Na confusão e na desorientação de nossa época, os valores básicos da vida e da família são abalados. Porém, se muitas famílias assumirem uma postura de valorização e defesa da vida teremos então influência na sociedade. Seremos capazes de criar, gestar uma cultura da família, uma cultura cristã.
Precisamos fazer algo! Vamos começar em nossa casa?
Família, sacrário da vida
O sacrário é o local onde se guarda Jesus Eucarístico. Pensemos em Maria. Ela “ofereceu o seu ventre virginal para a encarnação do Verbo de Deus” e na “visitação, quando leva no seu ventre o Verbo encarnado, de certo modo serve de “sacrário” – o primeiro “sacrário” da história –, para o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos homens, se presta à adoração de Isabel, como que “irradiando” a sua luz através dos olhos e da voz de Maria.” (João Paulo II, encíclica Ecclesiae de Eucaristia)
Portanto, quando se fala de sacrário, estamos nos referindo a um lugar sagrado. Como Maria, a família, é um “sacrário”, pois recebe de Deus algo sagrado: a vida que Deus lhe presenteia para moldá-la à sua imagem e semelhança.
A família, lugar sagrado, instituída pelo próprio Deus; sua responsabilidade é proteger a vida, assim como o sacrário guarda e protege o Santíssimo.
Nas Igrejas, os sacrários são bem fechados de modo que é difícil profaná-lo, isto é, que seja tratado com irreverência ou seja violado. Assim também deveria acontecer com a família, proteger a vida de modo que ninguém possa tratá-la sem respeito.
E nós, como cuidamos da vida que há em nossa família? Há alegria quando é anunciada uma gravidez? Como ela é conduzida? O ventre de uma mãe, de certa forma, torna-se um “sacrário”. Quanto respeito devemos ter diante desta vida que foi concebida e está sendo gerada! Quanto cuidado ela necessita! E Jesus assim o quis. Colocou a criança em destaque no Reino de Deus dizendo: “Deixai vir a Mim os pequeninos e não o impeçais pois deles é o reino de Deus.” (Lc 18,16) E nosso querido João Paulo II nos indica: “O acolhimento, o amor, a estima, o serviço multíplice e unitário –material, afetivo, educativo, espiritual – a cada criança que vem a este mundo deverão constituir sempre uma nota distintiva irrenunciável dos cristãos,, em particular das famílias cristas”. (Familiaris Consortio,26)
A Mãe Peregrina que há 68 anos visita as famílias pode nos ajudar. Ela mesma foi o sacrário da vida, o lar de Nazaré foi também este sacrário onde a vida foi por excelência amada, respeitada e envolvida por uma estima profunda pela sua dignidade. Que na Escola de Maria, aprendamos a ser sacrário da vida, para ajudar a gestar uma cultura da família, uma cultura cristã em nossa sociedade.
Imagem: Schoenstatt/Brasil