Preparação para a Páscoa do Senhor
Estamos vivenciando a Semana Santa, o tempo mais importante para a Igreja, onde contemplamos a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Semana em que devemos nos preparar para a Páscoa do Senhor, um caminho traçado com jejum, oração e com o Sacramento da Reconciliação.
Porém, mais uma vez a pandemia restringe a participação dos fiéis nas celebrações da Semana Maior, inclusive do ato de confissão. Como podemos receber o perdão sem o Sacerdote? O Papa Francisco nos ensina:
“Eu sei que muitos de vocês se confessam para a Páscoa a fim de se reconciliar com Deus. Mas muitos me dirão hoje: ‘Mas, padre, onde posso encontrar um sacerdote, um confessor? Não se pode sair de casa! E eu quero fazer as pazes com o Senhor, quero que Ele me abrace, que o meu pai me abrace. O que posso fazer se não encontro um sacerdote?’ Você faz o que diz o Catecismo.
É muito claro: se você não encontra um sacerdote para se confessar fale com Deus, ele é seu Pai. Diga-lhe a verdade: ‘Senhor, eu fiz isso e aquilo. Perdoa-me. Peça-lhe perdão de todo o coração, com o Ato de Contrição e prometa-lhe: ‘Depois, eu vou me confessar, mas perdoa-me agora’. E logo você retornará à graça de Deus. Você mesmo pode se aproximar, como o Catecismo nos ensina, do perdão de Deus sem ter um sacerdote. Pensem nisso: este é o momento! E este é o momento certo, o momento oportuno. Um Ato de Contrição bem-feito e a nossa alma se tornará branca como a neve”.
[1]O que diz o Catecismo da Igreja Católica:
Entre os actos do penitente, a contrição ocupa o primeiro lugar. Ela é «uma dor da alma e uma detestação do pecado cometido, com o propósito de não mais pecar no futuro» (43).
Quando procedente do amor de Deus, amado sobre todas as coisas, a contrição é dita «perfeita» (contrição de caridade). Uma tal contrição perdoa as faltas veniais: obtém igualmente o perdão dos pecados mortais, se incluir o propósito firme de recorrer, logo que possível, à confissão sacramental (44).
Dignos de misericórdia
Somos filhos e precisamos reconhecer que somos miseráveis e por isso, dignos de misericórdia, como explica o Pe. Kentenich: “Na medida em que, como filhos de reis, somos miseráveis, experimentamo-nos também como dignos de misericórdia. Ansiamos pela misericórdia e esse anseio de experimentar a misericórdia de Deus Pai obriga igualmente o Pai eterno a derramar sobre nós sua infinita misericórdia”.[2]
Maria é mãe dos pecadores
Maria nos foi dada como Mãe pelo próprio Cristo aos pés da cruz, em sua maternidade ela intercede por nós pecadores. “Maria desempenha um papel particular na intercessão dos santos por nós. A sua humanidade é unida à de Cristo, seu Filho, que tomou sua carne e seu sangue; a intercessão contínua do Verbo feito carne e glorificado diante do Pai encontra-a, portanto, unida de modo muito particular a ele”. [3]
Sempre podemos recorrer a Mãe de Deus para a nossa proteção e a intercessão pelos nossos pecados. “Na Ave-Maria pedimos à Senhora unir-se a nosso grito, gritar conosco, que não temos mais voz, por nossa vida ter sido tão sufocada e paralisada. Então eu clamo: ‘Rogai por mim’, porque sozinho não me salvo”. [4]
Referências
[1] Papa Francisco, homilia de 20 de março de 2020. Acesso em: O Papa recorda como receber o perdão sem o sacerdote – Vatican News
[2] Pe. José Kentenich. Abrigado em Deus Pai – Textos escolhidos sobre Deus Pai. Conferências de Roma III. Carta de Natal de 1965.
[3] Cesare Falletti o. cist, Livro: Ave-Maria. Comentário Bíblico e Teológico para conhecer a mais querida oração
[4] Idem 3