Conheça a história e os elementos que a compõem
Geni Maria Hoss – Eis um símbolo que carregamos sobre o peito com orgulho e determinação. Ele nos identifica, mostra muito sobre o que somos e a quem pertencemos. É a nossa medalha da Aliança de Amor!
Mas, como ela surgiu? Qual sua origem? Bem, este não é o único modelo de medalha para quem se consagra pela Aliança – há, por exemplo, aqueles que utilizam a Cruz da Unidade ou algum outro símbolo pessoal. Mas, essa medalha traz o modelo mais utilizado pela Família de Schoenstatt, pois sua origem vem desde o início do Movimento. Hoje vamos conhecer um pouco sobre sua história.
Em 2019 recordamos 100 anos do Congresso de Hoerde e a confecção da Medalha da Aliança está justamente ligada a esse fato. Foram os primeiros membros da União Apostólica, fundada em Hoerde, que criaram o “nosso símbolo” – como chamaram na época.
Quem desenhou?
O símbolo foi elaborado pelo Pe. Albert Rexter, o mesmo sacerdote que projetou o quadro memorial, afixado no Santuário Original, com os nomes dos congregados que tombaram na guerra.
O modo como ele surgiu, no início de Schoenstatt, só pode ser conhecido por meio de registros, relatos e referências em eventos e celebrações das primeiras décadas do Movimento.
O registro mais antigo sobre o símbolo está nos materiais do primeiro encontro de dirigentes da União Apostólica, após o Congresso de Hoerde, que aconteceu de 2 a 5 de janeiro de 1920. A imagem era constituída de elementos que expressavam a identidade do jovem Movimento e a inscrição: “Nosso símbolo” (veja na foto). Essa representação passou por pequenas adequações e, posteriormente, foi cunhada em medalha, entregue no dia da consagração. Por esse motivo, é também conhecido por muitos hoje como a “medalha da consagração / medalha da Aliança”.
Capa da Revista
Na revista Mater Ter Admirabilis, de 15 de fevereiro de 1920, foi publicado um relatório do dirigente da época, Alois Zeppenfeld, sobre o encontro de dirigentes, que tratou o tema: “O futuro da União”. Nele, os participantes refletiram sobre os três pilares do Movimento: apostolado, veneração a Maria e autoeducação. No relatório lê-se: “Os pensamentos fundamentais de nosso Movimento foram representados num símbolo elaborado pelo Padre Rexter. O esboço estava pendurado na parede da sala de palestras e representa elementos perfeitamente conectados com as palestras”
De 1916 a 1921, a revista Mater Ter Admirabilis estampou a Mãe Três Vezes Admirável em formato oval na capa. Em 1922, essa mesma revista usou o símbolo que hoje é cunhado no verso da medalha, porém, vários leitores manifestaram sua preferência pela imagem da Mãe Três Vezes Admirável. Por esse motivo, a revista voltou a estampar a capa anterior, de 1923 até o final das publicações.
Este quadro ficava na parede da Casa da Aliança, com a inscrição “Nosso Símbolo” (unser symbol)
O símbolo na parede
Em 1927, na véspera do lançamento da pedra fundamental da Casa da União (hoje Casa da Aliança), o Pe. José Kentenich faz referência aos símbolos existentes no local: De um lado, o brasão da comunidade dos Padres Palotinos, São Vicente Pallotti, e, do outro, o brasão da União (o símbolo que está na medalha da Aliança). Isso foi confirmado, em 1946, pelas lembranças de um participante desse evento. Ele relata: “A inauguração da Casa da União, os brasões sobre o portal e as conversas à mesa nos apontaram novamente para a relação Schoenstatt-Pallotti. Nessa época também foi cunhada a primeira medalha da MTA. De um lado foi gravada a imagem da Mãe e Rainha e, do outro, o Santuário com ‘Regnum Mariae’ e o princípio básico: ‘Caritas Christi urget nos!’”.
Identidade e missão
Ao contrário de algum logotipo comercial, símbolos – particularmente símbolos religiosos – são frutos de correntes de vida consolidadas. Como tal, o seu valor se sobrepõe à sua arte e podem ser significativos por gerações e em diversas culturas. O lema escolhido no Congresso de Hoerde “Caritas Christi urget nos – O amor de Cristo nos impulsiona!” (II Cor 5, 14) foi inserido no símbolo e indica a força espiritual do apostolado em Schoenstatt. O símbolo que os primeiros jovens conquistaram se renova a cada geração e jubileu. Após 100 anos, o símbolo cunhado na medalha de Schoenstatt continua a nos lembrar dos valores fundamentais que movem toda a Família de Schoenstatt pelo mundo afora a renovar, sempre de novo e com mais vigor, o seu compromisso de, na Aliança de Amor, colocar-se a serviço de uma Igreja em saída missionária.
“Se tivermos uma medalha da Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt e tivermos fé, ao olharmos para o que ela representa, nos recordamos – por este espírito de fé – deste lugar (do Santuário) e nos unimos a este local. Com isto se produz uma mediação de graças, por parte da Mãe Três Vezes Admirável, no sentido da missão da nossa Família de Schoenstatt” (Pe. José Kentenich, 1952)
O que significam os símbolos?
Santuário – Lar espiritual da Família de Schoenstatt, fonte de graças e lugar original da Aliança de Amor
Pinheiros – Recordam a paisagem ao redor do Santuário Original, mas são também símbolo da fidelidade, pois o pinheiro é a árvore que permanece firme em meio à adversidade (como quando neva, ele continua em pé apesar do frio)
Espada – Nosso movimento é apostólico em sua essência; a espada recorda o apostolado e a luta, também remete a São Paulo, patrono da União Apostólica. Ela está fincada no alicerce do Santuário, pois é ali que toda nossa vida de Aliança também deve estar ancorada
Círculo – É a representação do mundo, o nosso campo de apostolado. O Santuário está inserido nele, para indicar que vivemos a atuamos no mundo, com destino à Trindade
Cruz – A Cruz também está fincada no mundo e é o caminho que conduz à glória da Trindade; a vida de santidade passa por ela para chegar ao céu
Raios e Trindade – A vida de Aliança, no mundo, conduz à glória da Santíssima Trindade no céu. Esse caminho tem sua raiz fincada no Santuário, que é a base, passa pela espada (luta diária), pela cruz, até chegar ao cume do céu
Caritas Christi urget nos – A frase de São Paulo, “O amor de Cristo nos impulsiona!” (II Cor 5, 14), é o lema da União Apostólica e a certeza que sustenta o apostolado
Regnum Mariae – Significa “Reino de Maria”, pois Schoenstatt é terra mariana, lugar escolhido pela Mãe de Deus
Apostolischer Bund– Significa “União Apostólica” (não é cunhado em todas as medalhas)
Fotos: Karen Bueno
Fonte: schoenstatt.org.br