Os desafios da evangelização na modernidade

Novos tempos exigem novos desafios, principalmente para a evangelização. Estamos vivendo em uma sociedade que passa muito tempo diante do celular, computador, videogame e televisão. Um desafio semelhante, que João Paulo II chamou de “Nova Evangelização”, para a qual veementemente convocou a Igreja. Evangelizar a pós- modernidade é influenciar criativamente esta mudança para forjar esta cultura, segundo o projeto do Reino de Deus.

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Qual é a missão da Igreja? É a missão! Assim como pediu o Papa Francisco, uma Igreja em saída, ao encontro do povo, perto daqueles que estão em dificuldades, que tem difícil acesso.  Evangelizar é propriamente a missão da Igreja.[2]A evangelização é a tarefa, a vocação, a missão da Igreja, desde Pentecostes até a consumação dos tempos. Esta tarefa deve realizar-se num mundo em constante mudança, no qual morre uma cultura e nasce outra, no qual épocas se transformam.[3]

Valores de Cristo

Vivemos uma época de fortes transformações como poucas na história da humanidade. O Pe. Kentenich, fundador de Schoenstatt, testemunha de duas Guerras Mundiais, costumava dizer que “um velho mundo está em chamas”. Esta, porém, não era uma constatação pessimista, pois via nesta realidade uma oportunidade única para impregnarmos os valores de Cristo e do evangelho nesta “nova era” que está em gestação.[4]

Diretrizes evangelizadores

De fato, a Igreja do Brasil desde 1979 até hoje mantém a palavra “evangelizar” como a primeira na formulação do objetivo geral nas Diretrizes Gerais da sua Ação Pastoral, nome alterado em 1995 para Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, justamente para destacar o caráter evangelizador, adextra (não só “mantenedor de pastorais já organizadas”, ad intrà) da ação da Igre­ja.[5]

O extraordinário

Do “plano” pastoral de Pozzobon queremos tirar consequências para nossa ação pastoral junto às famílias de hoje, neste contexto de pós-modernidade em que nos encontramos. Trata-se de vivências cotidianas, ordinárias, portadoras de transformações cotidianas, limitadas, porém extraordinárias. É o extraordinário de Deus acontecendo no ordinário da vida humana. Assim Pozzobon aprendeu, na escola do Pe. Kentenich, que as irrupções do divino se dão na imanência do humano, o “extraordinário” divino se dá no “ordiná­rio” da vida cotidiana. Neste sentido devemos entender as respostas existenciais e pastorais que Pozzobon e sua Campanha podem ofe­recer ao homem e à família na pós-modernidade: transformações cotidianas e limitadas no ordinário da vida familiar e eclesial.[6]

Mãe Peregrina

A Campanha da Mãe Peregrina, vive em constante estado de missão, está em saída, ao encontro das famílias por meio dos leigos, que levam a evangelização, através da imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, com seu Filho Jesus, ao encontro das famílias em seus lares, nas escolas, presídios, hospitais, etc. Em 2020, a Campanha comemora 70 anos, está presente nos cinco continentes, visitando milhares de pessoas que abrem suas portas para receber Maria, como dito pelo Pe. José Kentenich, durante sua visita ao Brasil: “Levem a imagem de Nossa Senhora e dêem-lhe um lugar de honra nos vossos lares.”[7]

 

 

Referências:

[1] Pe. Alexandre Awi Mello, livro: João Luiz Pozzobon Evangelizador das famílias na pós modernidade. Pag. 155

[2]   “Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade.” (PAULO VI. Exortação Apostólica Evange/ii Nuntiandi: sobre a Evangelização no Mundo Contemporâneo. São Paulo: Paulinas. 1986. n. 14)

[3]  Pe. Alexandre Awi Mello, livro: João Luiz Pozzobon Evangelizador das famílias na pós modernidade.

[4]  Cf. uma excelente análise do nosso tempo, as causas da crise e propostas para o futuro: KENTENICH, José. Desafios do nosso tempo: formar um homem novo e uma nova cultura em tempos de mudança histórica. Lisboa: Patris, 2002, p. 11 -42.

[5] A formulação atual do objetivo geral das DGAE 2003-2006 reza: “Evangelizar proclamando a Boa-Nova de Jesus Cristo, caminho para a santidade, por meio do serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão, à luz da evangélica opção pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, for­mando o povo de Deus e participando da construção de uma sociedade justa e solidária, a caminho do Reino definitivo.”’ (CNBB. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil 2003-2006. 6. ed. São Paulo: Paulinas, 2003, p.5)

[6] Pe. Alexandre Awi Mello, livro: João Luiz Pozzobon Evangelizador das famílias na pós modernidade. Pag. 162

[7] Caritas Christi urget nos! Santa Maria, 15 de abril de 1948