15 de setembro de 1968 : data de falecimento do Pe. José Kentenich

Kennedy Rocha – Hoje toda a Igreja celebra o dia de Nossa Senhora das Dores. A Virgem Maria sempre foi fiel ao plano de amor do Pai aceitando, de forma livre e voluntária, participar do projeto salvífico de amor encarnado em seu seio. Da anunciação até os pés da cruz, se manteve fiel discípula de seu Filho Amado e sem deixar de ser Mãe se tornou a primeira Colaboradora, formada por Cristo e formando Cristo em nós. Para a Família de Schoenstatt este dia se reveste de uma nobreza toda especial, pois celebra também a nova presença do Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, que do Schoenstatt Eterno intercede por sua Família.

Durante a sua vida, os passos do Pai geraram vida por onde ele passava. Quantos filhos encontraram um novo sentido para a sua vida e sua caminhada de fé?!

Ele teve uma ideia predileta:

Convidar a Mãe de Deus para se estabelecer na pequena Capela de São Miguel, no Vale de Schoenstatt – E a Mãe aceitou o seu convite. Ela estabeleceu ali o Seu Trono de graças, (e também em muitos Santuários Filiais, Santuários Lares e Santuários Corações), distribuindo dons e graças em abundância; e dali, atraindo os corações juvenis e educando-os como instrumentos aptos nas suas mãos. E como São Pedro, no Monte Tabor, podemos dizer: “Aqui é bom estar”! Como padre, ele assumiu a sua missão de pai e sacerdote, um transparente de Deus Pai, revelando o seu amor infinito que abraça e acolhe e, diante das adversidades da vida, ele convidava a dizer à Deus: “Eu sei que Tu és o meu bom Pai, em cujo amor estou abrigado”. O Pe. Kentenich colocava seus filhos na palma da mão de Deus, acolhidos pelo seu olhar misericordioso, pois, como ele ensinou: “Deus é bom, Deus é Pai e bom é tudo o que Ele faz”.

O pedagogo da liberdade

Como João Batista ele foi a voz em meio ao deserto do coletivismo alertando sobre o perigo da massificação do homem em uma sociedade mecanicista. O ideal de liberdade foi sua bandeira, pois o homem deve ser livre para amar a Deus e fazer a sua vontade, não pela opressão de preceitos e leis vazias, mas por amor sem perder a sua originalidade. Seu maior anseio, por meio de sua pedagogia, era educar o homem interiormente livre, capaz de decidir-se com ousadia e convicção pelos mais elevados ideais. Destituído de sua liberdade exterior na prisão, o Pe. Kentenich mantinha intacta e inabalável sua liberdade interior e sempre educou personalidades livres. Já como professor de latim e alemão, deixava os alunos sem vigilância durante as provas. “Nunca se viu tal coisa!” 

[1]

Estou inteiramente à nossa disposição

O Pai e Fundador foi para a eternidade, mas permanece no seio da Família através de sua nova presença: “Estou inteiramente à vossa disposição com tudo o que sou e tenho: com meus conhecimentos e capacidade e com minhas limitações; mas, sobretudo, vos pertence o meu coração” [2]. Não estamos sós, o Pai permanece no meio de nós com o seu fogo e espírito de Fundador. Ele orienta e guia através de seus escritos e também de sua intercessão junto à Mãe Três Vezes Admirável, como ele disse várias vezes: “Jamais me vejam separado da Família. Devem considerar-me sempre unido com a Família”. Através da Aliança de Amor, que ele deixou por herança, unido em um só coração com o Pai, entrelaçando os destinos de todos os schoenstattianos.

Um companheiro de caminhada

O Pai e Fundador inspira e abrasa a fidelidade à Mãe de Deus por meio da Aliança de Amor, impulsionando o ser Schoenstatt em saída para salvar a família custe o que custar. Ele é o um grande companheiro de caminhada. Ele continua sendo um Pai educador, zeloso e fiel, e cada filho é convidado a aprofundar a amizade e a vinculação com Ele. Faça uma experiência de fé, convide o Pe. Kentenich para acompanhá-lo em seu dia, converse com ele, peça que ele te aponte o caminho, reze a oração por sua beatificação. Ele é Pai.

Celebrar a nova presença do Pai e Fundador da Família de Schoenstatt é muito mais do que se lembrar de alguém querido que não esteja mais, fisicamente, aqui na terra, renovando a Aliança de Amor com a Mãe de Deus e o compromisso de ser Schoenstatt em saída contemplando as magnificências de Maria, fazendo do mundo um novo Tabor.

Ainda hoje o Padre Kentenich passa novamente o seu chapéu e refaz sua pergunta: “Vais comigo?”

Rezemos:

Deus, nosso Pai, tu nos concedeste na pessoa do Pe. Kentenich um pai e profeta abrasado do Espírito Santo, testemunha e mensageiro do teu Evangelho para o nosso tempo. Dá-nos de seu fogo! Dá-nos de seu espírito de Fundador! Faze que seu carisma esteja tão vivo em nós, que possamos plasmar o futuro da Igreja e da sociedade. Sua visão seja a nossa visão: que na força da Aliança de Amor surja um mundo novo, no qual possamos gerar uma cultura da Aliança em todos os lugares onde vivemos e atuamos. Pai do céu, nós te pedimos: inclui o Padre Kentenich nas fileiras dos santos reconhecidos pela Igreja. Abre as portas para ele e sua missão em todos os lugares, para que ele possa conduzir muitas pessoas no caminho à plenitude da vida, o caminho para ti. Nós te pedimos, unidos a Maria, nossa Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, por Cristo nosso Senhor. Amém.

 

[1] Ir. M. Anette Nailis, Padre José Kentenich Como nós o conhecemos, p. 69[2] Documento de Pré-Fundação, nº 4.

 

Fonte: Movimento Apostólico de Schoenstatt