O valor do nosso ser cristão no tempo quaresmal

 

Ir. M. Gislaine e Ir. Ana Maria – Vivenciando o tempo agraciado da quaresma nos reunimos espiritualmente em torno dos Santuários de Schoenstatt para celebrarmos o dia Aliança de Amor.

Nossa Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, em seu Santuário, nos convida ao silêncio e à reflexão sobre o imenso amor de Deus por nós, como nos diz a Sagrada Escritura: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

O tempo da quaresma nos oferece a ocasião para aprofundar o sentido e o valor do nosso ser cristão. Nos estimula a reconhecer como necessitados da misericórdia do Senhor. Somos convidados a dirigir nosso olhar para Cristo e contemplar sua cruz: “a cruz é fonte de vida imortal, é escola de justiça e de paz, é patrimônio universal de perdão e de misericórdia; é prova permanente de um amor doado e infinito que levou Deus a fazer-se homem vulnerável como nós até morrer crucificado. Os seus braços pregados abrem-se para cada ser humano e convida-nos a aproximar-nos d’Ele na certeza que nos acolhe e nos estreita num abraço de ternura infinita: ‘E eu, quando for levantado da terra, atrairei a Mim’ (Jo 12,32).

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Silêncio do coração

O mistério da Cruz nos revela a misericórdia de um Deus, que deseja reconquistar o nosso amor e que em sua fidelidade paternal espera a nossa resposta. Por isso, neste tempo quaresmal, temos a oportunidade de voltar para dentro de nós, no silêncio de nosso coração, rever a nossa vida, rever até que ponto a nossa vida cristã, de família cristã, corresponde àquilo que Nosso Senhor nos pede.

Quantas famílias, “quantos homens e mulheres, vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão[2]”, assim afirma o Papa Francisco. A consequência dessas atitudes é a falsa felicidade, pois o desejo de amar e ser amado, que toda pessoa possui, não se realiza, pois é um amar egoísta, interesseiro, ambicioso e individualista.

Remédio doce da oração

Como “aquecer” o amor em nós? Por meio do “remédio doce da oração, da esmola e do jejum”, aconselha o Papa Francisco, mas também buscar a intimidade com Cristo, que é a grande força da nossa vida; e podemos fazê-lo principalmente na liturgia, na Santa Missa, na Eucaristia, de joelhos diante do sacrário. O Pe. José Kentenich nos diz:Cristo deve ser, cada dia mais, o centro de minha vida, para que eu me torne Cristo…

amar como Cristo amou. E como Ele amou? Com a entrega de toda a sua vida, mesmo quando colhia ingratidão. Se amardes só aqueles que vos amam, não fazeis mais que os pagãos (cf. Mt 5,46). Isto quer dizer: se Cristo vive em nós, devemos mostrar que este Cristo prática em nós um amor heroico ao próximo […]. E o máximo, na mais elevada potência, é cultivar em nós o estilo de vida de Cristo, a forma de vida de Cristo”. [3]

Neste dia da Aliança pedimos a Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt que interceda por nós uma profunda união de fé e de amor com Jesus para que assim possamos testemunhar às pessoas com as quais convivemos, a alegria de pertencer a Cristo: Caminho, Verdade e Vida.

[1] (Papa XVI, 21.03.2008).

[2] 1º de novembro de 2017, Solenidade de Todos os Santos

[3] Pe. Kentenich. Livro:  Cristo minha vida,