Dia de Nossa Senhora Aparecida
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – O Brasil tem seus olhos voltamos para a Casa da Mãe, em seu Santuário Nacional onde se encontra a pequenina imagem de Maria Imaculada a quem carinhosamente veneramos com o título de Aparecida. Deus, em sua infinita misericórdia presenteou o Brasil, nas águas do Rio Paraíba a imagem de Maria, que não está só, pois, é uma imagem de Maria que está grávida; ou seja, vem com o “fruto bendito de seu ventre, Jesus, o Filho do Eterno Pai”.
Ela vem trazer vida, pois Ele mesmo disse um dia: “Eu sou a vida”. Veio nos lembrar do nosso compromisso batismal, por isso, surge das águas e nos remete à missão de lançar as redes para as águas mais profundas da fé. Quebrada (corpo separado da cabeça) e depois unida e, mais tarde, quebrada em mais de 200 pedaços, vem nos lembrar que temos que estar unidos a Cristo – Cabeça da Igreja e temos que nos unir quando querem nos quebrar; somente unidos teremos força e teremos identidade.
É a Mãe solícita que ainda percebe a falta de vinho e vai junto à Jesus, que pode fazer o impossível diante de situações que nos desembaraçam. É a Rainha que sempre se apresenta diante de Deus e pede com amor de Mãe e Serva pelo seu povo. É a Mulher gloriosa, vestida de sol (Cristo – sol nascente que nos veio visitar), coroada de estrelas (sinal também de nossa vitória sobre o mal e o pecado) e que está conosco na luta do Reino contra os dragões que querem nos devorar.
O Santuário Nacional, revestindo suas quatro fachadas com cenas bíblicas, quer ser uma “bíblia a céu aberto”, na qual todos poderão ler, todos! Por isso, nos convida: “Com Maria, em família, revestir-se da Palavra”. O revestimento externo é um grande convite para nos revestir da Palavra, não só pelo estudo (que é muito importante) mas trazer a Palavra para o chão de nossa vida cotidiana. Maria é modelo desse revestimento, que ao dizer sim ao anjo Gabriel, literalmente revestiu-se da Palavra que nela se fez carne e habitou entre nós.
Quando comungamos, como Maria, nos revestimos desta mesma Palavra, Jesus se torna carne em nós. Quando o ministro nos entrega a hóstia consagrada dizendo-nos: Corpo de Cristo e nós respondemos – como Maria, o Amém, a partir de então Ele se faz Palavra viva em nós. Ao olhar a imagem de Aparecida, Maria nos está sorrindo, nos lembra o canto do Magnificat, as alegrias do Nascimento, a alegria do encontro no Templo e as alegrias da Ressurreição. Com Maria nos revistamos da Palavra que nos alegra. Neste tempo em meio à pandemia somos chamados a irradiar a alegria que desperta tempos melhores que virão.
Suas mãos unidas em oração (quando quebrada em mais de 200 pedaços fora um dos pedaços intactos) nos aponta a revestir-nos da Palavra que nos leva à oração – diálogo com nosso Bom Deus e Pai. A oração também nos leva à ação, que Maria nos inspira na visita a Isabel, nos inspira nas Bodas em Caná, nos inspira no seguimento de Jesus como fiéis discípulos missionários, e ensina-nos a não sermos indiferentes aos que sofrem e precisam de nossa ajuda – pequena ou grande.
Com a Mãe Aparecida em família, sim, em família queremos voltar a nos reunir, comer juntos, ouvir um ao outro, acompanhar o crescimento, as vitorias e derrotas; sim, em família, vamos vencer uma ideologia egoísta, das “carteiradas”, do consumismo, das diferenças sociais… Sim, como nossa Mãe já nos mostrou duas vezes – em 1717 ao ser encontra e em 1978 ao ser quebrada – só unidos pela Palavra, venceremos e seremos coroados de glória pela Trindade que é família!
Estamos dispersos pela pandemia e até sem fé. A festa da Padroeira é um convite a voltarmos para o “ventre de Maria” (a imagem de Aparecida é de Maria grávida) e ali sermos cuidados, no mesmo lugar onde Jesus se formou, lugar imaculado.
No dia 12 de outubro dê a Mãe de Deus plenos poderes em sua vida e lhe entregue coroa e cetro para que ela seja a Rainha e Padroeira do Brasil! Que ela abençoe nossas crianças!
Foto: schoenstatt.org.br