Igreja que acolhe a todos e não anula as diferenças
A Sala de Imprensa do Vaticano apresentou hoje, 20 de junho, o Instrumentum laboris, trata-se do documento que será a base para os trabalhos dos participantes do Sínodo (2021-2024) que tem como tema a Sinodalidade, que está previsto para acontecer em outubro deste ano no próprio Vaticano e deverá continuar até 2024.
Igreja Sinodal
O documento reúne a experiências das dioceses de todo o mundo nos últimos dois anos, a pedido do Papa Francisco, abrindo os caminhos para “crescer como uma Igreja sinodal”. As experiências relatadas mostram a realidade de diversos locais que sofrem com a guerra, mudanças climáticas, sistemas econômicos que produzem a exploração, desigualdade e descarte. Também as “Igrejas cujos fiéis sofrem o martírio, em países onde são minorias ou onde se deparam com uma secularização cada vez mais intensa e, às vezes, agressiva. Igrejas feridas por abusos sexuais, de poder e de consciência, econômicos e institucionais, feridas que precisam de respostas e de uma ‘conversão’. Igrejas que abraçam os desafios, sem medo e sem tentar ‘resolvê-los a todo custo’, engajando-se no discernimento sinodal: Somente dessa forma as tensões podem se tornar fontes de energia e não cair em polarizações destrutivas”.
Igreja de escuta
De acordo com o Vaticano, o Instrumentum Laboris traz o discernimento durante a Assembleia Geral, mas ao mesmo tempo de preparação dos participantes e grupos sinodais com o objetivo de abrir horizontes de esperança. Com “o desejo de uma Igreja cada vez mais sinodal também em suas instituições, estruturas e procedimentos”. Tornando-se assim, uma “Igreja de escuta”. Portanto, ser “humilde e sabe que deve pedir perdão e que tem muito a aprender”
Igreja de encontro e diálogo
A Igreja sinodal também é sinônimo de encontro e diálogo com outras religiões, culturas e sociedades. “Faz experiência todos os dias de radical unidade na mesma oração, mas na diversidade de línguas e ritos.”
Estrutura do documento
A estrutura do documento é composta por “um texto e quinze fichas de trabalho que trazem uma visão dinâmica do próprio conceito de ‘sinodalidade’. Mais detalhadamente, há duas ‘macro-seções’: a Seção A, na qual se destaca a experiência desses dois anos e o caminho a seguir para se tornar uma Igreja cada vez mais sinodal; a Seção B – intitulada Comunhão, Missão, Participação – que destaca as ‘três questões prioritárias’, no centro do trabalho em outubro de 2023, ligadas aos três temas principais: crescer em comunhão, acolhendo a todos, sem excluir ninguém; reconhecer e valorizar a contribuição de cada pessoa batizada em vista da missão; identificar estruturas e dinâmicas de governança por meio das quais articular ao longo do tempo participação e autoridade em uma Igreja sinodal missionária.”
Fonte: vaticannews.va