Como família vivemos um ano de desafios, mas de graças especiais

Todos nós, de alguma maneira fomos surpreendidos pelos problemas gerados pela pandemia do Covid-19. Já são inúmeras as consequências que acompanhamos pelos noticiários e no dia a dia de nossas famílias.

Também nos chama a atenção que, justamente quando celebramos os 70 anos da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, sua imagem está na casa do missionário que, durante este período de isolamento social, é o responsável por trazer diante da Mãe de Deus as intenções do seu grupo de famílias.

Sim, Deus nos fala por meio dos acontecimentos no mundo e no âmbito de nossa vida familiar e pessoal!

São João Paulo II já ensinou que cada ano jubilar é uma dádiva e uma tarefa dada por Deus. São anos especiais: “Cada jubileu constitui um ano particular da graça. (…) Todos os jubileus, pessoais ou comunitários, representam na vida dos indivíduos e das comunidades um papel importante e significativo”.

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João Luiz Pozzobon soube aproveitar todas as graças dos anos jubilares que celebrou com a Campanha da Mãe Peregrina. Em suas biografias descobrimos, porém, que foram anos de grandes provações que o pobre peregrino enfrentou com coragem e principalmente com grande confiança na intercessão da Mãe de Deus. Ele conta como foi a comemoração dos 25 anos da Campanha:

“A vigília era um sábado, chovia muito. João queria preparar a cerimônia, chovia muito, e não conseguiu reunir as famílias. Apesar disso, fez as visitas preparando (o acontecimento). Estava tudo inundado. Para voltar à sua casa, teve que fazer um desvio grande. Enquanto ia caminhando, João meditava e pensava: ‘Tu, Mãe, vai me receber amanhã com este dia?’ Em seguida, surgiu um pensamento como resposta: ‘Fica quieto, poderia ser pior’. O dia seguinte amanheceu desagradável, e João partiu sem capa de chuva. Nos molhamos, os dois. Quando a peregrinação já estava a caminho, começou a chover suavemente. João se molhou e os pere­grinos protegeram a imagem. Jubileu de prata, assim se realizou o que tinha sido previsto para o 14 de setembro de 1975″. [2]

Tu, Mãe, vai me receber com este dia?

Em nosso coração surge a mesma pergunta, de forma atual: Tu, Mãe, permitirás que celebremos os 70 anos da Campanha?

Em breve, assim confiamos, a Mãe Peregrina de Schoenstatt poderá voltar a peregrinar nos lares das famílias. E quanta alegria esse momento trará a muitos corações que amam nossa Mãe e Rainha de Schoenstatt.

Como preparar este momento?

Podemos interpretá-lo como um novo início ou o início de uma nova caminhada de fé e de evangelização das famílias, assim como foi suscitada pelo Espírito Santo a João Pozzobon em 1950. É uma oportunidade para oferecer novamente à Igreja e à sociedade uma Campanha renovada no mesmo espírito e ardor missionário de João Pozzobon.

Essa tarefa está principalmente nas mãos dos missionários que, pelos meios digitais têm se esforçado para manter contato diário com suas famílias, fazendo ligações, enviando imagens e áudios, mantendo vivo e alimentando o amor e a confiança de que a Mãe de Deus continua a velar por seus filhos.

 Novamente é hora de afirmar o lema escolhido para o Ano João Pozzobon: “Entendi a missão e por ela minha entrega foi total”.

Neste novo tempo e nestas circunstâncias, queremos entender o que Deus quer dizer, entender como cumprir a missão justamente agora e por entregar tudo.

Não deixe passar esse ano de graças sem crescer na santidade!

___________________________________[1] Tertio Millennio Adveniente, n.15[2] Livro Herói hoje, não amanhã p. 105