(Fotos: Ir. M. Nilza P. da Silva)

Hoje faz 104 anos da primeira aparição de Nossa Senhora, em Fátima/Portugal

Ir. M. Nilza Pereira da Silva – Certa manhã, aqui no Brasil, uma família – pai, mãe, avó e dois filhos pequeninos – cruzava, com seu carro, uma linha férrea em Juiz de Fora/MG, quando deu pane geral e o carro travou. Os pais desceram e tentaram empurrar o carro quando, de repente, ouviram o barulho do trem se aproximando rapidamente. Foi um momento de desespero. Quando a mãe viu que não havia mais o que fazer, o trem atingiria em cheio o carro e não dava mais tempo para tirar seus filhos, imediatamente, ela abriu a porta e entrou no carro, jogou-se no banco de trás, ao lado deles. De fato, o trem atingiu o automóvel, mas, graças a Deus, todos se salvaram. Então, quando tudo se acalmou, um repórter perguntou para a mãe por que ela fez isso, sabendo que poderia morrer. Sua resposta é: “Quando vi que não tinha mais jeito, entrei no carro, pois se acontecesse algo pior eu estaria com meus filhos.”

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Nos maiores perigos, ela vem para junto de seus filhos!

Se uma mãe na terra tem esse amor heroico, tanto maior é o amor de Maria por nós, pois nela nada atrapalha a força do amor de Deus. Ela nunca abandona seus filhos e, em tempos de maiores perigos, coloca-se ainda mais perto do que em tempos normais. Nós temos muitas experiências disso, em nossa história e na história da Igreja, por isso, podemos ser fortes também agora, nessa pandemia.

No início da primeira guerra mundial, ela diz: “Se acontecer algo pior, quero estar junto com os meus filhos!” Então, ela desce do céu, sela a Aliança de Amor, em 1914, e estabelece sua morada no Santuário, em Schoenstatt/Alemanha. É isso que explica também que, apenas dois anos depois, quando a Guerra arrasa a Europa, muitas famílias perdem tudo e a dor pela perda de pessoas amadas sangra os corações, em 13 de maio de 1917, Maria aparece em Fátima/Portugal.

“Não tenham medo!”

Nesse dia, ela se aproxima de três crianças, Jacinta, Francisco e Lúcia, e, por meio delas, diz ao mundo inteiro: “Não tenham medo!” Como Mãe, assim como fez em Schoenstatt, ela diz ali também que Deus conta com nossa participação para devolver a paz ao mundo, para salvar as almas e ela acalma os corações aflitos. Seu método pedagógico é sempre o mesmo: iluminar o mundo interior, o microcosmo, para que se faça o homem novo. Lemos nos relatos de Lúcia, que Nossa Senhora “abriu as mãos, transmitindo-nos uma luz tão intensa, que entrava no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus”.

Oração e sacrifícios

Para ajudar a salvar o mundo da tragédia que o assolava, Maria pede que as pessoas exijam o máximo de si mesmas (fazer penitências) e zelem pela vida de oração (rezar o terço). “Rezem o terço, todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra” [2] Vejam que muda a forma como Maria se manifesta, pois em Schoenstatt não houve nenhuma aparição ou outra coisa extraordinária, mas, é a mesma Mãe e Educadora, com o coração repleto de amor e faz, de forma diferente, os mesmos pedidos.

Ela vence os poderes das trevas

Em Dachau, em 1944, Pe. Kentenich fala sobre Fátima. Ali “a Mãe de Deus apresenta-se a si própria como uma arma pronta para a batalha contra todos os poderes das trevas, contra todos os inimigos da alma e contra a grande infelicidade do mundo. Revela-se a si mesma como a Rainha… Sabemos que Deus exige para a salvação do mundo também a nossa própria cooperação… Ela disse: ‘Pensem que há tantas almas que se perdem eternamente, porque não há ninguém que reze e se sacrifique por elas.’” [3]

Renovemos nossa entrega ao seu coração

Quando o perigo é eminente e “não tem como nos desviar de sermos atingidos pelo trem”, Maria enfrenta o perigo e fica bem perto de nós. Em Schoenstatt, ela nos motiva para a consagração pessoal ao seu coração imaculado, em Fátima, ela repete esse pedido, que o mundo todo seja consagrado a ela. Como continua a dizer, nosso Pai e Fundador, em Fátima e em Schoenstatt, “Ela é considerada como a mão de Deus. Ele quer chamar para si os pequenos, os menores, por meio de Nossa Senhora.”

Nesse 13 de maio, renovemos nossa entrega a Ela, nossa Aliança, e nos empenhemos para cumprir as exigências de amor que ela nos faz, para desvendarmos nosso mundo interior, elevar ao máximo a exigência a nós mesmos, pela autoeducação, e cultivar uma zelosa vida de oração, que para todo cristão mariano inclui, sem dúvidas, a reza do terço.

[1] http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2015/11/recomeco-diz-motorista-que-ficou-com-os-filhos-ao-ser-atingida-por-trem.html

[2] Relatos de Irmã Lúcia, em “Apelos”, 1997

[3] Pe. José Kentenich, Schoenstatt e Fátima – manuscrito não publicado

 

Fonte: schoenstatt.org.br