Trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos

Por: Juliana Dorigo

“O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar”

[1], usando essas palavras, o Papa Francisco chama a atenção para o cuidado com a “casa” construída por Deus, a importância de manter um ambiente saudável e sustentável para viver em família.

Todos partilham da mesma casa, a mesma terra e o mesmo ambiente. A humanidade possui a capacidade de colaborar na sua construção “Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados setores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos” [2].

Um exemplo é a juventude, que sai em missão e promove mudanças, buscando respostas para que haja um ambiente mais saudável no futuro, principalmente fazendo a diferença na vida dos mais necessitados. “Aqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos” [3].

 

Vinculação de Deus com o homem

O Pe. José Kentenich relata, que a primeira vinculação de Deus com o homem é através dos benefícios que ele concede a todas as criaturas de ordem natural. “Consideremos, primeiro, a vincu­lação natural de Deus com os homens, isto é, os benefícios que Ele concede a todas as criaturas na ordem natural. Ele os revela diariamente, e a toda a hora, por sua tríplice atividade: cria, conserva e governa por amor” [4].

Foi através da criação do mundo, que as ideias eternas de amor se concretizaram: “No momento da criação, ideias eternas de amor se concreti­zam. E que variedades de vidas Deus cria! Quantos germens e aptidões em potencial! Por quê? Por amor! Que respeito amoroso e que amor respeitoso deveríamos sentir diante de todas as coisas criadas, também ante a estrutura e originalidade de nosso próxi­mo” [5].

 

Deus tudo criara por amor

Assim como São Francisco de Assis, que via o amor de Deus nas coisas mais simples: “o Sol, o fogo, o calor, a chuva, enfim todas as criaturas eram seus irmãos queridos. Até chega a falar do ‘irmão ladrão’ e da ‘querida ir­mã morte’. Com santo respeito tratava cada folhinha seca ou qualquer graveto, pois Deus tudo criara por amor” [6].

Deus está em todas as partes na ordem da natureza, como Criador, Conservador e Guia, tudo é propriedade da sua obra. Pela graça, o amor se torna possível e habita na alma humana. “O amor tornou possível sua’ ‘habitação” na alma humana de uma forma toda es­pecial. Que significa “habitar” nesse caso? Será que Deus habita em mim, assim como eu moro num aposento qualquer? Não! O aposento sempre permanecerá separado de minha pessoa. Ao afirmar que a Santíssima Trindade habita em mim, não entendo ape­nas que me tenha transformado em sua habitação, mas que tam­bém me introduziu misteriosamente em sua vida divina” [7].

 

Instrumentos nas mãos de Deus

Os seres humanos são instrumentos nas mãos de Deus, cada um com a sua responsabilidade e missão. Assim como a Mãe de Deus: “instrumento preferido nas mãos do Deus vivo, Ela tem a tarefa – como Auxiliar e Compa­nheira oficial e permanente de Cristo em toda obra da reden­ção – unida a Ele” [8].

Todos habitam a casa que Ele construiu e distribuiu com seu amor, Deus está presente em cada pequeno detalhe e em suas belezas. Pode-se refletir sobre a sua delicadeza, presente nas flores e nos pássaros; a sua grandeza através dos mares, quase infinitos em seus horizontes; e também sua calmaria como nos ventos com sua leveza.

A divindade está presente no que é essencial e puro. Pe. Kentenich descreve: “entre as coisas que são essenciais encontra- se a imagem de Nossa Senhora” [9]. A Mãe de Deus também habita as essências com sua presença.

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[1] ao [3] Papa Francisco: Carta Encíclica sobre o cuidado comum 2015.

[4] Pe. José Kentenich, livro: Santidade de Todos os Dias

[5] ao [9] Pe. José Kentenich, Livro: Com Maria no Novo Milênio

 

Fonte: schoenstatt.org.br