Há exatamente um ano, como Família Internacional de Schoenstatt demos início ao Ano Pe. Kentenich, na intenção de preparar a celebração dos 50 anos de seu falecimento.
Em carta, a Presidência Internacional de Schoenstatt apresentava o motivo que nos leva a celebrar um ano dedicado à pessoa do Pai e Fundador: “Este ano nos dá a oportunidade de aprofundar o vínculo com o nosso Pai e Fundador, para que o seu carisma reviva novamente em nós. Convidemos a muitas pessoas a conhecer ou a redescobrir ao Padre José Kentenich como profeta do nosso tempo!”
Muitas iniciativas e atividades foram realizadas para divulgar a pessoa do Fundador no âmbito da Igreja e da sociedade. Em grande número foram celebradas Santas Missas festivas nas diversas Catedrais onde o Movimento está presente, por meio das suas diversas Comunidades ou pela presença da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt.
Hoje, no dia Jubilar, nos unimos a todos os filhos de Schoenstatt espalhados pelos cinco continentes, e particularmente àqueles que se encontram no lugar de origem, junto ao Santuário Original em Schoenstatt e na Capela do Fundador, o lugar onde faleceu e está sepultado o Pe. Kentenich.
No último dia 8 de setembro, milhares de peregrinos da Diocese de Santo Amaro visitaram em romaria o Santuário de Schoenstatt em Atibaia/SP. A celebração Eucarística foi presidida pelo bispo diocesano Dom José Negri. Em sua homilia, Dom José destacou a vida do Pe. Kentenich, comentando que em preparação a este dia e consciente da celebração do Jubileu de seu falecimento, dedicou-se à leitura sobre a vida do Fundador.
Suas palavras podem nos ajudar neste dia, a elevar a Deus uma prece de gratidão pelas maravilhas e prodígios realizado na vida do Pe. Kentenich:
“Lendo a vida do Pe. José Kentenich, fiquei tocado porque justamente daqui a uma semana, no dia 15 de setembro fazem 50 anos da morte dele. Então, dei uma lida sobre sua vida para ver o que era importante. (…)
O Pe. José Kentenich, desde os primeiros anos de sua vida teve que enfrentar muitas cruzes… A primeira: sua mãe não tinha condições de sustentá-lo e teve de entrega-lo a um orfanato. Quantas vezes José tentou fugir daquele orfanato. Ele passou por essa triste situação, por essa primeira cruz.
Mas, como se não fosse suficiente, teve de enfrentar uma segunda cruz, pior que a primeira. Se essa primeira cruz não foi de sua vontade, mas o resultado de decisões que tiveram que ser tomadas em sua casa, ele passou por um segundo momento ainda mais difícil: foi preso pelos nazistas e levado ao Campo de Concentração. Sabemos que muitos morreram naquele Campo de Concentração.
Mas Deus tinha um plano, um projeto para José. A graça de Deus que o trouxe ao mundo, a graça de Deus que o acompanhou ao longo de seus primeiros anos de vida, a graça de Deus o acompanhou também no momento difícil da guerra…
Mas, ainda não foi suficiente…
Pe. José Kentenich foi exilado pela Igreja… É o terceiro exílio. O primeiro: deixado no orfanato aos 8 anos; o segundo: o Campo de Concentração. E o terceiro, quando ainda nos primórdios do Concílio Vaticano II, se pensava que ele fosse um revolucionário… Mas, também diante disso, Deus não quis que a vida deste grande homem acabasse…
Ele foi reconhecido, o Papa Paulo VI reconheceu as virtudes e os dons que tinha o Pe. Kentenich. E finalmente, quando ele morreu, morreu testemunhando o seguinte: eu sou filho da Igreja! Que bonito!!
A Igreja o provou, mas ele ficou fiel até o fim! Eu sou filho desta Igreja!”
Uma mensagem atual, 50 anos após a sua morte
“O que o Pe. Kentenich, 50 anos depois de sua morte, ainda pode nos ensinar? A nós que estamos aqui hoje? Que mensagem ele traz para a nossa vida, que também não é fácil, neste Brasil que está passando por momentos difíceis. Temos que admitir, a Igreja está em crise… nosso país está em crise… o mundo está em crise!
Eu fiquei impressionado com uma frase que o Pe. Kentenich falou, e eu trouxe essa frase para nós, porque acredito que sirva para nós que estamos vivendo este tempo: ‘Estamos vivendo tempos apocalípticos…’ – quer dizer, parece que estamos no fim – ‘…poderes celestes e diabólicos se confrontam nesta terra. Este enfrentamento tem por objetivo o domínio do mundo.’ Hoje isso é claramente visível!
Papa Francisco, constantemente tem dito que o espírito do mundo está tomando conta desta terra. Se olharmos para dentro das nossas famílias nós podemos perceber isso. Famílias que se fragmentam, é o começo da fragmentação da sociedade. Quando uma família começa a se fragmentar, quando o pai não é mais pai, quando a mãe não é mais mãe, quando há confusão entre pai e mãe… quem é pai, quem é mãe… como está acontecendo nos dias de hoje, quer dizer que o mundo está entrando em nossas famílias….”
Diante das crises: uma resposta clara
“Mas, o Pe. Kentenich nos deu uma dica bem clara: a solução é… abram bem os ouvidos, viu? A solução é recorrer à Maria, ‘arma’ privilegiada nas mãos do Deus vivo!
Por que nós, estamos aqui hoje? Por que viemos de nossas Paróquias? Por que deixamos as nossas casas? Porque acreditamos que essas crises, que infelizmente existem, tem uma solução. Quem é esta solução? Quem é? A solução é Maria! Nossa Senhora veio nos socorrer, ela está aqui, ela nasceu para isso. Ela recebeu a vida de Deus, para dizer: ‘eu estou aqui para te acompanhar na tua vida, no dia a dia. Estou aqui para te ajudar a superar essas crises que o mundo está trazendo, com toda a sua força’.
Agora eu gostaria de saber de vocês uma coisa: nós queremos ser do mundo ou de Deus? Nós queremos ser do mundo ou de Nossa Senhora? Nós queremos ser do mundo ou do céu?”
O testemunho de Dom José Negri desperta em nós uma renovada consciência do chamado a levar a missão de nosso Fundador ao coração da Igreja e nela, ajudar os homens do nosso tempo a vencer os desafios atuais.
Assim, neste Dia Jubilar renovamos o nosso compromisso com o Pai e Fundador:
“Deus nos chamou, em nosso Fundador e com ele. Acreditamos nele, em seu carisma e em sua missão. Acreditamos que, na Aliança de Amor com Maria, Deus nos concede participar de seu espírito de Fundador. Se ‘permanecermos nele’ e unidos a ele na Aliança, ele ‘permanece em nós’, e seu carisma será criador e fecundo na Igreja e para a Igreja.”[1]
[1] Mensagem da Presidência Internacional para o dia 15.09.2018