Mês Vocacional – Semana de Oração pelos Ministros Ordenados

18º Domingo do Tempo Comum

Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – Jesus se vê diante de uma grande multidão que foram ao seu encontro. Compadeceu-se deles, curando-os de suas enfermidades, agindo como um Bom Pastor, que cuida das ovelhas e não as dispersa. Percebe que tem fome e para provar a fé de seus discípulos quer alimentá-las. Estes por sua vez querem resolver o problema pedindo que as dispense, pois o que tem não é suficiente para todos; e segundo o evangelista eram aproximadamente “cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças”. Este número relata que muitos são os famintos de Pão espiritual e de pão material.

Aqui Jesus faz um gesto eucarístico, toma os pães e peixes e bendiz a Deus, gesto que depois fará na Última Ceia nas espécies de pão e vinho; geste que repetimos em sua memória na Santa Missa. A lição aqui é: a verdadeira Eucaristia é partilha dos dons espirituais que recebemos na liturgia que se reflete na partilha do pão material com os necessitados e como estes cresceram com o advento desta pandemia.

 Este é o tempo perfeito para que nossa Eucaristia vivida na liturgia de nossas igrejas paroquias e comunitárias se concretize diante dos que passam fome e necessidades. Não seria cristão comer o pão eucarístico com tanta devoção e respeito se do nosso lado alguém passa fome e diante disso nos tornamos indiferentes.

Nesta passagem, Jesus nos dá a lição de não desperdiçar. As sobras foram recolhidas em doze cestos, ou seja, a Igreja com sua caridade não desperdiça, guarda para que possa socorrer tantos quantos precisarem. Que essa pandemia tenha nos ensinado a não desperdiçar o pão sofrido do trabalho, que outrora com facilidade jogávamos fora. Pudemos ver este gesto de Jesus que se multiplicou nas diversas realidades onde muitos passaram e passam fome, muitos tiveram a compaixão de Jesus e repartir o pão, realizaram a “liturgia eucarística” no templo do corpo de muitos que chegaram as raias da miséria e até perderam suas moradias.

Agosto é o Mês de Orações pelas Vocações. Tempo de intensificar nossas orações ao SENHOR DA MESSE, o Pai, que envie operários para sua messe. Homens, mulheres, jovens que com disponibilidade e docilidade ao Espírito Santo se coloquem a serviço de Deus e de sua Igreja. Neste Domingo lembramos a Vocação Ministerial, padres, Bispos e Diáconos. Rezemos para que a imagem do Coração de Pastor de Cristo possa ter esta compaixão de Jesus diante do povo que sofre em suas diversas dimensões da vida.

Que nossa Mãe e Rainha seja-lhes a Educadora e modelo de quem acolheu no coração o Filho Encarnado e seguiu “apressadamente”, pois a Hora de Deus chegara e socorreu Isabel.

Aos nossos padres uma palavra de estímulo de nosso Pai e Fundador Padre José Kentenich:

“Qual é a tarefa do sacerdote? Construir pontes. Quais são as duas margens que deve unir com essas pontes? O Deus vivo e as pessoas humanas. A tarefa do sacerdote consiste em estabelecer uma relação indissolúvel, íntima, amorosa e permanente entre Deus e os homens. (…) O sacerdote é homo Dei, homem de Deus. Sua brande missão, a grande tarefa de sua vida consistiu sempre em relacionar e unir tudo novamente com Deus. ” (Padre José Kentenich – “Chamados por Deus, consagrados a Deus, enviados por Deus, páginas 46-47)

Foto: Juliana Dorigo