Preparação para a Semana Santa
Juliana Dorigo – É tempo de quaresma, de jejum, oração e aproximação com Deus. Confessar nossos pecados, implorando pela misericórdia e também meditar sobre os mistérios da vida de Jesus, o Salvador. A Semana Maior se aproxima, a Igreja vai viver a Semana Santa, a Paixão e morte de Jesus na Cruz para a remissão dos nossos pecados. É momento de silenciar o coração e estar com Ele.
O silêncio é uma prática importante a aproximação com Deus. “O silêncio serve ao ouvir, ao escutar a palavra de Deus. Ele aguça a percepção para a presença de Deus como espaço em que nos movimentamos, e para a palavra de Deus que nos aponta o caminho”1
“Na obediência eu escuto os mandamentos do Senhor e suas instruções… No silêncio eu escuto a doutrina do Senhor, que mostra-me o caminho para a vida”2.
Atitude Interior
No silêncio, nos abrimos para escutar a Palavra. “Aquele que no silêncio está aberto para a palavra de Deus, este também escuta as palavras… este também é capaz de ver no próximo a presença de Deus… O silêncio é a atitude interior em que eu me abro para esta realidade do Deus que me envolve”3.
“De início o silêncio é uma ajuda para pelo menos se poder rezar, para voltar o espírito para Deus, para na leitura sagrada se ouvir com recolhimento a palavra de Deus”4.
Permanecer consigo mesmo
“Frequentemente nós ficamos surpresos de como fugimos de nós mesmos, de como não gostamos de estar sós. E quando estamos sós, precisamos de uma ocupação qualquer”5. Estar à sós e permanecer consigo mesmo, refletir sobre as atitudes do dia a dia, elevar aos céus as preces do coração. São benefícios que encontramos durante esses momentos, não precisamos temer ou fugir de nós mesmos por medo de estar sozinho, nunca estaremos sós.
Em tempos modernos, ficou mais difícil se desligar e entregar um momento para Deus. “O homem moderno já acha difícil estar só; ir em busca dos fundamentos do seu próprio ‘eu’ é quase impossível para ele. E quando alguma vez permanece consigo mesmo no cantinho silencioso, e estiver quase chegando ao conhecimento de Deus, ele liga o rádio ou a televisão”6.
“Quanto mais experimento nas minhas caminhadas a mentalidade deste mundo modernizado, dominado pela moda, pelo materialismo, tanto mais me sinto impulsionado a cooperar na evangelização do povo. Creio firmemente que a Virgem Santíssima abrirá os corações para os mandamentos da salvação.”7,
Vida de Oração
O Pe. José Kentenich acreditava na vida de oração como uma relação de amor com o próximo: “A vida de oração do católico aparece, em sua relação com o amor a Deus e ao próximo… a vida de oração, é a oração correta e autêntica”8. Por meio dela, estamos próximos de Deus.
Rezando com Maria
Podemos viver a experiência de estar em oração, junto com Maria, nossa Mãe, com a vista da Mãe Peregrina, estar com Ela, refletindo sobre como a Mãe suportou a Paixão e morte de seu Filho. Maria estava ao lado de Jesus, em silêncio, sempre com o olhar amoroso de Mãe.
Após a caminhada até o Calvário, Jesus crucificado está só, aos seus pés, Ele vê Maria, e naquele momento ele a entrega ao mundo como Mãe. “Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”. (Jo 19: 26,27).
Maria é o exemplo de força e fé, Mãe dos pecadores, nos aproxima de seu Filho e nos carrega em teu colo. “Maria está muito próxima de nós: percorreu caminhos semelhantes aos nossos e, na fé, deu os passos que o Senhor foi lhe pedindo… Sendo, como Jesus, filhos e discípulos de Maria, teremos condições de saber como ele olhava sua mãe; que lugar ela ocupava em seu coração; como espera que nós a amemos” 9
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1 ao 6 – As exigências do silêncio Anselm Grün
7 ADJLP-341 -003/CEPA
8 Como é bonito rezar: Pe. Kentenich
9 Com Maria, a Mãe de Jesus / Murilo S. R. Krieger