Conheça a história do Grupo Assistencial Mãe Peregrina (GAMP)
“A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os próprios interesses, não se irrita, não se guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará” (1Cor 13, 4-8).
No hino a caridade, São Paulo descreve com gesto simples e singelo de amor. O mesmo amor piedoso e acolhedor que encontramos na visita da Mãe Peregrina, com Jesus em seus braços. Ela procura abrigo em muitos corações, através dos missionários que aceitam a missão de levá-la ao encontro daqueles que mais necessitam.
O Servo de Deus João Pozzobon, “desde o começo da Campanha, dedicou o singular carinho aos pobres, pois, entre as famílias, às quais levava em visita a Peregrina, muitos eram gente humilde e necessitada. Costumava conversar com eles, compartilhando o que podia, principalmente seu amor de pai e amigo. Convidava-os a lembrarem sua dignidade de filhos de Deus, a riqueza de terem uma Mãe como a Virgem Maria, a grandeza de seu destino eterno de glória.”[1]
Seguindo a mesma inspiração, na cidade de Perus/SP, Zona Noroeste do Estado de São Paulo/SP, Marinha Camargo Caramigo, coordenadora da Campanha há 20 anos na Paróquia São José, e o filho Leandro Cabral, criaram o Grupo Assistencial Mãe Peregrina (GAMP), levando a Mãe de Deus e ajudando pessoas em situação de rua.
Marinha comenta que a caridade está presente em sua vida desde pequena. “Desde criança a minha família sempre ajudou muito com alimentos aos moradores em situação de rua. Na verdade, em toda a minha vida, desde que eu nasci, a gente sempre teve essa missão de ajudar ao próximo, há quem precisa.”

Leandro junto com membros do GAMP preparando refeições na casa de Marinha
De acordo com a coordenadora, o GAMP surgiu durante o Ano da Misericórdia, proclamado pelo Santo Padre. “Nós como Campanha da Mãe Peregrina e parte do Movimento Apostólico de Schoenstatt, trabalhamos dentro da paróquia São José, e como era o Ano da Misericórdia, o Pároco nos pediu para que fosse trabalhado esse tema. Estudamos o material da Campanha e naquele ano e decidimos ajudar os moradores em situação de rua, e assim deu início ao GAMP”, explica Marinha.
O nome do grupo foi escolhido pelo filho Leandro, é ele quem também recolhe as doações e leva as refeições. O GAMP é composto por 38 pessoas da comunidade. “Em meio a pandemia e ao desemprego. Tantos são aqueles que se encontram em situação de rua. Só nos resta olhar para esse povo sofrido, – alguns com teto, mas não habitável (situação precária) – com olhar de misericórdia. Procuramos dar o que comer, beber, vestir, agasalhar, cobrir e principalmente levar uma palavra amiga, um aperto de mão”, ressalta a coordenadora. Todas as refeições oferecidas pelo grupo são feitas na cozinha da própria casa de Marinha.
A pandemia trouxe novos desafios para o grupo, com o aumento de pessoas nas ruas e a dificuldade de arrecadar doações. Mesmo assim, o trabalho continua de forma incansável. Contamos com a ajuda de muitas pessoas que se solidarizam e ajudam com o que podem como alimentos, cestas básicas, cobertores, colchões, roupas, sapatos, produtos de higiene pessoal e utensílios domésticos. Mesmo com Pandemia todas as segundas- feira às 18hs 30, nossa equipe vai atrás de quem precisa de ajuda. De janeiro deste ano até o começo de julho foram feitas 5 rifas que nos ajudaram na compra de cobertores e cestas básica. Passamos todos os meses no aperto, pois cada dia que se passa devido a pandemia, mais pessoas estão passando necessidade e estão nas ruas”.
O grupo segue sua missão sobre o olhar misericordioso de Maria, assim como ensina o Papa Francisco: “Ela é a primeira que abre a procissão e nos acompanha no testemunho do amor. A Mãe da Misericórdia reúne a todos sob a proteção do seu manto”.[2]
[1]URIBURU, Esteban. Herói hoje não amanhã: a vida do pobre peregrino e diácono João Luiz Pozzobon. Santa Maria/RS. Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, 1991, pág. 76
[2] Papa Francisco Carta Apostólica Misericordia Et Misera: No Termo Do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.