“Eu sempre tinha este espírito do grande sacrifício de Cristo que carregava a cruz e fazia aquilo por amor de todos…”
Maria Dulce Torres/Sonia Tubino/Thelma Soutello – João Luiz Pozzobon, na sua simplicidade e humildade foi um ser humano muito especial; um cristão mariano, marcado pela vida e agir de Jesus Cristo e de Maria, enriquecido e aperfeiçoado pela graça de Deus.
Quando olhamos sua vida, encontramos nela, toda a mística do apostolado, da oração e da paz. Assume sua missão como apóstolo peregrino, percorrendo 140.000 km carregando a Mãe Rainha sobre o ombro encalecido, numa oferta de si mesmo, porque acreditava no valor salvífico do sofrimento, evidenciando também o papel de Maria na obra da salvação e santificação.
“Eu sempre tinha este espírito do grande sacrifício de Cristo que carregava a cruz e fazia aquilo por amor de todos… então, da minha pequena parte, também queria me incluir, também cooperar um pouco no sacrifício”.
Homem de oração
Foi um homem de oração que fez do seu caminhar incansável, uma resposta ao chamado do seu coração e ao diálogo contínuo com Maria. Uma oração que não era mera repetição de palavras, mas sim, uma oração de transformação e um convite a uma concreta ação cristã.
Homem de Missa diária, não para cumprir um dever, mas para se preencher da presença do Cristo Salvador. “Eu assistia à Missa dominical o que é um dever de todos e quando comecei a entrar na educação de Schoenstatt, do Santuário, nesse momento comecei a assistir um dia a mais à missa, no meio da semana; depois, mais dois e assim pouco a pouco cheguei à missa diária”.
Transformação cristã
Profundamente contemplativo, João Pozzobon encontrava nos seus momentos de Adoração ao Santíssimo, uma fonte de ligação, salvação, santificação e transformação cristã.
Os dias de Adoração para as famílias – costume estabelecido em todos os lugares em que foram colocadas ermidas – realizava “jornadas de Adoração”, durante as quais grupos familiares assumiam uma hora de Adoração diante do Santíssimo, revezando-se uns com os outros. Animava os adoradores com meditações lindas, profundas: “Era incrível ver as pessoas simples do campo abandonarem seu trabalho, para fazerem uma hora de Adoração, rezando o terço e cantando”.
Pozzobon tinha o desejo de ser padre, mas não pode se concretizar por conta do seu problema de visão. “Teria o menino João Pozzobon aproximadamente dez anos quando o enviaram à Casa Paroquial de Vale Vêneto, onde funcionava uma espécie de Seminário. Estudava ali um grupo de meninos, sob a direção do Pároco. João Pozzobon permaneceu na Casa Paroquial apenas dez meses, regressando para casa. “Quando João Pozzobon saiu do Seminário Palotino de Vale Vêneto” – lembra Sofia Pozzobon – “minha mãe foi buscá-lo a cavalo. Ao passar diante da Capela de Sant’Ana, em Vale Vêneto, o pequeno João disse à sua mãe que o Sagrado Coração de Jesus estava inscrito em seu coração. Minha mãe me contava, sempre, este fato”.
Embora não sendo sacerdote, alegrava-se em fazer o que fazia Maria: “A Mãe quer levar seu Filho Jesus a todos, recebendo-o através da santa Eucaristia”.
Portador de Cristo
Sentia-se um verdadeiro portador de Cristo, como Maria. Vivia em cada momento, nos simples desafios do cotidiano, a misericórdia salvífica do Cristo recebido na Eucaristia. Ao contemplar Maria, Mulher Eucarística, Sr. João compreendeu o rosto eucarístico de Jesus e da Igreja como sacramento da salvação.
Conciliando em seus dias uma ardente piedade mariana, um profundo amor a Cristo e a Deus Trino, viveu de uma forma extremamente simples. Atento e leal ao seu dever, movido por uma fé profunda, Pozzobon fez do mistério da Eucaristia, alimento e missão para a santificação da sua vida diária.
Ref:
A Espiritualidade em João L. Pozzobon – Pe. João B. Quaini
Herói hoje, não amanhã – Pe. Esteban J. Uriburu.