Juliana Dorigo- A missão evangelizadora é, antes de tudo, um chamado à entrega generosa e ao compromisso com a difusão do amor de Cristo. Para que este chamado se concretize de forma profunda e frutifique, é essencial que os missionários busquem constante formação e vivam uma vida de oração.

João Luiz Pozzobon, servo de Deus e precursor da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, exemplifica de maneira clara essa busca. Foi por meio da participação nas formações de Schoenstatt que ele conseguiu, com o tempo, estabelecer a Missa diária no Santuário.

“Quando comecei a participar da formação de Schoenstatt, no Santuário, comecei a acrescentar mais um dia de missa por semana, no meio da semana; depois, dois dias e assim fui aumentando até completar a semana. Não queria assumir um compromisso para depois desistir. Queria amadurecer. Então, tomei o compromisso de ir todos os dias e, desde então, vou ao Santuário todos os dias.”

Pozzobon acreditava firmemente que a oração constante o ajudava a se manter firme ao longo de sua missão. Durante mais de 35 anos de peregrinações com a imagem da Mãe Três Vezes Admirável, ele caminhou mais de 140 mil quilômetros a pé, levando as graças e bênçãos do Santuário.

O Pe. José Kentenich ensina que “o amor, a vida e a oração dependem primariamente do nível inicial de conhecimento. Quem deseja amar, deve primeiro conhecer.” A missão precisa ser um reflexo do amor. A formação, portanto, não deve ser apenas teórica, mas vivida de forma concreta.

A Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt é um exemplo vivo de uma corrente missionária que se dedica à evangelização em diversas realidades. Com sua origem em uma simples iniciativa de João Luiz Pozzobon, a Campanha cresceu e se tornou um movimento global que leva a Mãe de Deus ao encontro das famílias, mesmo nas regiões mais afastadas. Essa ‘peregrinação’ continua a ecoar o espírito missionário ensinado por Kentenich, de que a evangelização é um ato de amor que ultrapassa barreiras e se aproxima do outro em suas diferentes realidades.

Os desafios da missão são muitos, mas a formação oferece ao missionário a clareza de propósito e os conhecimentos necessários para enfrentar as dificuldades. A oração, por sua vez, fortalece a espiritualidade e o compromisso, permitindo que o missionário se mantenha centrado e aberto à ação divina. Com essas ferramentas, a evangelização deixa de ser um ato solitário, tornando-se uma experiência compartilhada com Deus e com os irmãos.

Além disso, os missionários e coordenadores podem buscar formações junto ao Secretariado da Campanha, por meio de encontros, retiros e materiais de formação, que são essenciais para o contínuo amadurecimento espiritual e missionário. Essas oportunidades de aprendizado contribuem para a vivência mais profunda do carisma e para a implementação de ações evangelizadoras mais eficazes.

Portanto, para seguir o exemplo de João Pozzobon, devemos, como ele, ser “aluninhos” do Pe. Kentenich, tocando corações e levando a mensagem de amor e esperança. Assim, podemos fazer florescer os frutos da missão, conquistando os corações mais distantes para a Mãe de Deus.

 

Referências:

URIBURU, Esteban J. 140.000 km caminho com a Virgem. Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt,1985

KENTENICH, José. Como é bonito rezar.