“Não vos preocupeis com a realização do vosso desejo. Amo aos que me amam” (Documento de Fundação de Schoenstatt)
Karen Bueno – Quando você selou sua Aliança de Amor com a Mãe e Rainha, onde aconteceu a celebração? A maioria, provavelmente, vai responder que foi num dos Santuários de Schoenstatt; outros dirão que em paróquias e comunidades diversas; alguns vinculam-se aos Santuários Paroquiais ou Ermidas da MTA para se consagrar. Mas, você já imaginou selar a Aliança de Amor num hospital?
A Sra. Lucília Ferro Putinatti, de Ibiporã/PR, recebeu essa surpresa durante o tratamento hospitalar. Ela iniciou a preparação para selar a Aliança no início de 2018 e acompanhou todas as reuniões, mas, diagnosticada com câncer, estava internada no dia da consagração do seu grupo.
“A tristeza veio porque a Aliança de Amor com Maria seria dali a quatro dias (30 de setembro de 2018) e eu estaria no hospital sem poder selar minha Aliança. Diante de todos os acontecimentos, acabei me conformando. A coordenadora da Mãe Peregrina disse que eu poderia selar a Aliança na próxima vez e isso me confortou, mas Deus e a Mãe prepararam uma surpresa para mim”.
A Mãe bate à porta
Como todos já conhecem, a Mãe é Peregrina e vai ao encontro dos seus filhos em todos os lugares e nas situações mais difíceis. Também no hospital ela se fez presente: “No sábado, dia 29 de setembro, mais ou menos às 12 horas, recebi a visita das Irmãs de Maria. Elas bateram na porta do quarto com a imagem da MÃE com seu Filho. Chegaram para que eu selasse a Aliança ali, naquele quarto de hospital. Não contive a emoção, choramos juntas eu e minha irmã que estava comigo naquele momento. Depois de realizadas as orações de consagração, eu assinei o Livro da Aliança de Amor”.
Foi assim que, da cama de um hospital, a MTA recebeu um novo coração consagrado em Aliança. Vale ressaltar que a Sra. Lucília representa um caso especial e excepcional, com acompanhamento das assessoras responsáveis (esse tipo de situação deve sempre ser acompanhada pelos assessores).
Tudo para o Capital de Graças
A luta da Lucília continuou, mas ganhou um novo significado a partir da Aliança: “Às vezes, nos momentos difíceis de dor, medo e angústia, a impaciência queria tomar conta de mim, eu passei a oferecer tudo em contribuições ao Capital de Graças. Os momentos de alegria, de paz também ofereço ao Capital de Graças”.
A todos que passam por uma situação parecida, lutando contra o câncer ou outra doença complicada, ela estimula: “Aos meus irmãos e irmãs que, porventura, estejam passando por momentos difíceis de doença ou outras dificuldades, faço uso da frase de uma música do Pe. Zezinho: ‘Milagres acontecem quando pomos de joelho o coração’, é na fé e na oração que a luta fica mais leve, não estamos sozinhos”.
Leia o testemunho completo da Lucília abaixo:
Testemunho
O ano de 2018 foi muito marcante em minha vida. No mês de abril começaram a surgir meus problemas de saúde, mas também, como recompensa do amor e da Providência Divina, nesse mesmo mês fui convidada a fazer a “Aliança de Amor com Maria’’.
Para selar a Aliança eu deveria participar dos encontros de preparação, que seriam a cada 15 dias – o primeiro encontro aconteceu no dia 11 de abril. Em agosto, no penúltimo encontro, eu precisei ir embora, pois estava com muitas dores.
A data para selar a Aliança de Amor foi agendada para 30 de setembro de 2018. Esse tempo, entre abril e o final de setembro, foi de muita luta, com médicos, exames, biópsias e finalmente o diagnóstico: Linfoma não Hodgkin difuso de células B.
Nesse dia o mundo desabou em nossas cabeças. Nossos filhos, a família e amigos ficaram muito triste. Eu fui sendo tocada suavemente pelas mãos maternais de Maria e ela foi me acalmando, me dando uma paz e uma segurança que nem eu mesma entendia. O médico nos chamou no consultório para conversar e disse que meu tratamento teria que começar imediatamente e que a quimioterapia seria muito forte, que eu teria de ficar hospitalizada por uma semana em cada ciclo. Era 26 de setembro de 2018.
Lutar ou lutar
Confesso que fiquei apavorada, pois tudo que ia se passando era desconhecido. Porém, nossa Mãe não nos deixa em choque por muito tempo e tudo foi se tranquilizando. “Lutar ou lutar”, esse era meu pensamento.
A tristeza veio porque a Aliança de Amor com Maria seria dali a quatro dias (30/09) e eu estaria no hospital sem poder selar minha Aliança. Diante de todos os acontecimentos, acabei me conformando. A coordenadora da Mãe Peregrina disse que eu poderia selar a Aliança na próxima vez e isso me confortou, mas DEUS e a Mãe prepararam uma surpresa para mim.
Uma surpresa
No sábado, dia 29 de setembro, mais ou menos às 12 horas, recebi a visita das Irmãs de Maria (Ir. M. Nelly Mendes e Ir. M. Marcia Silva). Elas bateram na porta do quarto com a imagem da MÃE com seu Filho. Chegaram para que eu selasse a Aliança ali, naquele quarto de hospital. Não contive a emoção, choramos juntas eu e minha irmã que estava comigo naquele momento. Depois de realizadas as orações de consagração, eu assinei o “Livro da Aliança de Amor”.
Sinto até hoje, no meu coração, todas as graças recebidas que são muitas e não daria para relatar tudo nesse pequeno texto, mas estão contidas naquela assinatura no Livro da Aliança. As Irmãs permitiram que a imagem da Mãezinha ficasse ali no quarto até que eu fosse para casa. Fiquei muito feliz, recebemos a Mãe todo mês em nossa casa, olhava para Ela (imagem) me sentia segura. Às vezes, nos momentos difíceis de dor, medo, angústia, a impaciência queria tomar conta de mim, eu passei a oferecer tudo em contribuições ao “Capital de Graças”. Os momentos de alegria, de paz também ofereço ao Capital de Graças.
Como diz um trecho da música: “Mãe Admirável, ó Mãe Peregrina, a tua visita aquece e ilumina, pois trazes contigo teu Filho Jesus! Que é vida, caminho verdade e luz”. E é assim que vivemos nossa fé e esperança.
Em uma frase do Pe. Zezinho: “Nos momentos mais bonitos e nas horas de conflitos, estavas lá, estavas lá”. Nunca nos abandona, estás sempre presente, intercedendo ao seu Filho Jesus por nós. E assim procuro viver cada dia.
No dia 7 de agosto passei pelo transplante de medula em Curitiba/PR. Foram dias difíceis de hospital, saudades de casa, dos netos, mas tudo era oferecido ao Capital de Graças. Com Jesus e Maria sempre presentes, superei, estou me sentindo muito bem e tenho certeza que sozinha não conseguiria enfrentar.
Aos meus irmãos e irmãs que, porventura, estejam passando por momentos difíceis de doença ou outras dificuldades, mais uma vez faço uso da frase de uma música do Pe. Zezinho: “Milagres acontecem quando pomos de joelho o coração”, é na fé e na oração que a luta fica mais leve, não estamos sozinhos.
Agradeço a Deus e à Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt, toda minha família e amigos que rezam por mim.
“O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo?” (Sl 26,1).
Fonte: schoenstatt.org.br