Confiar plenamente na Mãe de Deus diante das dificuldades

Juliana Dorigo– Os acontecimentos deste ano de 2020 nos chama para estar mais perto de Maria. “Precisamos da maternidade, de quem gera e regenera a vida com ternura, porque só o dom, o cuidado e a partilha mantêm a família humana unida. Pensemos no mundo sem as mães: não tem futuro: as vantagens, os lucros, por si só, não dão um futuro, na verdade, por vezes aumentam as desigualdades e as injustiças. As mães, em vez disso, fazem com que cada filho se sinta em casa e dão esperança”.

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História da Salvação

Maria é a primeira a tomar conhecimento das promessas de Deus e por isso é nela que a História da Salvação chega ao ponto mais importante “O  apóstolo e evangelista João transmitiria as palavras de Jesus: ‘Deus, com efeito, amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho’ (Jo 3,16). A partir da Anunciação é que essa promessa começou a concretizar- se (cf. Jo 1,14). Maria Santíssima foi a primeira a tomar conhecimento da realização das promessas feitas por Deus a seu povo. Sabia que nela a História da Salvação chegava ao seu ponto mais alto”. [2]

Testemunho vivo e atual

A Mãe de Deus intercede por cada filho que recorre a sua intercessão. “A oração, o cântico, o grito de Maria é um testemunho vivo e atual: Deus é amor! E como se dissesse: quem quer que você seja, qualquer que seja a sua situação, qualquer que seja seu passado, Deus o ama! E o ama de forma total. Todos são envolvidos por Deus, que é amor!” [3]

Para o Pe. José Kentenich “Maria tira à aspiração às alturas muito amargor e certas durezas[4]”. Afirmando que ela assume de modo excelente as seguintes funções:

– A Mãe de Deus facilita o caminho íngreme para Deus.

“A Mãe de Deus, como o “imã” nos retrai do que não é divino e nos conduz a Deus e ao divino, que ela nos torna “saboroso” por todo o seu ser, pelo modo de dar-se”. [5]

– A Mãe de Deus preserva a imagem de Deus e sua irradiação, nos perigos do tempo.

“Todos precisam oferecer o seu contributo para elaborar devidamente e abranger com amor, as glórias que lhe foram presenteadas pelo Deus eterno” [6]

– A Mãe de Deus ilustra as glórias de Deus.

“Esta consciência consoladora aumenta, se nos lembrarmos que a imagem de Maria ilustra, de modo brilhante, a glória de Deus. Por isso, nós a bendizemos como speculum iustitiae, como Espelho da justiça, isto é, como o maravilhoso modelo de sua cópia”. [7]

– A Mãe de Deus revela a ordem do ser.

“Ao olhar cheio de fé e ao coração amoroso, o Espelho mariano revela abrangentemente a ordem da natureza, da redenção e da salvação e com isto, coloca em luz radiante e clara, o ideal da mulher com sua dignidade e sua atuação” [8]

Instrumentos nas mãos da Mãe de Deus

Em tempos difíceis e de provação clame por Maria, como instrumentos fiéis nas mãos da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, ela conduz os filhos pelos caminhos da vida à Cristo, transformando-os em filhos prediletos do Pai. E Assim como nas palavras do Pe. Kentenich: “Não sabemos que dificuldades nos aguardam. […]. Uma coisa cremos e confiamos inabalavelmente, isto é, que a Mãe de Deus que, em 1914 estabeleceu aqui (em Schoenstatt), de modo particular, o seu trono de graças para distribuir seus tesouros e operar milagres da graça, segundo os planos da Divina Providência não nos abandonará enquanto nós não a abandonarmos e nos esforçarmos por cumprir, corajosa e permanentemente, a tríplice tarefa. Agora, podemos dizer: enquanto permanecermos fiéis ao pensamento de instrumento que nos foi transmitido”.[9]

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Referências:

[1] (Papa Francisco 24 de outubro de 2020) acesso em: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-10/o-papa-ao-marianum-o-mundo-sem-maes-nao-tem-futuro.html
[2] KRIEGER, Murilo S. R. Com Maria, a Mãe de Jesus, São Paulo: Paulinas, 2001, pág. 227 a 228
[3] Idem, pág.231
[4] KENTENICH, Pe. José, Espiritualidade Mariana do Instrumento, Santa Maria: Irmãs de Maria de Schoenstatt, 2000, pág. 227
[5] Idem 4, pág. 228
[6] Idem 4 e 5, pág. 234
[7] Idem 4,5 e 6, pág. 257
[8] Idem 4, 5, 5 e 7, pág. 261.
[9] Idem 4,5,6,7 e 8, pág. 322 a 323.