nova realidade, João Pozzobon mostra-se a nós como aquela pedra lapidada pelo Amor do Pai e pelas mãos educadoras de Maria. Homem simples, de hábitos austeros e de ética e moral profundamente cristãs, ele soube com muita dedicação e empenho pessoal, construir sua família alicerçada na ternura, solidariedade e comprometimento responsável com sua comunidade.
“Ao mesmo tempo foi esposo e pai de família exemplar, homem de trabalho, justo e honesto. Nunca descuidou suas obrigações de família e de trabalho em seu intenso apostolado. Sua íntima Aliança de Amor com Maria plasmou nele um modelo de santidade da vida diária” Pozzobon, sabia da importância de se ter boas raízes, pois serão elas a seiva condutora que fará florescer e frutificar uma família. Nunca descuidou das suas obrigações, em casa e sempre se comportou atento e presente ao desenvolvimento de seus filhos. Casou-se duas vezes e formou uma família numerosa, mas tanto à primeira esposa Tereza, quanto à segunda, Vitória, e a cada uma das crianças, dispensou um tratamento personalizado e uma humilde gratidão por fazerem parte de sua vida! “Fiquei só, com dois filhos, e compromissos atrasados. Não sabia como continuar. Alguém me aconselhou a formar novo lar. Aceitei. Algum tempo depois, encontrei Vitória, com ela constituí novo lar. João Pozzobon permanecera viúvo cerca de seis meses.”[2] Foi um homem vocacionado e obediente à voz de Deus, que ressoava dentro do seu coração e se derramava pelos seus atos cotidianos. Todas as pessoas, todos os seus deveres e ações não eram vividos superficialmente e lhe traziam, paralelamente ao seu crescimento e amadurecimento, um aprofundamento interno e espiritual. Enraizado conscientemente em seus valores espirituais, na certeza do amor providente e compassivo de Deus, ouviu o seu chamado e dedicou-se à sua vocação como instrumento obediente e fiel aos planos do Pai. Confiante como aquele filho que se percebe presenteado por uma grande missão, fez de sua casa, de seu lar e família, o testemunho concreto de uma vida pautada no amor de Deus. Vivia integralmente, sem máscaras ou subterfúgios o ardor apostólico que incendiava seu coração, e dali inflamava todos os que com ele tinham contato. Não era uma devoção piegas ou infantil que dedicava à Mãe de Deus e a seu filho Jesus. Pelo contrário, era um compromisso de vida. E foi a partir da consciência do que essa Aliança de Amor com Maria representava nos planos do Criador, que ele saiu de porta em porta, carregando em seus ombros não apenas uma imagem, mas uma benção para toda a humanidade! Preocupado com a situação do outro, compadecido com as dificuldades de seu grupo social, saía do seu universo pessoal, com coragem e ousadia, propôs novas soluções e esperança aos necessitados. Não agia de forma demagógica, vaidosa ou paternalista, pelo contrário, organizando-se em mutirão, promovia como o fez ao fundar a Vila da Caridade, a dignidade e o bem que existia em cada um e o valor do serviço comunitário. Pozzobon dizia: “Sou pai de família, nunca fui homem rico. Mas sabia que Deus era bom, e que não desampara os que servem ao seu próximo”.[3] A fundação das Ermidas da Mãe e Rainha e a rotina do terço, a peregrinação da imagem da Mãe, eram para ele a forma mais simples e concreta de mostrar ao mundo o terno e contínuo amor de Deus por suas criaturas. “… nas periferias das paróquias e das capelas, nos lugares aonde o próprio sacerdote não chega, o novo é que em cada um desses lugares estou colocando um marco, um sinal que facilite a reunião das comunidades […] como símbolo da união com o Santuário[…] essas ermidas, talvez, no futuro, sejam pontos de partida de grupos que virão ao Santuário. Mas, para isso, necessita-se de um líder… que em cada ermida reúna a gente, e faça esta caminhada até o Santuário”.[4] Era discípulo, ainda que a distância, dos ensinamentos do Pe. José Kentenich, fundador da Obra de Schoenstatt, João Pozzobon fez de sua caminhada como instrumento de difusão da Campanha da Mãe Peregrina, um exercício de fé, louvor e estímulo a todos os que querem encontrar-se seguros e abrigados no colo da Mãe, direcionados pelo exemplo de Cristo e mergulhados no infinito amor do Criador. Referências: [1] TREVISAN, Pe. Victor. João Luiz Pozzobon – Um Santo com Têmpera de Missionário Leigo. Ed. Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt. Santa Maria, 1992. [2] URIBURU, Pe. Esteban J. Herói Hoje, Não Amanhã. Ed. Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt. Santa Maria, 1991. [3] Idem. 2 [4] Idem 2 e3Boas raízes
Homem vocacionado
Homem de caridade
Mostrar ao mundo o amor de Deus